ISEP - DM – Engenharia Química
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O Mestrado em Engenharia Química, visando a especialização nas áreas ambiental e energética, nasceu da necessidade de conjugar a optimização dos recursos ambientais e energéticos com a engenharia química.
O Mestrado em Engenharia Química (2º ciclo) tem como objetivo aprofundar os conhecimentos adquiridos na Licenciatura (1º ciclo) em áreas fundamentais para o engenheiro químico, como fenómenos de transporte, termodinâmica, reatores químicos, matemática aplicada à engenharia e projeto e conferir aos diplomados as competências técnicas e científicas adequadas a cada um dos ramos: Tecnologias de Proteção Ambiental e Otimização Energética na Indústria Química.
Os diplomados devem possuir capacidade de planear e conduzir experiências, analisar e interpretar resultados, projetar um sistema ou um processo para atingir determinada necessidade com constrangimentos realísticos (económicos, ambientais, sociais, de saúde, de segurança e de sustentabilidade). Devem demonstrar as competências adquiridas para identificar, equacionar e resolver problemas complexos de engenharia química e devem saber colaborar no desenvolvimento e na aplicação de novos produtos e de novos processos.
• Ramo de Otimização Energética na Indústria Química
É objetivo específico do Mestrado em Engenharia Química – Ramo de Otimização Energética na Indústria Química formar técnicos de engenharia com elevada preparação técnica e científica, capazes de avaliar o consumo de energia de uma unidade industrial e propor alterações no sentido da sua otimização, tendo em conta a necessidade de aumentar o nível tecnológico e a eficiência dos processos. Os diplomados devem ainda ser capazes de gerir sistemas de produção de energia, colaborar na realização de auditorias energéticas, definir e implementar planos de racionalização da utilização da energia.
• Ramo de Tecnologias de Proteção Ambiental
É objetivo específico do Mestrado em Engenharia Química – Ramo de Tecnologias de Proteção Ambiental a formação de técnicos de engenharia com elevada preparação técnica e científica, capazes de projetar e operar unidades de proteção ambiental, nas áreas de tratamento de águas e águas residuais, de emissões gasosas e de resíduos sólidos. Os diplomados terão capacidade para aplicar conhecimentos e implementar tecnologias que garantam um avanço real nas técnicas de proteção ambiental
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- Aditivos de Microplásticos e outros Contaminantes em Ambientes Terrestres: um Desafio EmergentePublication . Pereira, Ariane Noronha de Carvalho; Matos, Cristina Maria Fernandes Delerue Alvim deA presença de microplásticos, pesticidas orgânicos persistentes e aditivos de plásticos em ambientes aquáticos e terrestres representa uma ameaça para o meio ambiente, e também para a saúde humana. O principal objetivo deste trabalho foi desenvolver e otimizar um método de extração e análise para avaliar a presença de diferentes contaminantes em 21 amostras de solo que foram recolhidas em locais distintos no Parque Natural de Montesinho (PNM), situado na Região de Trás-os-Montes. As famílias de contaminantes pesticidas piretróides (Pyr) e organoclorados (OCP), éteres difenílicos polibromados (PBDE) e policlorobifenilos (PCB) foram estudadas e analisadas por extração QuEChERS e cromatografia gasosa com detetor de captura de eletrões (GC-ECD). Todas as amostras foram caracterizadas físico-quimicamente. Os parâmetros analisados foram pH, humidade e matéria orgânica. Os valores de pH variaram entre 3,88 e 6,79, o teor de humidade variou entre 3,12 e 28,02% e o teor de matéria orgânica variou entre 0,67 e 3,01%. Dos 37 contaminantes estudados, 34 apresentaram um bom resultado para a taxa de recuperação que variou entre 70 a 120%, para o efeito matriz o valor variou entre 1,6 e 10,1%. Os desvios-padrão relativos dos estudos de repetibilidade e reprodutibilidade foram ≤ 15% e r 2 > 0,99 para 35 dos compostos. Os limites de quantificação foram de 2,15 a 11,87 µg kg-1 , e os limites de deteção foram de 0,64 a 3,56 µg kg-1 , dependendo do composto. Os contaminantes, aldrina, p,p'-DDE, λ-cialotrina, cipermetrina, BDE 154, BDE 100 e PCB 101 foram quantificados nas amostras de solo. Os resultados obtidos mostraram que as técnicas analíticas utilizadas apresentaram bom desempenho na análise simultânea de diversos contaminantes de diferentes famílias, no entanto, carece de otimizações para seguimento em trabalhos futuros, nomeadamente, otimizações no processo de extração e limpeza, e análise dos extratos de solo por GC acoplada a Espectrometria de Massa (GC-MS). Uma vez que o PNM tem uma grande diversidade de fauna e flora, é muito importante que mais estudos como este sejam feitos de modo a controlar a presença de contaminantes no solo, uma vez que estes causam vários riscos para a saúde humana e também para toda a biota do parque.
- Adsorção de poluentes emergentes em carvão ativado produzido a partir de resíduos lenhocelulósicosPublication . Silva, Pedro Manuel Almeida Marques da; Freitas, Maria Madalena Alves de; Silva, Paula Cristina PereiraO consumo de produtos farmacêuticos tem aumentado nos últimos anos. Parte dos fármacos consumidos são excretados e permanecem nas águas residuais como substâncias bioativas. A deteção de alguns fármacos nos efluentes das estações de tratamento de águas residuais, indica que a tecnologia e os processos utilizados não têm sido eficazes na remoção destes compostos. Estes fármacos são denominados de poluentes emergentes e estão associados a efeitos negativos nos ecossistemas aquáticos e na saúde humana mesmo na ordem dos ng/L. Tendo em conta o problema apresentado, este trabalho consistiu no estudo da adsorção de poluentes emergentes, nomeadamente, ciprofloxacina e carbamazepina, em carvão ativado produzido a partir de resíduos de pinha. O carvão ativado foi produzido por ativação química com hidróxido de potássio, tendose obtido um material com uma distribuição de tamanho de partícula alargada. A caracterização textural indica que o material é microporoso (volume de microporos de 0,483 cm3/g) com uma área superficial específica de 1224 m2/g. Verificou-se que partículas com diâmetro inferior a 0,710 mm possuem uma estrutura porosa mais desenvolvida do que as partículas com diâmetro superior a 2,0 mm, com valores das áreas superficiais de 1315 e 971 m2/g, respetivamente. Para o estudo do equilíbrio de adsorção de ciprofloxacina, verificou-se que o modelo de Freundlich proporciona um bom ajuste aos dados experimentais, com capacidades de adsorção experimentais da ordem de 180 mg/g. No estudo do equilíbrio de adsorção para a carbamazepina, verificou-se que o modelo que melhor ajusta os dados experimentais é o modelo de Sips, obtendo-se uma capacidade de adsorção máxima para as partículas menores de 176 mg/g e de 62 mg/g para as partículas maiores. Na adsorção de carbamazepina em leito fixo foi obtido um tempo de ruptura baixo, 4 minutos, o que originou uma curva de ruptura com uma forma assimétrica e atípica, sugerindo que a adsorção da carbamazepina em leito fixo pode ser limitada por limitações difusionais intraparticulares. Nos ensaios cinéticos efetuados verificou-se que os dados experimentais foram bem ajustados pelo modelo de difusão intraparticular de Weber e Morris. Os resultados sugerem que a adsorção de carbamazepina nas partículas com diâmetro superior a 2,0 mm é controlada pela difusão intraparticular e para as partículas com diâmetro inferior a 0,710 mm a cinética de adsorção é mais rápida e não é controlada exclusivamente pela difusão intraparticular. A velocidade de difusão intraparticular de carbamazepina foi maior nas partículas de diâmetro inferior a 0,710 mm, visto que o valor do coeficiente de difusão intraparticular foi de 0,79 mg/(g.min2), enquanto que nas partículas mais pequenas o valor deste coeficiente foi 5,93 mg/(g.min2), ou seja 6,74 vezes superior. Os resultados sugerem que as características texturais do carvão ativado influenciaram fortemente a adsorção da carbamazepina. Concluiu-se que a utilização do carvão ativado à base de resíduos de pinha, com diâmetro de partícula superior a 2,0 mm não é viável para o tratamento de efluentes em maior escala, devido às limitações difusionais internas e velocidades de adsorção baixas.
- Aferição das diferenças de acuidade visual de rolhas de cortiçaPublication . MONTEIRO, FILIPA BEATRIZ ALMEIDA; Correia, Maria Manuela BarbosaPortugal dis8ngue-se como o maior produtor de cor8ça, destacando-se na produção de rolhas de cor8ça u8lizadas para vedação de vinho. A qualidade destas é avaliada por classificação visual, uma técnica com elevada subje8vidade, exigindo assim a necessidade de calibrar os analistas, de modo a garan8r uma maior uniformidade e fiabilidade dos resultados. O estudo centrou-se na inves8gação das diferenças de acuidade visual e na capacidade de deteção de defeitos em rolhas de cor8ça natural entre analistas da qualidade, avaliando a repe8bilidade e reprodu8bilidade dos resultados, bem como a existência de diferenças esta8s8camente significa8vas. Foram analisadas 6 amostras de rolhas de diferentes classes e calibres por 15 analistas de 7 laboratórios dis8ntos. A análise dos dados ob8dos foi realizada através do método de Kapa de Fleiss, do método Kapa de Cohen e do teste z. Os resultados demonstraram uma boa repe8bilidade nas classificações realizadas pelos mesmos analistas. No entanto, observaram-se variações entre as avaliações de analistas do mesmo laboratório, em algumas amostras, sendo que essas diferenças foram esta8s8camente significa8vas. Estas discrepâncias tornam-se ainda mais acentuadas na comparação entre laboratórios, onde se verificou menor reprodu8bilidade e níveis de concordância reduzidos, reforçando a necessidade de homogeneização dos critérios de classificação visual entre empresas e de treino sistemá8co para reduzir as diferenças.
- Análise e otimização do rendimento de caldeiras industriais de vapor sobreaquecidoPublication . Ribeiro, António Luís Laginhas; Sá, Christopher Silva Alves deO presente trabalho teve como objetivo principal determinar a eficiência energética das três caldeiras quatubulares que fazem parte da central de Cogeração da RAR Açúcar e produzem vapor sobreaquecido. Estas utilizam como combustível o fuelóleo nº4 e/ou gás natural (GN), sendo que as caldeiras 1 e 3 têm a possibilidade de queimar os dois combustíveis, simultaneamente ou não, enquanto a caldeira 2 apenas queima fuelóleo nº4. Foram realizados ensaios em carga das 3 caldeiras e, após análise dos gases de combustão e das perdas energéticas, determinaram-se os rendimentos segundo as normas ASME (American Society of Mechanical Engineers) PTC 4-2013, ADENE (2019) e o método direto. Concluiu-se que os métodos indiretos são mais rigorosos que o método direto, que apresentou limitações. Verificou-se também que o rendimento difere conforme o tipo de combustível queimado e no caso da queima de fuelóleo nº4, para um caudal médio de 536,2 kg/h, os valores de rendimento foram iguais a 71,4, 85,2 e 80,3% (ASME), para as caldeiras 1, 2 e 3, respetivamente. Para o GN obteve-se um rendimento médio de 94,0% (ASME) na caldeira 1 e para a queima mista com razões de Fuelóleo nº4/GN de 90/10, 80/20 e 70/30, os rendimentos foram 83,2%, 84,6% e 83,2% (ASME), respetivamente. As perdas económicas associadas às perdas térmicas nas caldeiras foram significativas e com valores compreendidos entre [883,14 – 1223,67] €/dia. Num ensaio teste onde se diminuiu o caudal de ar alimentado à caldeira 2, modificando a abertura da válvula de ar de 22% para 18%, as perdas diminuiram para um intervalo compreendido em [746,89 – 1087,65] €/dia, fazendo sentido implementar um sistema de controlo que otimize o processo de queima do combustível.
- Análise qualitativa e quantitativa de amianto nos solosPublication . MAIA, MARIA COUTINHO; Freitas, Olga Manuela Matos de; Ramalhosa, Maria João DantasA presente dissertação resulta do estágio curricular realizado na empresa Eurofins Environment Lab Testing Portugal, no âmbito do Mestrado em Engenharia Química do Instituto Superior de Engenharia do Porto. O trabalho teve como principal objetivo a implementação de uma metodologia de análise qualitativa e quantitativa de amianto em solos, com base na norma internacional ASTM D7521-22, adaptada às condições laboratoriais da Eurofins. O amianto, composto por minerais fibrosos com propriedades físico-químicas únicas, foi amplamente utilizado em diversas indústrias até à sua proibição em muitos países, incluindo Portugal. A sua presença residual em solos representa um risco significativo para a saúde pública e para o ambiente, sendo essencial o desenvolvimento de métodos eficazes para a sua deteção e quantificação. No decurso deste trabalho, foram estudadas as normas internacionais relativas à análise de amianto nos solos e, posteriormente, realizados ensaios laboratoriais em três fases, que permitiram testar e otimizar cada etapa do processo analítico, desde a secagem e peneiração das amostras, até à análise por microscopia ótica de luz polarizada e microscopia eletrónica de transmissão. Nas duas primeiras fases foram utilizadas amostras isentas de amianto, de forma a otimizar os procedimentos e evitar os riscos na sua manipulação. Na terceira fase utilizaramse amostras contaminadas, tendo sido possível identificar as fibras e validar a parte qualitativa da metodologia. O trabalho incluiu também a avaliação de custos de implementação, a análise de riscos associados ao manuseamento de amostras contaminadas e a participação em ensaios interlaboratoriais (Asbestos In Soil Scheme), que evidenciaram a necessidade de melhorias na quantificação. Como resultado, definiu-se que, numa primeira etapa, apenas a componente qualitativa da análise de amianto em solos seguiria para acreditação, ficando a validação quantitativa para uma fase posterior. Este trabalho culmina com a definição do âmbito da metodologia a implementar, estabelecendo a análise qualitativa como primeira etapa do processo de acreditação. Paralelamente, realizouse uma auditoria interna, visando preparar a auditoria externa que será, futuramente, realizada.
- Aplicação da metodologia MCP a estimativas de produção anual de energia pós-operacional em parques eólicosPublication . Costa, Mariana Marques Passos Alves da; Mendonça, Jorge Manuel PiresA implementação de um parque eólico envolve uma série de desafios, incluindo a avaliação da sua viabilidade económica e a obtenção de financiamento. Portanto, a análise do recurso eólico e da estimativa de energia associada desempenha um papel crucial. No entanto, a estimativa da produção anual de energia elétrica pré-construtiva enfrenta várias fontes de incerteza, que podem ser atribuídas a medições realizadas ou a pressupostos dos modelos utilizados. O objetivo deste estudo consiste em identificar uma metodologia simples para estimar a produção anual de energia elétrica de Longo Termo pós construção. Isso foi realizado através da análise da correlação entre diversas fontes históricas de dados de vento e as produções mensais reais observadas em parques eólicos em operação. Além disso, este estudo investigou como o período de operação do parque eólico afeta a estimativa de produção de energia a Longo Termo em projetos com maior tempo de operação. Também avaliou o impacto das diferentes fontes históricas de dados de vento na estimativa de produção de energia de Longo Termo. Em parques eólicos que fazem parte de um complexo eólico, o método foi aplicado ao complexo e a estimativa de produção anual de energia foi comparada com a estimativa agregada da produção individual dos parques eólicos. O estudo desenvolveu-se em três fases distintas: a análise e validação da metodologia adotada, a análise da influência do tempo de correlação em parques com 20 e 4 anos de operação e o estudo da influência da agregação espacial em complexos eólicos. A metodologia utilizada foi analisada através de um estudo da relação entre o coeficiente de correlação (R²) e o desvio da produção de energia de Longo Termo em relação ao valor médio de produção real do parque, indicando que o R² é um indicador confiável para a seleção adequada da série de reanálise a ser utilizada no cálculo da estimativa de produção de energia. Para além disso, realizou-se uma avaliação do cumprimento dos pressupostos da regressão linear e os resultados revelaram que, de uma forma geral para todos os parques e complexos, o modelo de regressão linear empregado é estatisticamente significativo. Além disso, os resíduos gerados pelo modelo apresentam uma distribuição normal, e na maioria dos casos, não foi identificada auto correlação nos resíduos. Ao analisar os parques com 20 anos de operação, observou-se uma tendência de redução gradual da dispersão dos dados à medida que o número de anos aumenta. Isso sugere que, para obter estimativas de Longo Termo mais precisas e próximas da realidade, é recomendável utilizar o maior número possível de anos de dados operacionais. Em relação à mediana, não foram identificadas diferenças significativas entre os grupos, pois as combinações resultaram em valores medianos semelhantes. As métricas de erro, como o RRMBE e RRMSE, seguiram o comportamento esperado, apresentando uma diminuição na dispersão à medida que o número de anos de operação aumenta. Isso sugere que as previsões estão, em média, mais próximas dos valores reais, com menos viés ao longo dos anos, indicando uma maior consistência nas estimativas. Quanto aos parques com 4 anos de operação, os resultados apontam para diferenças e nuances entre os grupos, principalmente em relação à dispersão dos resultados, no entanto, essas diferenças não se mostraram estatisticamente significativas. No contexto dos complexos eólicos, a análise revelou que não há uma diferença significativa entre a utilização da série de reanálise mais adequada para o complexo e a melhor para cada parque individualmente. Para além disso, parece não parece haver uma vantagem evidente na realização de estudos individuais para cada parque relativamente ao estudo para o complexo, visto que a diferença entre essas abordagens é insignificante em comparação com a incerteza típica do modelo e da própria estimativa de produção.
- Aplicação de processos biológicos para a remoção de microplásticos de águas residuaisPublication . GONÇALVES, LUÍS ANTÓNIO AZEVEDO; Figueiredo, Sónia Adriana Ribeiro da CunhaA presente dissertação explora estratégias inovadoras para a remoção de microplásticos de águas residuais urbanas, em conformidade com a Diretiva Europeia UE 2024/3019, que impõe a sua monitorização nas estações de tratamento de águas residuais e a implementação de medidas que reduzam a sua presença nas águas residuais e lamas. O estudo centrou-se na biodegradação de microplásticos usando a enzima lacase, uma multicobre oxidase produzida por fungos de podridão branca e reconhecida pela sua elevada versatilidade biocatalítica. Foram estudados três tipos de microplásticos: poliamida 6 (PA6), com tamanho de 10– 20 μm; polietileno de baixa densidade (LDPE), com partículas de 300 μm e 600 μm; e politereftalato de etileno (PET), com tamanho de 300 μm. Cada tipo foi analisado em duas condições distintas: sem envelhecimento e com envelhecimento artificial, realizado durante 33 dias sob exposição a luz fluorescente branca, a uma temperatura de 22 °C e com 70% de ventilação. Ao longo dos ensaios, foi feita a monitorização da atividade enzimática, através do substrato cromogénico ácido 2,2′-azino-bis(3-etilbenzotiazolina-6-sulfónico (ABTS). No final do período experimental (7 dias), avaliaram-se os parâmetros físico-químicos pH, condutividade e sólidos suspensos totais. Adicionalmente, procedeu-se à caraterização dos microplásticos, através das técnicas analíticas de espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) e espectroscopia de micro-Raman, com o objetivo de identificar possíveis alterações estruturais nos polímeros. Nos estudos com microplásticos virgens, a lacase demonstrou interações superficiais. No ensaio com LDPE de 300 μm, observaram-se alterações no pH e condutividade, mas sem evidência de degradação estrutural. O PA6 apresentou formação de subprodutos e modificações espectrais ligeiras identificadas por micro-Raman. No PET, observaram-se sinais de oxidação superficial, evidenciados pelo aumento da intensidade das bandas associadas aos grupos carbonilo e hidroxilo; contudo, não tendo sido identificadas alterações da estrutura polimérica principal. Nos ensaios com microplásticos envelhecidos, verificou-se que o envelhecimento aumentou a suscetibilidade do PA6 à ação da lacase, refletida numa redução nos sólidos suspensos totais e por alterações nas bandas caraterísticas do grupo amida detetadas por FTIR. O PET envelhecido evidenciou uma fragilidade acrescida da matriz polimérica e sinais de oxidação superficial detetados por FTIR, sugerindo que o envelhecimento favoreceu a atuação da lacase a nível da superfície do microplástico. Em contraste, o LDPE manteve-se altamente resistente, não evidenciando alterações estruturais relevantes, mesmo após envelhecimento. Conclui-se que a eficácia da lacase é influenciada pela natureza química, granulometria e estado de envelhecimento dos microplásticos. Embora não tenham sido observadas alterações relevantes, a lacase demonstrou potencial para induzir modificações superficiais nos microplásticos.
- Aproveitamento energético de resíduos de pinheiroPublication . PINTO, ANASTÁCIA MAIYATI DE FÁTIMA; Ribeiro, Albina Maria de Sá; Silva, Felipe Thalles Moreira; Pimenta, Maria Paula Moreira de Carvalho Amorim NetoAs alterações climáticas e o aquecimento global aumentam a necessidade do uso de energias renováveis, tendo a biomassa vindo a ganhar destaque como alternativa aos combustíveis fósseis. Este trabalho teve como objetivo a valorização energética de resíduos de pinheiro, provenientes da primeira transformação da resina bruta (cedidos pela empresa PinoPine), especificamente, da etapa de malaxagem e filtração, por meio de pirólise lenta em reator de leito fixo. Os resíduos, foram submetidos a temperaturas no interior do reator entre 247 °C e 778 °C. Assim, avaliou-se o efeito da temperatura nos rendimentos e nas propriedades dos produtos gerados: bio-óleo, carbonizado e gases não condensáveis. Para a caracterização dos resíduos de pinheiro os parâmetros determinados incluíram: teor de humidade (26,94 %), teor de cinzas (1,80 %), materiais voláteis (78,73 %), carbono fixo (19,47 %), poder calorífico superior (PCS) de 20,63 MJ/kg e teor de carbono total (53,4 %). No estudo da influência da temperatura no processo de pirólise, verificou-se que temperaturas mais baixas favoreceram a produção de carbonizado, com rendimentos superiores a 65,87 %; com o aumento da temperatura, o rendimento diminuiu gradualmente, estabilizando-se em torno de 26,72 % a partir dos 592 °C. Já o rendimento do bio-óleo aumentou até atingir um máximo de 51,74 % aos 508 °C. A produção de gases apresentou uma tendência crescente ao longo de toda a gama de temperaturas, atingindo os 29,14 % aos 778 °C. A elevação da temperatura influenciou significativamente as propriedades do carbonizado, destacando-se o aumento do teor de cinzas (1,40–3,87 %), do carbono fixo (33,97–91,67 %), do carbono total (55,8–85,1 %), do pH (5,259–10,202), da condutividade elétrica (73,8–248,8 μS/cm) e do potencial de calagem (1,7–10,1 % CaCO₃-eq). O PCS atingiu o valor máximo de 30,87 MJ/kg a 592 °C. Verificou-se ainda uma redução acentuada no teor de materiais voláteis (64,63–4,46 %) e a humidade manteve-se baixa, variando entre 1,63-3,91 %. Relativamente ao bio-óleo, o PCS atingiu um valor máximo de 21,91 MJ/kg a 429 °C. A análise por FTIR-ATR evidenciou a presença de grupos funcionais. No que diz respeito aos gases não condensáveis, o PCS aumentou com a temperatura, atingindo até 2,34 MJ/Nm³, com destaque para a presença de CO, CH₄ e H₂. O CO revelou-se o gás predominante, refletindo a conversão térmica de compostos oxigenados da biomassa. A produção de CO₂ foi igualmente significativa.
- Auditoria Energética ao Processo de Misturação numa Indústria de Fabricação de PneusPublication . Serrano, João Gil Gonçalves; Moura, Anabela Maria Fonseca deA presente dissertação tem como objetivo fundamental a realização de uma auditoria energética ao processo de misturação na empresa Continental Mabor – Indústria de Pneus, S.A, sita em Lousado, concelho de Vila Nova de Famalicão. Iniciou-se o estudo com o levantamento energético total, para o ano de 2022, tendo se determinado um consumo específico de energia igual a 269,8 kgep/ton. Na globalidade, o custo relacionado com o consumo de energia ascendeu a cerca de 65 milhões de euros. Posteriormente efetuou-se o levantamento energético do setor da misturação, tendo se concluído que este setor é o maior consumidor de energia contabilizando 45% em relação ao consumo total da fábrica. A quantificação do consumo de energia total neste setor revelou que a energia elétrica representa 97,8% e o consumo de vapor os restantes 2,23%. No setor da misturação, as misturadoras representam o maior consumo de energia elétrica (77,5%) sendo seguidas pela ventilação (6,12%) e pelos quadros de usos gerais (3,25%). O consumo de vapor destina-se apenas para aplicação de AVAC, sendo utilizado nas baterias de aquecimento das unidades de tratamento de ar e em termoventiladores. Determinou-se igualmente um consumo específico médio anual neste setor igual a 0,093 tep/ton. Relativamente ao desenvolvimento de medidas de otimização energética, a proposta de aumento da produção em One-Step Mixing (OSM) em detrimento da produção Master Batch+Final Mix (MB+FM) para compostos de sílica permitirá poupar anulamente entre 163 € e 2291 € em custos relacionados com o consumo de energia elétrica nas misturadoras. A otimização de transformadores através da desativação parcial ou através da sua substituição permitirá poupar cerca de 9720 € anualmente e 37 000 € ao longo do tempo de vida médio dos transformadores, respetivamente. A desativação do consumo de vapor utilizado para descongelar borracha permitirá poupar cerca 37 000 € anuais, implementando-se por sua vez um sistema de recuperação de calor da corrente de condensados sujos através de um permutador de calor em espiral.
- Auditorias técnicas em métodos analíticos de química alimentarPublication . Dias, Eliana das Dores Pires; Moreira, Maria Teresa Pereira de Oliva TelesEm Portugal e na União Europeia (EU), os laboratórios acreditados são uma peça fundamental para garantir a segurança e qualidade alimentar, uma vez que conferem confiabilidade dos resultados de análises realizados em alimentos, assegurando a conformidade com padrões nacionais e internacionais. A acreditação de laboratórios é baseada na norma ISO/IEC 17025:2017, que especifica os requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. Um dos requisitos impostos pela ISO/IEC 17025:2017 é a realização periódica de auditorias internas, que tem como objetivo verificar se os métodos realizados no laboratório continuam a ser executados em conformidade com o sistema de gestão implementado e com os requisitos do mesmo. O presente estágio curricular foi realizado nas instalações da Silliker Portugal, S.A., pertencentes ao grupo Mérieux NutriSciences, e teve a duração de quatros meses. Este teve como principal objetivo o acompanhamento e realização de auditorias técnicas a métodos analíticos realizados no laboratório de química, acreditados pela ISO/IEC 17025:2017. Foram realizadas quatro auditorias técnicas aos seguintes métodos de ensaio: → Determinação do resíduo seco em leites e resíduo seco isento de matéria gorda; → Acidez total em manteigas; → Determinação do teor de azoto e cálculo do teor de proteína bruta; → Determinação de fósforo em carnes, produtos cárneos e derivados. Foram encontradas, ao longo das quatros auditorias técnicas, quinze não conformidades que foram estudadas e agrupadas segundo os requisitos da ISO/IEC 17025:2017. Conclui-se que o requisito da norma onde foram encontradas mais não conformidades, e que corresponde a 67% foi no requisito - Registos técnicos.
