Loading...
8 results
Search Results
Now showing 1 - 8 of 8
- "Shall I compare thee to an old man?" A velhice em William Shakespeare e Eugénio de AndradePublication . Mancelos, João deA velhice é um tema que emerge com frequência nas obras de William Shakespeare e de Eugénio de Andrade, sempre num tom disfórico. Em ambos, a última das sete idades do ser humano, acarreta uma série de consequências negativas: a) A beleza é efémera e os amantes abandonam; b) O declínio físico e mental é inevitável; c) Na fase final da vida, sobrevém o temor da morte. Para expressarem o efeito da senectude, Shakespeare e Eugénio recorrem a comparações semelhantes entre o ser humano e o Outono (velhice) e o Inverno (morte). Neste artigo, numa perspectiva comparada e intertextual, exemplifico e analiso essas melancólicas e dolorosas imagens. Para tanto, recorro à obra dos dois escritores, à opinião de ensaístas reputados na área dos estudos literários e da psicologia da morte e, naturalmente, à minha opinião.
- A Sinfonia das Labaredas: Fahrenheit 451, De Ray Bradbury, no Filme de Ramin BahraniPublication . Mancelos, João deNo presente artigo, pretendo analisar o romance Fahrenheit 451 (1952), de Ray Bradbury, e o filme homónimo (2018) de Ramin Bahrani, numa perspetiva comparada. Para tanto, examino os mecanismos de adaptação cinematográfica usados pelo realizador e estudo os principais momentos do arco narrativo presentes nas obras em cotejo, de acordo com a narratologia campbelliana. No sentido de escorar a minha pesquisa, recorro ao romance na recém-saída tradução de Casimiro da Piedade, ao filme de Bahrani, a entrevistas com o realizador e a estudos sobre a adaptação cinematográfica. Concluo, demonstrando que Bahrani apresentou uma adaptação inovadora e atualizada do romance clássico de Bradbury.
- O terrível nascimento da beleza: a criação literária em diversos autoresPublication . Mancelos, João deDe onde brota a inspiração para baladas de amor e canções de guerra, lendas e narrativas, tragédias e comédias? Ao longo de séculos, escritores e leitores interrogaram-se acerca do nascimento da beleza. Neste artigo, abordo essa questão intrigante, em quatro etapas: a) Examino algumas personificações criadas por Hesíodo, Homero, Luís de Camões e Federico García Lorca para descreverem a inspiração; b) Exploro as estratégias utilizadas por Samuel Coleridge, Salvador Dalí e William Burroughs, para penetrar no reino da fantasia, o inconsciente; c) Apresento as explicações científicas propostas por Sigmund Freud, Carl Jung e Robert Sperry para o impulso criativo; d) Para concluir, menciono as razões que levaram Fernando Pessoa, Eugénio de Andrade e Emily Dickinson a desconfiarem da musa inspiradora, preferindo o esforço que corrige a emoção e gera a obra de arte. Seguindo uma perspectiva comparada, o meu objectivo é mostrar diferentes formas de perceber a criatividade literária. Para tanto, recorro ao trabalho dos escritores e cientistas atrás mencionados e, naturalmente, à minha opinião.
- O Papel de Parede Amarelo, de Charlotte Perkins Gilman, traduzido por Joana RibeiroPublication . Mancelos, João deEscrito em 1892, por Charlotte Perkins Gilman, a prosa narrativa curta “The Yellow Wallpaper” só na década de setenta do século XX, com a consolidação dos “Feminist Studies”, viria a merecer a devida atenção por parte da academia e do público-leitor. Graças a numerosos estudos, esta narrativa tornar-se-ia conhecida como um exemplo ímpar não apenas da ficção gótica, como também da literatura feminista. Segundo Elaine Hedges, no prefácio à edição de 1973 desta prosa narrativa curta, publicada pela Feminist Press, o texto constitui: “one of the rare pieces of literature we have by a nineteenth century woman which directly confronts the sexual politics of the male-female husband-wife relationship” (Hedges, 1992, p. 124). Em Portugal, o texto já foi alvo de traduções de José Manuel Lopes, em 2015, e de Maria Amorim, em 2020. Em fevereiro de 2023, a Cultura Editora lança esta narrativa breve, cuidadosamente traduzido por Joana Ribeiro, ocupando um único livro, e com o título O papel de parede amarelo. A linguagem utilizada é simples, quase coloquial, suscetível de atrair um público mais jovem para o clássico da literatura em apreço. Neste contexto, destaco também as belas ilustrações, a preto e branco, da equipa de designers da We Blog You, que acompanham o texto e sintonizam a atmosfera de insanidade do enredo.
- Detectives with pimples: how «teen noir» is crossing the frontiers of the traditional noir filmsPublication . Mancelos, João deIn the last ten years, teen noir movies and series — such as Donnie Darko (2001), Brick (2005), or Veronica Mars (2004-2007) — have become increasingly popular among audiences, both in the USA and in Europe, and aroused the curiosity of critics. These teen noir adventures present darker themes and technical features that distinguish them from numerous productions aiming at young adults. Their narrative and aesthetic characteristics reinvent and subvert the tradition of classic noir movies of the forties and fifties, thus generating a sense of novelty. In this article, I focus my attention on Veronica Mars, a famous teen noir series, created by Rob Thomas, to examine: a) the teen noir themes; b) the new profile and role of the private investigator; c) the empowerment of girls/young women; d) razor-sharp dialogues; e) intertextual references to old- school noir movies. In order to do so, resort to the research of specialists in the field of neo noir, such as Mark Conrad, Foster Hirsch, or Roz Kaveney. My main goal is to prove that a new (sub)genre is slowly emerging and revivifying teen cinema.
- As I hear my voice calling: Issues and matters in autobiographyPublication . Mancelos, João deWhen asked to write her autobiography, dancer Isadora Duncan replied: “How can we write the truth about ourselves? Do we even know it?”. Autobiography, the writing of the self, constitutes a difficult genre, and poses several challenges in terms of style and narrative strategies: a) Which moments in the life of an individual should be selected? b) How can one turn public private and intimate experiences?; c) Which techniques belonging to the realm of fictional narrative can be successfully adapted to the art of autobiography? In this paper, I’m interested in debating the main problems that writers, musicians and actors, such as Maya Angelou, Bob Dylan or Michael J. Fox, associate with autobiographical writing. I also analyze a few techniques authors employed to solve or minimize those issues. To do so, I resort to the opinion of autobiographers; to the essays of specialists in creative writing; and to my experience as a teacher and researcher in that field.
- Quem vamos lapidar este ano? Técnicas de mistério em "The lottery", de Shirley JacksonPublication . Mancelos, João deShirley Jackson (1916-1965) é uma das mais célebres autoras norte-americanas nos géneros do mistério e do terror. Dentre os duzentos contos que escreveu, “The Lottery” (1948) constitui a sua narrativa mais antologiada e dileta. No presente artigo, abordo um aspeto crucial para o êxito de “The Lottery”: o mistério. Começo por definir brevemente este conceito, recorrendo à Narratologia e aos estudos de Escrita Criativa. Em seguida, analiso o conto passo a passo, num espírito de “close reading”, com o objetivo de detetar as principais técnicas utilizadas pela autora para urdir o mistério: a) pistas intrigantes; b) prolongamento do suspense até ao clímax; c) reviravolta final chocante. Para tanto, recorro à referida narrativa e ao texto “Biography of a Story”, onde Jackson reflete sobre a génese e receção de “The Lottery”, a ensaios de especialistas nas áreas da Literatura e da Escrita Criativa, nomeadamente Harold Bloom, David Lodge e Nigel Watts, e, naturalmente, à minha opinião.
- Medos profundos: a criação de terror em “The Man in the Black Suit”, de Stephen KingPublication . Mancelos, João deStephen King é um dos escritores norte-americanos mais populares, nos géneros do terror, sobrenatural e fantasia. Neste artigo, pretende-seenumerar, exemplificar e analisar os mecanismos empregues por King para apavorar o leitor, no conto “The Man in the Black Suit”. Focar-se-ãoaspetos como o narrador autodiegético, o lugar isolado, as personagens antagónicas da criança e do arquetípico demónio, e a estrutura do enredo. Metodologicamente,recorre-sea diversos especialistas na obra de King e, naturalmente, à opinião críticado autor do artigo.Os resultados provamque, no texto analisado, Kingcombinou, com êxito, diferentes técnicas de escrita criativa, relacionadas com o uso do espaço, o significado simbólico das personagens e o suspensecrescente, para proporcionar ao leitor uma experiência realista e assustadora.Em conclusão, trata-se de uma pequena obra-prima no género de terror, suscetível de continuar a magnetizar o interesse da comunidade crítica e literária no futuro.