ESE - PSI - Comunicações em eventos científicos
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Browsing ESE - PSI - Comunicações em eventos científicos by Subject "Acolhimento Familiar"
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- Acolhimento familiar e intervenção socioeducativa na infância: (Re) pensando algumas práticasPublication . Sousa, Alexandra; Lorenzo Moledo, Maria del Mar; Delgado, PauloNesta comunicação apresentamos as principais linhas de uma investigação a realizar no âmbito do curso de doutoramento em Educação da Universidade de Santiago de Compostela e que tem como tema central a intervenção socioeducativa no acolhimento familiar. Nos últimos tempos tem-se verificado um aumento do interesse da investigação internacional pelo acolhimento familiar. No entanto, a maioria dos trabalhos é desenvolvida em países anglo- saxónicos, havendo pouco avanço relativamente a este tema nos países do sul da Europa (Delgado, Carvalho, & Pinto, 2014). Designadamente em Portugal, em termos de investigação, tem sido dada prioridade ao estudo de outras vertentes de intervenção socioeducativa, não havendo muito investimento no estudo da medida do acolhimento familiar. A par desta realidade, verifica- se também que esta medida apresenta, na prática, uma reduzida expressão, havendo uma tendência para a institucionalização das crianças e jovens em perigo. Partindo da realidade portuguesa no que concerne ao acolhimento familiar, e no sentido de colmatar algumas lacunas existentes, a investigação que apresentamos, e que está ainda em fase inicial, visa, por um lado, sublinhar a importância do acompanhamento e da formação no âmbito do acolhimento familiar e, por outro lado, propor mudanças que poderão ser introduzidas no sentido de melhorar estes processos. Assim, tem como principais objetivos caracterizar o acompanhamento técnico atualmente prestado às famílias acolhedoras e potenciar as competências dos profissionais e acolhedores no processo de gestão e planeamento do acolhimento familiar, através do aperfeiçoamento dos processos de formação inicial e contínua. Trata-se de um estudo, predominantemente qualitativo, que não parte de hipóteses formuladas previamente, nem pretende a generalização dos resultados obtidos. A seleção dos participantes será não aleatória, por conveniência, procurando abranger uma variedade de famílias no que diz respeito ao tempo e experiência como família de acolhimento e os respetivos técnicos de acompanhamento. Será realizado, numa fase inicial, um estudo que visa caracterizar o acompanhamento técnico atualmente prestado às famílias acolhedoras e o levantamento das principais necessidades formativas, através da aplicação de inquéritos por questionário. Numa segunda fase, proceder-se-á ao desenho, desenvolvimento e avaliação de um programa de intervenção socioeducativa, composto por diferentes sessões de formação nas quais participarão os acolhedores e equipa de acolhimento, separadamente ou em conjunto, dependendo dos temas a abordar. A avaliação de implementação do programa será realizada a partir da realização de momentos para reflexão conjunta dos participantes, através da análise de conteúdo dos discursos de cada um dos intervenientes. Desta avaliação farão também parte os dados obtidos através da observação participante da doutoranda, no decurso das sessões de formação. Relativamente à avaliação dos resultados, será realizada a partir da criação e aplicação de indicadores, a definir em função dos objetivos de cada sessão. Posteriormente, proceder-se-á, a uma análise concertada e sistémica de todos os dados recolhidos, que permitirá sistematizar as conclusões que advieram da investigação e fazer o levantamento de implicações para a prática, ou seja, elencar os aspetos nos quais deverá haver um maior investimento no sentido de melhorar o processo de acolhimento familiar.
- A Permanência no Acolhimento familiar. uma resposta para as crianças e jovens em perigo, um desafio para a sustentabilidade socialPublication . Delgado, Paulo; Pinto, Vânia S.; Carvalho, João M. S.; Martins, TeresaA sustentabilidade social está inter-relacionada com a forma como cada comunidade, no seu contexto, é capaz de gerir os programas sociais e disponibiliza as respostas de proteção adequadas às necessidades dos sujeitos que são, neste caso, as crianças e os jovens em perigo. A permanência no acolhimento é uma variável importante na gestão das respostas sociais, porque pode garantir a estabilidade que muitas crianças e jovens necessitam, promovendo a manutenção de relações duradouras que têm um impacto positivo ao nível do seu bem-estar e desenvolvimento integral. A partir de uma descrição do sistema de proteção português, com particular enfoque na resposta de acolhimento familiar, pretendeu- se caracterizar a colocação de longo prazo e refletir sobre a permanência no acolhimento. Esta análise teve por base os relatórios de caracterização das crianças e jovens em situação de acolhimento (Instituto da Segurança Social, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013), e os resultados do projeto de investigação «O Acolhimento familiar no Distrito do Porto», que foi desenvolvido no âmbito do InEd- Centro de Investigação e Inovação em Educação da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. Este projeto apresenta como principal objetivo a caracterização e análise do acolhimento familiar, bem como a identificação de critérios de qualidade determinantes para a implementação desta resposta social. Os dados foram recolhidos a partir do preenchimento de uma grelha pelo técnico de acompanhamento da colocação, relativamente a 289 crianças e jovens, e através de 52 entrevistas realizadas a acolhedores/ as (Delgado et al., 2013). O sistema de proteção português está direcionado para a medida de acolhimento em instituição, onde se encontravam 95.1% das crianças acolhidas em 2012, e para um longo período de permanência, uma vez que 33.8% das crianças e jovens estavam integrados há mais de 4 anos. A partir da análise das crianças e jovens em famílias de acolhimento do distrito do Porto é possível observar que 79.6% permanecia em acolhimento há mais de 4 anos. Compreende-se que a maioria permanecia na mesma família de acolhimento, desde a entrada no sistema de proteção e que apresentava como projeto de vida a autonomização, estando prevista a continuidade na família de acolhimento até à maioridade ou término da medida. Por sua vez, os acolhedores/as classificaram maioritariamente as colocações como experiências de sucesso, considerando existir uma evolução muito positiva do desenvolvimento da criança ou jovem em acolhimento e avaliaram os laços estabelecidos ao longo da estadia como próximos ou idênticos aos que caracterizam a filiação. No contexto das medidas de promoção e proteção de crianças e jovens, a sustentabilidade social concretiza-se na possibilidade de seleção de um meio familiar alternativo que garanta, de modo provisório ou contínuo, o bem-estar, os cuidados de saúde, a habitação, a educação, ou seja, a proteção e o desenvolvimento integral das crianças e jovens.