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- A palavra: para uma lógica da intensidadePublication . Silva, Diogo Emanuel da Nóbrega e; Campos, Jorge Manuel Costa; Baptista, Maria Adriana da CostaO espaço cinematográfico elabora-se, desde sempre, através de um diálogo contínuo com outros domínios criativos. A partir do filme documentário A Palavra, o presente estudo analisa o ponto preciso em que podemos ver na acção das suas imagens a possibilidade de inserção/relançamento teórico das noções de atletismo afectivo, sensação e único, resgatadas de Antonin Artaud, Gilles Deleuze e Max Stirner, respectivamente, tal como o traço genealógico/cinematográfico que desenha a sua paisagem referencial. Fixados no espaço restrito em que se obstinam por afirmar o corpo humano como elemento fundacional da sua “acção teórica”, tais conceitos definem a lógica interna do objecto fílmico em análise, convertendo-se, este, em possibilidade de conformação espácio-temporal de um lugar de acolhimento e irrupção de um corpo determinado, modelado pelas sensações que o percorrem, ou ainda, numa espécie de linha de variação/experimentação independente, face a critérios e procedimentos estipulativos de um esquema narrativo convencional, definindo um encadeamento de acções segundo a necessidade ou a verosimilhança, os imperativos de uma intriga ou de uma história a contar. Criaram-se dois grupos temáticos: Corpo e Metodologias, cada um subdividindo-se em três pontos fundamentais, não necessariamente distintos. O primeiro desdobra-se em: O Único, Atletismo Afectivo e Lógica da Intensidade; O segundo em: Investigação, Produção e Pós-Produção. Através de análises parciais pretende-se formular um todo inteligível que possa constituir uma aproximação crítica face ao filme documentário A Palavra.
- Ex-votoPublication . Monteiro, Lucília Maria Rodrigues; Silva, Olívia Maria Marques da; Melo, Cláudio César Ramalho de; Leal, João Pedro Ferreira Dias; Pereira, Maria de Fátima de Sá Guerra Marques; Catrica, Paulo; Carvalho, Telmo; Coelho, RitaO projeto ex-voto pretende, em primeira instância, documentar uma tradição religiosa que, ao longo do tempo, tem vindo a perder-se. Os ex-votos integram um ritual antigo que expressa a fragilidade dos homens e a omnipresença de Deus, ecoando o sacrifício, a entrega de um pedaço de si mesmo como pagamento da retribuição da divindade. Este ato de fé materializa-se em diferentes formas que, tradicionalmente, seriam partes do corpo em madeira ou cera, mas que, rapidamente, se expandiram para outras expressões como a roupa, objetos de pessoas, monumentos, fotografias e pinturas. No trabalho aqui apresentado, a escolha centrou-se nos ex-votos de cera e nos ex-votos fotográficos, ambos representantes simbólicos da era da reprodutibilidade através do negativo ou molde que permitem a sua multiplicação. Deste modo, o estudo partiu de uma problemática prática da relação entre o humano e o divino através do corpo representado e aprofundou a função da fotografia como mediadora, não só da relação do crente com a representação do seu corpo, o seu lugar, mas também da relação entre o objeto a representação e o divino. Procura-se, assim, elaborar uma reflexão sobre o corpo contemporâneo, o corpo do “Eu” e os seus simulacros através da problematização da necessidade que o Homem sempre demonstrou em representar-se, tanto na arte como na religião. Ao fotografar os fragmentos do corpo (ex-votos de cera) destacados sobre um fundo negro, pretende-se não só documentar esses objectos, como também proceder a um questionamento do seu significado e do seu poder de expressão per se (por si mesmo) e enquanto veículos do sagrado. Este processo inaugura, também, uma reflexão sobre a fragmentação e o todo, sobre as narrativas possíveis de um corpo e o seu simbolismo enquanto agradecimento de milagres, cura de doenças, conservação da vida. Em última instância, há um “olhar” insistente sobre o banal e o particular desses fragmentos anónimos que nos permitem a revisitação do nosso próprio corpo. A captação dos ex-votos fotográficos nas salas de milagres do respectivo Santo é também parte ativa da investigação sobre a transformação progressiva do anonimato do corpo (como é o caso dos ex-votos em cera) em identidade. As fotografias das fotografias funcionam como mecanismo de mise en abyme (a imagem dentro da imagem) que despoleta as questões basilares associadas à condição do corpo contemporâneo: as angústias, os prazeres, o sofrimento, os amores, as alegrias do indivíduo não estão já em si mesmo, mas no lugar da sua representação ativada pelas redes sociais.
- O olhar - o diretor de fotografia no cinema de autorPublication . Afonso, Ismael Gomes; Campos, Jorge Manuel Costa; Nunes, Pedro Sena; Vidinha, Francisco João Pereira; Conceição, Marco Paulo Barbosa; Dias, José Nuno de Abreu Tudela de Almeida; Baptista, Maria Adriana da Costa; Ferreira, José Manuel de Oliveira QuintaEste projeto propõe um estudo sobre a imagem cinematográfica. A imagem como projeto de relações ou de um conjunto de encontros. Nomeadamente, com o realizador (a equipa), as personagens, o espetador e, desde logo, com o objeto que escolhemos enquadrar. O centro é a direção de fotografia. Contexto a partir do qual proponho pensar a imagem, o ato cinematográfico. Mais do que simples construções qualitativas de beleza, intento demonstrar a importância da função do diretor de fotografia no cinema de autor. Não apenas um operador que resolve tecnicamente as intenções formais de um realizador, mas como alguém que pode acrescentar valor crítico e criativo à narrativa de um filme. Qual a pertinência, ou justificação ética e processual de um diretor de imagem no cinema?
- A sala de cinemaPublication . Ferreira, Tiago Resende Araújo; Campos, Jorge Manuel Costa; Baptista, Maria Adriana da Costa; Vidinha, Francisco João Pereira; Ferreira, José Manuel de Oliveira Quinta; Conceição, Marco Paulo Barbosa; Dias, José Nuno de Abreu Tudela de Almeida; Nunes, Pedro SenaEste projeto documental pretende ser um estudo sobre as salas de cinema e a experiência do cinema. As cidades têm vindo a perder os seus templos do cinema. O ato de ir ao cinema está a perder importância social. Deixou-se de ir às salas escuras em busca do sonho. Vivia-se o cinema e sentia-se o cinema, em conjunto. Hoje, estamos sozinhos. Assim como estes lugares que estão isolados, sem público, sem projecionistas, sem filmes, sem o cinema no seu estado mais puro. Perdeu-se o hábito de ir ao cinema, deixou-se de sonhar, apagaram-se as memórias daqueles lugares e daqueles que por lá passaram e viveram, com emoção, o cinema. Era uma vez um filme e as memórias desse sonho. Restam-nos apenas algumas memórias, memórias de um filme. Um templo. Um ritual. Múltiplas experiências.