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Advisor(s)
Abstract(s)
A sustentabilidade social estĂĄ inter-relacionada com a forma
como cada comunidade, no seu contexto, Ă© capaz de gerir os
programas sociais e disponibiliza as respostas de proteção
adequadas Ă s necessidades dos sujeitos que sĂŁo, neste caso, as
crianças e os jovens em perigo. A permanĂȘncia no acolhimento
Ă© uma variĂĄvel importante na gestĂŁo das respostas sociais, porque
pode garantir a estabilidade que muitas crianças e jovens
necessitam, promovendo a manutenção de relaçÔes duradouras
que tĂȘm um impacto positivo ao nĂvel do seu bem-estar e desenvolvimento
integral.
A partir de uma descrição do sistema de proteção portuguĂȘs, com
particular enfoque na resposta de acolhimento familiar, pretendeu-
se caracterizar a colocação de longo prazo e refletir sobre a
permanĂȘncia no acolhimento. Esta anĂĄlise teve por base os relatĂłrios
de caracterização das crianças e jovens em situação de
acolhimento (Instituto da Segurança Social, 2007, 2008, 2009,
2010, 2011, 2012, 2013), e os resultados do projeto de investigação
«O Acolhimento familiar no Distrito do Porto», que foi
desenvolvido no ùmbito do InEd- Centro de Investigação e Inovação
em Educação da Escola Superior de Educação do Instituto
Politécnico do Porto. Este projeto apresenta como principal objetivo
a caracterização e anålise do acolhimento familiar, bem
como a identificação de critérios de qualidade determinantes
para a implementação desta resposta social. Os dados foram recolhidos
a partir do preenchimento de uma grelha pelo técnico
de acompanhamento da colocação, relativamente a 289 crianças
e jovens, e através de 52 entrevistas realizadas a acolhedores/
as (Delgado et al., 2013).
O sistema de proteção portuguĂȘs estĂĄ direcionado para a medida
de acolhimento em instituição, onde se encontravam 95.1%
das crianças acolhidas em 2012, e para um longo perĂodo de
permanĂȘncia, uma vez que 33.8% das crianças e jovens estavam
integrados hĂĄ mais de 4 anos.
A partir da anĂĄlise das crianças e jovens em famĂlias de acolhimento
do distrito do Porto Ă© possĂvel observar que 79.6%
permanecia em acolhimento hĂĄ mais de 4 anos. Compreende-se que a maioria permanecia na mesma famĂlia de acolhimento,
desde a entrada no sistema de proteção e que apresentava como
projeto de vida a autonomização, estando prevista a continuidade
na famĂlia de acolhimento atĂ© Ă maioridade ou tĂ©rmino da
medida.
Por sua vez, os acolhedores/as classificaram maioritariamente
as colocaçÔes como experiĂȘncias de sucesso, considerando existir
uma evolução muito positiva do desenvolvimento da criança
ou jovem em acolhimento e avaliaram os laços estabelecidos ao
longo da estadia como prĂłximos ou idĂȘnticos aos que caracterizam
a filiação.
No contexto das medidas de promoção e proteção de crianças
e jovens, a sustentabilidade social concretiza-se na possibilidade
de seleção de um meio familiar alternativo que garanta, de
modo provisĂłrio ou contĂnuo, o bem-estar, os cuidados de saĂșde,
a habitação, a educação, ou seja, a proteção e o desenvolvimento
integral das crianças e jovens.
Description
Keywords
Sistema de Proteção Crianças e Jovens Acolhimento Familiar PermanĂȘncia