ESE - DPRM - Educação Especial: Multideficiência e Problemas de Cognição
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Recent Submissions
- Envolvimento da família e dos jovens com necessidades adicionais de suporte na elaboração dos Programas Individuais de Transição. Um estudo exploratórioPublication . Santos, Daniela Patrícia Araújo; Sanches-Ferreira, ManuelaEste estudo tem como objetivo principal compreender de que forma foi planeado o processo de Transição para a Vida adulta de jovens com necessidades adicionais de suporte especificamente nos aspetos relacionados com a participação e envolvimento do próprio e dos seus pais / encarregados de educação. Participam no estudo, de natureza qualitativa, os pais / EE de seis jovens com necessidades adicionais de suporte em fase de transição para a vida adulta ou que deixaram a escolaridade obrigatória há pouco tempo, bem como os próprios jovens. Para a recolha de dados recorreu-se a entrevistas semiestruturadas seguindo um guião previamente elaborado com base na literatura, na legislação em vigor (D.L. 54/2018) e também com o recurso ao questionário (TQI –Transition quality indicators, University Cornell), que foi traduzido e adaptado de forma apoder ter-se em conta a qualidade dos indicadores de transição presentes ao longo do processo. As entrevistas foram gravadas com a autorização dos intervenientes e foram posteriormente transcritas na íntegra e objeto de análise de conteúdo. Os dados obtidos, apesar das limitações devidas ao número reduzido da amostra, remetem-nos para a necessidade de refletir sobre os tópicos analisados, partilhando-os com a comunidade educativa e outros agentes envolvidos afim de se reverem práticas e promover atitudes congruentes com uma mudança que vá ao encontro das reais necessidades dos jovens com necessidades adicionais de suporte e das suas famílias.
- Promoção da leitura através da tutoria entre pares no 1.º Ciclo do Ensino BásicoPublication . Martins, Helena Maria Borges; Sanches-Ferreira, ManuelaTendo por base as investigações que reconhecem a importância da leitura e sua influência no sucesso educativo, bem como os benefícios da tutoria entre pares, pretendemos analisar a implementação dessa estratégia. Para tal realizou-se um estudo com desenho de investigação quase experimental de linha de base múltipla (Horner et al., 2005), procurando avaliar os efeitos do programa ao nível da precisão e fluência da leitura. Assim, este estudo, realizado em 5 escolas de um agrupamento de escolas do distrito do Porto, pretendeu avaliar o impacto da implementação da estratégia de tutoria entre pares no desenvolvimento das competências de leitura em 91 alunos do 2.º e 4.º ano, do primeiro ciclo, com e sem necessidade de medidas universais e seletivas de suporte à aprendizagem e à inclusão, esperando contribuir para uma melhoria na capacidade leitora dos alunos. Os resultados obtidos são indicativos de uma evolução positiva da leitura nas cinco turmas, encontrando diferenças significativas entre momentos de avaliação no índice de precisão e no índice de fluência. A partir da análise dos resultados, verificou-se também que os que inicialmente apresentaram menor desempenho na precisão, foram os que evoluíram mais nesse parâmetro durante o estudo. Constata-se ainda que os participantes do sexo feminino evidenciaram ganhos mais elevados do que os do sexo masculino. Ao nível da fluência, no quarto ano, as diferenças encontradas entre momentos de avaliação sugerem ser mais favorável a primeira intervenção do que a segunda. Além disso, nas duas últimas turmas intervencionadas, encontrou-se diferenças significativas que constatam um maior ganho para a turma do quarto ano, comparada com a do segundo. Assim, afigura-se a tutoria entre pares como uma estratégia para a promoção da leitura com relevância em termos pedagógicos e educativos.
- Os efeitos de um programa de intervenção na participação social de uma criança com perturbação do espectro de autismo em jardim-de-infânciaPublication . Dias, Patrícia Filipa dos Santos; Alves, Sílvia Regina GonçalvesAs interações sociais com os pares são fundamentais para o desenvolvimento da criança, permitindo-lhe, através da relação com o outro, adquirir competências sociais, emocionais e cognitivas. Contudo, a literatura tem vindo a mostrar consistentemente que as crianças com incapacidades tendem a ter menos amigos e menos contactos sociais em contexto escolar e, por isso experienciam menos oportunidades para desenvolverem as suas competências sociais. Em particular, as limitações nas competências sociais e de interação apresentadas pelas crianças com perturbação do espectro do autismo (PEA) constituem um fator de risco na sua participação social, a que acrescem as interações que estabelecem com os pares com desenvolvimento típico e as atitudes de aceitação que estes demonstram face à incapacidade. Deste modo, este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos de um programa de intervenção formado por duas componentes – sensibilização face à incapacidade e mediação por pares - nas interações, nas relações de amizade e nas atitudes de aceitação demonstradas pelos pares com desenvolvimento típico face a um aluno com PEA, implementado numa sala de jardim-de-infância. Trata-se de um estudo experimental de sujeito único, cujos resultados foram avaliados através da Escala de Atitudes e Aceitação, da nomeação sociométrica, da observação das interações e da Sensory Processing Measure- Preschool. Os resultados evidenciaram uma crescente aceitação social dos pares, verificada no final da intervenção através de atitudes mais positivas e do aumento de interações sociais com a criança com PEA. A criança com PEA passou a participar com mais frequência nas brincadeiras livres com os pares no contexto de sala de aula e de recreio, assim como entrou em redes de amizades.
- A implementação do DL54/2018: a visão do professor de educação especialPublication . Rolim, Maria Luísa de Carvalho Morgado Belo; Sanches-Ferreira, ManuelaA publicação do Decreto-Lei nº 54/2018, de 6 de julho, estabeleceu um compromisso com a educação inclusiva, através de metodologias e práticas educativas, assentes num modelo de Abordagem Multinível de Suporte. Este facto criou expectativas e convicções em toda a comunidade educativa, com relevância para os professores de educação especial. Neste sentido, o presente estudo pretende contribuir para o conhecimento do processo de implementação deste modelo, segundo a visão de alguns professores de educação especial. Para tal, foram realizadas 15 entrevistas a professores de educação especial de escolas do norte de Portugal, cujos dados foram examinados segundo uma análise de conteúdo temático. Os resultados demonstraram o prolongamento de algumas preocupações relativas à operacionalização do modelo Abordagem Multinível de Suporte, nomeadamente sobre a elegibilidade dos alunos para os serviços de educação especial, os documentos pedagógicos, o papel do professor de educação especial e a falta de recursos.
- A Perspetiva de jovens/adultos com deficiência sobre barreiras e facilitadores à participação em CACI, através da metodologia PhotovoicePublication . Coelho, Cátia Sofia Rios; Sanches-Ferreira, ManuelaO CACI procura não apenas promover a autonomia, a qualidade de vida das pessoas com deficiência, envolvendo-as em decisões que afetam o seu Projeto de Vida. No entanto, em instituições que atendem a pessoas com deficiência, os princípios de qualidade e autodeterminação frequentemente não são aplicados na prática diária, com a participação na tomada de decisões sendo mínima. Neste estudo pretendeu-se explorar as perceções e experiências dos participantes sobre a sua rotina diária no sentido de identificar facilitadores e barreiras ao seu bem-estar na instituição; explorar o significado atribuído pelos jovens à sua possibilidade de participar na tomada de decisão na instituição; e promover a participação destes jovens na tomada de decisão relativamente ao seu quotidiano através da metodologia de Photovoice. Para atingir estes objetivos, a partir de uma abordagem exploratória, adotamos um desenho de estudo de caso e utilizamos a metodologia de Photovoice e Focus Group para explorar as perceções e experiências de oito jovens adultos que participam nas atividades de uma instituição. Esta amostra foi selecionada por conveniência. Cada momento de recolha de dados foi gravado e sujeito a transcrição para posterior análise. Para proceder à análise das entrevistas, Focus Groups, foi utilizada a análise temática de (Braun & Clarke, 2006). Os resultados da investigação demonstram que os participantes conseguiram identificar doze barreiras e dois facilitadores, tendo-se identificado fatores que poderão ser tidos em consideração numa instituição para pessoas com deficiência no sentido de promover a sua qualidade de vida e participação e, assim, a qualidade dos serviços.
- Estudo da adequação do contexto às necessidades adicionais de suporte: implicações na autodeterminaçãoPublication . Correia, Dorisa Marlene Martins; Sanches-Ferreira, Maria ManuelaObjetivo: A nossa investigação tem como objetivo avaliar as necessidades adicionais de suporte a jovens/adultos com incapacidade do Centro de Apoio e Reabilitação para Pessoas com Deficiência – CARPD com idades compreendidas entre os 16 e os 40 anos. Procuramos também determinar de que modo as suas necessidades de suporte variam em função de fatores pessoais, da efetiva participação nas atividades, da adequação do suporte prestado pelo ambiente e da sua autodeterminação. Método: Participaram neste estudo 25 jovens/adultos com necessidades adicionais de suporte. Junto de cada jovem/adulto e do seu tutor/pessoa significativa foi recolhida informação sobre: (1) as suas necessidades de apoio nas atividades do quotidiano através da aplicação da Supports Intensity Scale (SIS); (2) os suportes fornecidos pelo meio e a participação (ou não) nas atividades; (3) a autodeterminação através da aplicação da Escala de Autodeterminação (ARC). Resultados: De modo global, as necessidades de suporte mais elevadas estão associadas a jovens/adultos com níveis de incapacidade mais elevados, com menor realização de atividades e menor nível de autodeterminação. As “Atividades de Proteção e Defesa”, seguindo-se “Atividades de Aprendizagem ao Longo da Vida" e as “Atividades de Trabalho e Emprego”, são aquelas onde os participantes apresentam menor índice de participação e, tendencialmente, onde o apoio prestado pelo contexto tende a ser menor do que o necessário. Os resultados serão discutidos à luz da necessidade de envolver todos os agentes da comunidades num esforço concertado no sentido de desde cedo (desde a escola) começar a planear o futuro dos jovens/adultos com incapacidade com vista ao seu projeto de vida.
- As atitudes das crianças em idade pré-escolar em relação aos seus pares com necessidades adicionais de suporte: associação a características pessoais e sociaisPublication . Freire, Joana Filipa Alves; Sanches-Ferreira, Maria ManuelaO objetivo deste estudo prende-se com a análise do papel de alguns fatores que estão associados ao desenvolvimento das atitudes das crianças em idade pré-escolar com desenvolvimento típico em relação aos seus pares com necessidades adicionais de suporte. Para isso, tomamos em consideração as características pessoais e sociais, que foram analisadas através das experiências anteriores das crianças, crenças, contextos e atitudes dos pais e educadores/as face à interação com pares com necessidades adicionais de suporte. A recolha de dados foi realizada com recurso a quatro escalas: Understanding Disability Scale, Perceived Attributes Scale, Perceived Capabilities Scale e Behavioral Intentions Scale, desenvolvidas por Van Hooser, em 2009, questionários aos pais e aos educadores. As atitudes das crianças foram avaliadas partindo da observação de dois conjuntos de fotografias de crianças de três grupos distintos: o primeiro conjunto com 1) com incapacidade motora, 2) com incapacidade intelectual, 3) sem incapacidade com os pares; e o segundo conjunto com os três grupos apresentados anteriormente sem os pares. Participaram nesta investigação 33 crianças com idades compreendidas entre os 4 e os 6 anos de idade, a frequentar o ensino pré-escolar e divididas por oito salas, sendo que quatro tinham crianças com Necessidades Adicionais de Suporte (NAS) e as restantes quatro não tinham crianças com NAS. Os resultados demostraram a existência de associações entre a experiência dos pais e as atitudes das crianças e entre o desenho e o contexto em que estão inseridas. Tendencialmente, demonstram atitudes mais positivas face aos pares com desenvolvimento típico do que os pares com deficiência física e incapacidade intelectual.
- O meu irmão mais novo tem uma deficiência: sentimentos e dinâmicas nas relações fraternasPublication . Dias, Tatiana Carina Lima; Sanches-Ferreira, Maria ManuelaO presente trabalho, através de dois estudos, teve como objetivo estudar os sentimentos associados ao ser irmão de pessoas com deficiência. No primeiro estudo, realizaram-se quatro entrevistas de forma a compreender os diferentes sentimentos presentes nos irmãos mais velhos de pessoas com deficiência e, no segundo estudo, e com base nas respostas às entrevistas e a literatura científica acerca do tema, realizou-se um questionário a oitenta e uma pessoas, por forma a perceber a possível constância de alguns sentimentos. Ficou evidente que crescer com um irmão com deficiência tem implicações para toda a família e que a adaptação positiva e o relacionamento harmonioso são aspetos fundamentais para enfrentar as situações stressantes que decorrem dos obstáculos impostos pela sociedade. Destacou-se ainda a necessidade de proteção dos participantes para com o seu irmão, a qual contribui para o desenvolvimento do sentido de responsabilidade na vida adulta. O estudo permitiu também analisar em que medida a vivência com irmão mais novo com deficiência varia em função de variáveis pessoais e associadas ao irmão. O tipo de deficiência é um aspeto que influencia o cansaço sentido pelos irmãos e à medida que aumenta a idade, a tendência é também para o aumento do impacto das atitudes dos outros face ao seu irmão com deficiência. Houve também evidências que demonstraram que a institucionalização dos irmãos com deficiência, quando comparado com os irmãos que trabalham, traz maior desgaste psicológico.
- Surdez e Síndrome de Down em ambiente educativo - desafios e redes de suportePublication . Ascenção, Elsa Ferreira de Castro; Sousa, Susana Barbosa deSegundo Kozma (2008), a Síndrome de Down consiste na presença de uma cópia extra no cromossoma 21, sendo que ao invés da normal duplicação do mesmo, ocorre uma triplicação. As caraterísticas ligadas a esta síndrome são várias, sendo que as suas feições são a mais conhecida. O facto de apresentarem uma estrutura facial mais pequena leva a que, por exemplo, as suas orelhas e estruturas auditivas sejam também mais pequenas, existindo assim uma maior possibilidade de ocorrerem problemas auditivos, o que está diretamente relacionado à percentagem elevada de casos de surdez nesta patologia (Kozma, 2008). A surdez é uma alteração no sistema auditivo e/ou nas vias auditivas que reduz ou impede o acesso aos estímulos sonoros (Nunes et al., 2015). Surge então o presente estudo que tem como objetivo estudar esta realidade da Síndrome de Down, em ambiente educativo. O estudo consiste na observação de uma aluna surda que apresenta Síndrome de Down, estudante numa Escola de Referência para a Educação e Ensino Bilingue do Norte do país, em que o objetivo primordial é explorar os seus padrões de participação/interação no seu contexto escolar e ainda identificar as estratégias de suporte à sua participação. Para a recolha dos dados, são utilizadas grelhas de observação e entrevistas efetuadas aos profissionais que acompanham o dia a dia da aluna na sua escola. Os resultados apresentados demonstram que a aluna deste estudo tem níveis de interação e inclusão escolar bastante positivos, uma vez que as adaptações adequadas estão a ser realizadas pelos profissionais que, diariamente, trabalham junto da aluna.
- Satisfação da família com os serviços de Educação EspecialPublication . Coelho, Maria de Jesusa Azevedo; Ferreira, Manuela SanchesO Decreto-Lei nº 54/2018 de 6 de julho defende uma escola inclusiva e revoga o anterior Decreto-Lei nº 3/2008 que regulamentava a Educação Especial em Portugal. Em prol de uma escola verdadeiramente inclusiva, surge um quadro legal alinhado com uma visão holística e com uma abordagem contínua e integrada do percurso escolar. Com esta legislação, reforça-se o estatuto dos pais e encarregados de educação, estabelecendo um conjunto de direitos e deveres conducentes ao seu envolvimento em todo o processo educativo dos seus educandos. Os pais ou encarregados de educação têm o direito e o dever de participar e cooperar ativamente em tudo o que se relaciona com a educação do seu educando, bem como aceder a toda a informação constante no processo individual do aluno, designadamente no que diz respeito às medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão (artigo 4º do Decreto-Lei nº 54/2018 de 6 de julho). As famílias são inquiridas para avaliar a eficácia dos serviços prestados aos seus educandos. Sendo a Educação Especial entendida como um conjunto de serviços, avaliamos, através de uma versão adaptada da tradução do “ Parental Satisfaction With Special Education Services in the United States Virgin Islands”, o grau de satisfação das famílias de alunos com necessidade de mobilização de medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão e o seu envolvimento. Os resultados obtidos permitem-nos concluir que o nível de satisfação da família com as diferentes áreas apoiadas pelos Serviços de Educação Especial, essenciais ao desenvolvimento do aluno se situa no nível 3 “satisfeito”. Permite-nos, ainda, aferir que as famílias ainda não estão plenamente satisfeitas com os serviços de Educação Especial. Para que o grau de satisfação aumente é fundamental considerar as suas expectativas e principais necessidades, perceber o seu envolvimento como um facilitador em todo o processo educativo dos alunos.