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A propósito de um disco

dc.contributor.authorPinto, Nuno
dc.date.accessioned2013-10-16T10:14:10Z
dc.date.available2013-10-16T10:14:10Z
dc.date.issued2011
dc.description.abstractEste trabalho destina-se Ć s provas para obtenção do Estatuto de Especialista na Escola Superior de MĆŗsica, Artes e EspectĆ”culo do Instituto PolitĆ©cnico do Porto. Com ele pretendo abordar a mĆŗsica portuguesa para clarinete e electrónica, com a qual gravei o meu Ćŗltimo disco que acaba de ser editado pela Miso Records. O propósito nĆ£o Ć© falar apenas sobre o disco em si mas, sobretudo, da mĆŗsica que lhe dĆ” corpo. Descrever um pouco esta mĆŗsica, que envolve um instrumento com 300 anos, que Ć© o clarinete, e uma tecnologia que evolui todos os dias, centrado nos seus aspectos performativos. Este disco acabou por ser uma consequĆŖncia de um processo que Ć©, fundamentalmente, de performance e de tudo o que a precede e envolve. Ɖ isso que tentarei explorar aqui. HĆ” mais de 10 anos que tinha o objectivo de explorar, enquanto intĆ©rprete, o repertório para clarinete solo e electrónica. No entanto, esse desejo foi sendo sucessivamente adiado por diversas razƵes que se prendem fundamentalmente com a especificidade de um projeto desta natureza e com as necessidades de vĆ”ria ordem que exige. As condiƧƵes para a realização desse projeto pessoal comeƧaram a criar-se em 2007, com o aparecimento do Sond’Ar-te Electric Ensemble e com a minha integração nesse grupo. Sendo um agrupamento criado no seio da Miso Music Portugal com o propósito de fazer fundamentalmente mĆŗsica mista, estava encontrado o parceiro ideal para que pudesse fazer mĆŗsica para clarinete e electrónica com regularidade. Por se tratar de uma instituição que privilegia sobretudo a criação e divulgação da mĆŗsica e dos mĆŗsicos portugueses, o repertório a trabalhar comeƧou por ser, naturalmente, o de compositores portugueses que jĆ” tivessem obras ou que estivessem a compor para clarinete e electrónica. Com a realização de vĆ”rios concertos, bem como a estreia e rodagem de algumas obras, em 2009 decidimos fazer a gravação de 6 dessas obras para posterior edição em disco. Essa gravação, realizada em Dezembro de 2009, acaba de ser editado pela Miso Records e sĆ£o essas obras que decidi explorar neste trabalho. Escolhi este repertório por vĆ”rias razƵes, sendo as mais importantes o conhecimento das obras e da sua história enquanto intĆ©rprete, tendo mesmo estado envolvido em algumas delas desde o seu inĆ­cio, e a proximidade pessoal e musical que mantenho com os compositores. Para este trabalho procurei fazer uma resenha da história das obras e explorar dois aspectos que me parecem pertinentes neste tipo de repertório: por um lado, a relação que Ć© absolutamente necessĆ”ria entre intĆ©rprete e compositor para a criação desta mĆŗsica e por outro, um novo paradigma que surge, naturalmente, da relação dos compositores com o pĆŗblico, pelo seu envolvimento direto com o som que Ć© produzido. Para isso, para alĆ©m da experiĆŖncia pessoal, contei com o envolvimento dos compositores na resposta a um questionĆ”rio que lhes enviei. Esse questionĆ”rio foi elaborado com o objectivo de explorar dois aspectos: as diferenƧas entre a electrónica em tempo real e em tempo diferido e tambĆ©m o do papel dos intĆ©rpretes na motivação para a composição e como catalisadores e fontes de informação tĆ©cnica para o trabalho dos compositores. ComeƧarei por abordar a mĆŗsica mista, na sua envolvente performativa. Antes de mais, importa delimitar conceitos e compreender o que Ć© este tipo de mĆŗsica. Poderemos, neste caso concreto, considerar a mĆŗsica que foi, e continua a ser, composta para clarinete e electrónica. No entanto, entendo por mĆŗsica mista toda a mĆŗsica que relaciona a electrónica com instrumentos ditos acĆŗsticos. Embora reconhecendo que esta Ć© uma forma um pouco ambĆ­gua de definir o conceito, serĆ” porventura a que se explicarĆ” por poucas palavras e de uma forma simples. Digo ambĆ­gua porque se considerarmos que a mĆŗsica electrónica, para ser escutada, tem de passar por processos acĆŗsticos de difusĆ£o, terĆ­amos aqui um problema para definir o que Ć© e o que nĆ£o Ć© acĆŗstico. Consideremos entĆ£o os instrumentos tradicionais, sem qualquer processo elĆ©ctrico ou electrónico na sua origem sonora, como acĆŗsticos, ainda que para efeitos de difusĆ£o conjunta com a electrónica sejam, em muitos casos, amplificados e/ou equalizados de forma a poder obter-se uma interpretação coesa e optimizar-se uma sonoridade conjunta. Neste caso, que Ć© o da mĆŗsica mista para clarinete de compositores portugueses, comeƧaria por abordar os aspectos performativos dividindo-os em duas classes importantes que se prendem com a forma como a electrónica Ć© apresentada: em tempo real ou em tempo diferido. Se a mĆŗsica com electrónica em tempo real depende do sinal emitido pelo instrumento, e a partir daĆ­ a electrónica Ć© processada e gerada atravĆ©s de programas como Max/MSP, o mais utilizado hoje em dia, a mĆŗsica electrónica em tempo diferido estĆ” toda predefinida Ć  partida e Ć© apresentada em suporte fĆ­sico, sob a forma de um ou vĆ”rios ficheiros Ć”udio que sĆ£o difundidos ao longo da performance. HĆ” tambĆ©m quem utilize os dois processos de forma concorrente e complementar na mesma obra.por
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.22/2351
dc.language.isoporpor
dc.peerreviewedyespor
dc.publisherInstituto Politécnico do Porto. Escola Superior de Música e das Artes do EspectÔculo.por
dc.titleA propósito de um discopor
dc.typejournal article
dspace.entity.typePublication
rcaap.rightsopenAccesspor
rcaap.typearticlepor

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