Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
569.02 KB | Adobe PDF | |||
1.74 KB | License |
Advisor(s)
Abstract(s)
Interações medicamentosas (IMs) podem ser definidas como sendo o resultado de qualquer modificação
clinicamente relevante do efeito de um fármaco, pela utilização simultânea ou consecutiva de outro
medicamento. Por sua vez, as interações medicamentosas potenciais (IMPs) ocorrem quando dois
fármacos conhecidos por interagirem entre si são prescritos concomitantemente, independentemente de
algum efeito nefasto na saúde do doente ocorrer. As IMPs antecedem necessariamente as IMs e são
bastante mais prevalentes do que as mesmas, existindo evidências estatísticas que indicam que ocorrem
diariamente centenas de IMPs, sendo um risco crescente para a saúde da população mundial e uma das
mais importantes causas preveníveis de morbilidade e mortalidade. Deste modo, os objetivos principais
do presente estudo passam pela análise e classificação de IMPs identificadas em farmácia comunitária,
determinação das IMPsmais prevalentes e dos fármacos e mecanismos de ação mais associados a essas
interações. Para isto, foram recolhidos dados referentes a prescrições médicas de doentes, em farmácias
intervenientes na recolha de dados. A submissão de dados foi realizada através do preenchimento de um
formulário online e durou 4 meses, sendo que durante esse período, 284 prescrições foram recolhidas e
posteriormente analisadas. Assim, das receitas médicas recolhidas com mais do que um medicamento
prescrito, 135 não apresentaram qualquer tipo de interação medicamentosa e 132 apresentaram pelo
menos uma IMP, correspondendo a 47,5% da totalidade da amostra. O número de IMPs descritas na
amostra é 288 sendo que mais de metade das mesmas são definidas como major e apenas 1,4% como
minor. As mais prevalentes classes terapêuticas dos medicamentos envolvidos em IMPs foram a dos
anti-hipertensores, seguida dos antidepressivos e antidiabéticos orais e, por sua vez, o fármaco mais
vezes presente em IMPs demonstrou-se como sendo o ácido acetilsalicílico, seguido da metformina.
Tendo isto em conta, apesar dos benefícios notórios associados à prescrição de múltiplos fármacos de
modo a tratar ou controlar doenças e aumentar ou manter a qualidade de vida dos doentes, é importante
realçar que a prescrição deve ser contrabalançada com os riscos que acarreta. Assim, no presente estudo
a prevalência de IMPs demonstrou-se elevada, estando presente em cerca de 50% das prescrições
recolhidas, e sendo as interações major as mais prevalentes. Espera-se que este trabalho propicie futuras
investigações, quer do ponto de vista da análise das IMPs e IMs e do impacto das mesmas no sucesso
terapêutico dos doentes, quer do delineamento de possíveis estratégias para ajudarem a minimizar a
prevalência dessas interações entre fármacos.
Description
Keywords
Interações medicamentosas Interações medicamentosas potenciais Farmácia comunitária Polimedicação