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A realização de um documentário biográfico sobre figuras do panorama cultural já desaparecidas labora com a ciência histórica. Esta, tal como diz Le Goff (1990) define-se em relação a uma realidade que “não é nem construída nem observada (...), mas sobre a qual se “indaga”, se “testemunha””. No documentário biográfico, por vezes, os testemunhos são vozes que articulam relatos e eventos. O enquadramento cénico dessas vozes, apoiado em elementos simbólicos, cria uma moldura mental de veracidade que aproxima o espectador do biografado através da promoção de imagens mentais sobre a sua vida, que nos ajudam a construí-la. O documentário biográfico usa a edição como forma de organização da informação, algo que “serves to establish and maintain rhetorical continuity more than spatial or temporal continuity” (Nichols 1991, 35). Ou seja, o tipo de testemunhos, a sua organização temática, o espaço cenográfico onde ocorrem, a sua preponderância na gestão imagética e o uso de elementos simbólicos correlacionados com o biografado ajudam a retorizar o discurso visual, credibilizando o que é dito. Neste trabalho, partindo dos filmes Le tombeau d’Alexandre (1993) de Chris Marker e Finding Vivian Maier (2013) de John Maloof e Charlie Siskel, propõe-se a construção de uma tabela para a identificação das estratégias usadas na sequencialização dos testemunhos no documentário biográfico, enquanto atitude para compreender de que modo a organização retórica dos testemunhos ajuda a apresentar uma personagem para um sujeito já desaparecido e que integrará a memória coletiva como uma realidade cultural que o cinema ajudou a construir.
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Biografia Documentário biográfico Testemunho Personagem
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Ao Norte – Associação de Produção e Animação Audiovisual