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  • «Pobres, ignorantes, indefesos e desarmados»: Ramalho Ortigão e a questão ibérica
    Publication . Pascoal, Sara
    O presente artigo constitui uma tentativa de interpretação hermenêutica de um corpus textual constituído por diversos artigos de intervenção de Ramalho Ortigão na célebre “Questão Ibérica”, que animou os periódicos portugueses e espanhóis, sobretudo a partir das décadas de 60-70 do século XIX. Esta análise será efectuada à luz da Cultura Portuguesa, salientando-se, desde logo, aspectos como os hábitos, comportamentos ou expectativas que caracterizam a sociedade portuguesa, os quais, ao mesmo tempo, fornecem um precioso contributo para a reflexão sobre o modo de ser português da segunda metade de Oitocentos.
  • Wuthering heights on the screen: exploring the relations between film adaptation and subtitling
    Publication . Almeida, Paula Ramalho; Pascoal, Sara; Noronha Cunha, Suzana
    This essay aims to confront the literary text Wuthering Heights by Emily Brontë with five of its screen adaptations and Portuguese subtitles. Owing to the scope of the study, it will necessarily afford merely a bird‘s eye view of the issues and serve as a starting point for further research. Accordingly, the following questions are used as guidelines: What transformations occur in the process of adapting the original text to the screen? Do subtitles update the film dialogues to the target audience‘s cultural and linguistic context? Are subtitles influenced more by oral speech than by written literary discourse? Shouldn‘t subtitles in fact reflect the poetic function prevalent in screen adaptations of literary texts? Rather than attempt to answer these questions, we focus on the objects as phenomena. Our interdisciplinary undertaking clearly involves a semio-pragmatic stance, at this stage trying to avoid theoretical backdrops that may affect our apprehension of the objects as to their qualities, singularities, and conventional traits, based on Lucia Santaella‘s interpretation of Charles S. Peirce‘s phaneroscopy. From an empirical standpoint, we gather features and describe peculiarities, under the presumption that there are substrata in subtitling that point or should point to the literary source text, albeit through the mediation of a film script and a particular cinematic style. Therefore, we consider how the subtitling process may be influenced by the literary intertext, the idiosyncrasies of a particular film adaptation, as well as the socio-cultural context of the subtitler and target audience. First, we isolate one of the novel‘s most poignant scenes – ‗I am Heathcliff‘ – taking into account its symbolic play and significance in relation to character and plot construction. Secondly, we study American, English, French, and Mexican adaptations of the excerpt into film in terms of intersemiotic transformations. Then we analyze differences between the film dialogues and their Portuguese subtitles.
  • Prática turística e retórica do espaço nas viagens na Galiza de Silveira da Mota (1889)
    Publication . Pascoal, Sara
    O turismo nasce a partir de viagens organizadas com objetivos relacionados com o lazer, a partir do século XIX, e tendo a viagem como conceito fundador e ao mesmo tempo contrastante. O conceito de viajante foi construído de várias formas e sob vários aspetos e a literatura teve um papel imprescindível nessa construção, nomeadamente a estesia romântica. O Romantismo traz consigo a voga da viagem a Espanha. Este artigo propõe uma abordagem geocrítica do relato de viagens de Inácio Francisco Teixeira da Mota, Viagens na Galiza, publicado em 1889, pela tipografia lisboeta de A.M. Pereira. Pretende-se sobretudo destacar, além do itinerário turístico, a construção de uma retórica sobre o espaço que se plasmará nas imagens e nas narrativas que ainda hoje perduram na nossa memória e que consubstancia no conceito de lugar turístico, i.e. “lugares em que há turistas, onde fomos precedidos e onde seremos seguidos por muitos outros” (Knafou, 2001: 64).
  • Do viajante ao turista: viagens e viajantes portugueses em Espanha em finais do século XIX
    Publication . Pascoal, Sara
    Carlos García-Romeral assinala com lucidez o paradoxo. “Viajar desde Portugal a España en el siglo XIX parece una empresa fácil. Dos países vecinos con una larga frontera desde el norte gallego, pasando por Tierra de Campos, Extremadura hasta Andalucía. Extensa frontera más frecuentada por contrabandistas, bandidos, partidas guerrilleras de uno o otro país, que por viajeros que se interesasen en recorrer, ver y contar lo que pasaba a uno u otro lado de la frontera hispano-portuguesa. Dos países que parecen vivir de espaldas.” (GARCIA-ROMERAL, 2001: 9). A proximidade geográfica não implicava, de facto, facilidade na deslocação, dadas as precárias condições dos transportes. Este artigo consagra-se à descoberta dessa era de transição entre o que muitos investigadores designam como “viagem verdadeira” e a era do turismo. Faremos, em primeiro lugar, uma breve explicação da passagem das viagens de exploração para as viagens turísticas, para, num segundo momento nos concentrarmos na figura e perfil do viajante, mormente o viajante português que se desloca a Espanha. Finalizaremos com uma reflexão sobre a importância da evolução dos meios de transporte, sobretudo a partir da segunda metade do séc. XIX, com a introdução e do desenvolvimento da rede ferroviária ma Península Ibérica, que operaria uma verdadeira revolução nos modos de viajar, inaugurando a chamada “era do turismo”.
  • Barcelona. Fragmentos de uma viagem inédita na península de Carlos José Caldeira (1855): uma cartografia literária
    Publication . Pascoal, Sara
    Este artigo propõe uma abordagem multifocal do relato de viagens “Barcelona. Fragmentos de uma viagem inédita na Península” da autoria de Carlos José Caldeira, fervoroso iberista da chamada Geração de 52, responsável pela 3ª edição no nosso país da polémica obra de Sinibaldo Más, a Ibéria. A cartografia temática apresentada propõe uma representação do espaço vivido que se cruza com o espaço ficcionado, o espaço de rememoração literária, de convocação de autores lidos ou textos fundadores do género, para fazer sobrelevar o espaço terceiro, misto de espaço vivido e espaço ficcionado (Soja, 1986).
  • A paisagem espanhola n'As viagens de Luciano Cordeiro: na charneca entre literatura e geografia
    Publication . Pascoal, Sara
    Será pela sua intensa actividade ao serviço da defesa das colónias, bem como pelas suas produções ensaísticas e de crítica literária que a posteridade lembrará Luciano Cordeiro. Já as duas narrativas de viagem – Viagens: Espanha e França (1874) e Viagens: França, Baviera, Áustria e Itália (1875) – do Fundador e da Sociedade de Geografia de Lisboa são deveras desconhecidas. Nelas se projecta a particular geografia do olhar do polígrafo português em viagem pela Europa e cuja reconstituição é o alvo deste estudo. Os objectivos perseguidos por este trabalho são, por conseguinte, a percepção e reconstrução do espaço de Luciano Cordeiro, nomeadamente da Espanha, tentando dilucidar o que na obra é de cariz geográfico, repousando sobre uma análise descritivo-realista da paisagem, e o que é de cariz literário ou ficcionado.
  • Contribuição para o estudo do"breve aparelho e modo facil pera ajudar a bem morrer hum christão" (1671)
    Publication . Pascoal, Sara
    Em 1621, os prelos lisboetas de João Rodrigues ofereciam pela primeira vez um pequeno livro in-8º de 213 fólios, escrito por um jesuíta relativamente pouco conhecido, intitulando-se, com cuidada e demorada pedagogia, Breve Aparelho e modo fácil pera ajudar a bem morrer hum christão, com recompilação da materia de testamentos, e penitencia, varias orações devotas, tiradas da scriptura sagrada e ritual romano de N. S. P. Paulo V. Espelhando a tendência para a especialização das obras de preparação da morte, este trabalho do padre Estevão de Castro comparecia, porém, no panorama da cultura editorial do livro religioso português como um investimento quase original, praticamente fundador do futuro sucesso destas artes e aparelhos em que se ensinava a morrer. De facto, a actividade editorial portuguesa não privilegiou a impressão original de textos de preparação para a morte até ao início do século XVII, podendo apenas arrolar-se, ao longo de Quinhentos, duas traduções de textos, classificados no interior dessa literatura especializada: a obra do jesuíta Pedro Doménech, Doutrina muito proveitosa para todo o cristão de qualquer estado que seja, tirado do Espelho de Bem Viver que fez um pregador de S. Agostinho e outros livros devotos, editada em 1550, a que se podia juntar, desde 1559, o livro do grande dominicano Luís de Granada em que se oferecia uma Breve institución y regla de bien vivir.1 É naturalmente possível que se lesse e comprasse obras de preparação para a morte editadas noutros horizontes geográficos, nomeadamente espanhóis, mas em termos rigorosos, seguindo a actividade dos prelos portugueses, é apenas no começo de Seiscentos que se começa lentamente a descobrir as primeiras preparações para a morte.
  • Traduzir palavras, aproximar culturas: o ensino da Interpretação de Acompanhamento no ISCAP
    Publication . Couto, Alberto Manuel Carneiro do; Bigotte Chorão, Graça; Pascoal, Sara
    Numa sociedade onde as correntes migrações desenham um novo contexto de sociabilização e onde a globalização conduz ao aumento incomensurável das reuniões interculturais, é fulcral recentrar a importância do ensino da interpretação dita de comunidade. A inauguração do Mestrado em Tradução e Interpretação Especializadas, no ano lectivo de 2007/2008, no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, reformulado a partir da Licenciatura Bi-Etápica homónima, veio apresentar um desenho dos curricula em Interpretação cujo entendimento é mais pragmático. Assim sendo, à tradicional divisão entre Interpretação Simultânea e Interpretação Consecutiva sucedeu a introdução das unidades curriculares de Interpretação de Conferência, Interpretação Remota e de Teleconferência e de Interpretação de Acompanhamento. Este estudo pretende apresentar e discutir as diferentes abordagens pedagógicas ensaiadas no decorrer da implementação da unidade curricular de Interpretação de Acompanhamento, sustentadas por uma reflexão de cariz científico-pedagógico, filtrada pelas tendências de investigação mais recentes nesta área. Adoptámos a designação de Interpretação de Acompanhamento para descrever uma situação comunicativa que decorre em contextos variados e heterogéneos, em detrimento de outras designações de abrangência mais restrita, como Interpretação de Liaison – que remete para um acompanhamento em contexto de negócios ou de visita cultural ou turística – e Interpretação de Comunidade – reportando-se à mediação linguística de alguém que não fala a linguagem da maioria, normalmente no âmbito judicial, social, ou de saúde. Concentraremos, por conseguinte, a nossa atenção nas questões que se seguem: Que estratégias pedagógicas melhor se adaptam ao ensino desta disciplina? Como reproduzir a heterogeneidade dos contextos comunicativos que a Interpretação de Acompanhamento envolve numa sala de aula? Que ponderação deve assumir o desempenho linguístico em comparação com as competências de mediação intercultural? Como integrar, na prática, conceitos e teorias no domínio da Interpretação de Acompanhamento?
  • Paisagem, exotismo e turismo literário: a voga da viagem romântica a Espanha
    Publication . Pascoal, Sara
    Se é verdade que no século XVIII começa a florescer uma intensa atividade literária ligada à viagem e ao seu relato, será no século seguinte que esta atividade atingirá o seu apogeu, mormente no que concerne à viagem a Espanha. Estes relatos oitocentistas são muito diferentes dos que haviam sido redigidos um século antes; uma profunda transformação havia ocorrido nas estruturas sociais e económicas, que explicaria que, mesmo os relatos de viagem, se alterem em conteúdo, mas também em forma. A predisposição e os objetivos que os viajantes abraçam vão-se alterando à medida que a viagem se vai entendendo mais como um exercício para a alma e o ânimo do que como um exercício para a razão. A viagem romântica sucederá, então, à viagem ilustrada, alterando os seus propósitos, mas também a sua forma de sentir a viagem. Este artigo pretende refletir sobre estas alterações que plasmariam, quanto a nós, num estilo novo, numa nova abordagem da paisagem e num sobrelevar da importância do pitoresco, do exotismo e dos lugares literários.
  • Literatura espiritual altomoderna: a ars moriendi
    Publication . Pascoal, Sara
    O presente artigo consagra-se à redescoberta de alguns dos textos que, na Europa do passado, foram fazendo a pedagogia da morte cristã, propondo atitudes normativas, morais como orações, culpas e arrependimentos, asceses como espiritualidades, ensinando verdadeiramente a bem morrer. Conhecidos desde o período medieval, alguns desses textos mais frequentados haveriam de cristalizar-se numa ars moriendi em que se oferecia, desde o período quatrocentista, um texto muitas vezes procurado, compulsado e copiado, mas intimamente ligado a uma iconografia que parecia mesmo sobrepujar essas lições fixadas pela ―arte de morrer‖.