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Authors
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Abstract(s)
A dismotilidade entérica é uma complicação a longo prazo da Diabetes mellitus (DM) que
causa desconforto significativo em 76% dos pacientes diabéticos. Sabendo que as purinas
estão envolvidas na neuromodulação colinérgica e que no SNC de animais diabéticos
foram encontradas alterações na expressão de recetores purinérgicos, decidimos investigar
se na dismotilidade diabética a neuromodulação purinérgica se encontra preservada. O
modelo animal escolhido de diabetes tipo I resultou da administração de estreptozotocina
(STZ, 55 mg/kg, IP) a ratazanas (Rattus norvegicus, Wistar). Este modelo STZ provou ser
adequado para o estudo, apresentando 2 semanas após a indução polidipsia, poliúria,
polifagia, hiperglicemia e um atraso da motilidade gastrointestinal. A caraterização
morfológica macroscópica dos animais STZ revelou um aumento significativo do cego e
do intestino. Funcionalmente, estudos preliminares indicam que as contrações espontâneas
do íleo dos animais STZ perdem ritmicidade e apresentam maior amplitude que as dos
animais controlo de uma forma insensível à TTX, sugerindo o comprometimento das ICC.
Paralelamente, estudos imagiológicos revelaram uma perda neuronal mioentérica,
principalmente de neurónios nitrérgicos, sendo os colinérgicos preservados. Contudo, a
resposta muscular do íleo de animais diabéticos à acetilcolina (ACh) foi inferior à dos
controlos, estando a libertação de ACh modulada pela adenosina modificada. Verificou-se
que a inibição promovida pelos recetores A1 se mantinha, mas que se perdia a facilitação
mediada pela ativação de recetores A2A, cuja imunorreatividade também se encontrava
diminuída. Curiosamente, apesar do catabolismo do ATP e dos seus metabolitos estar
aumentado nos animais STZ, não se verificou um aumento dos níveis extracelulares de
adenosina. Nos animais diabéticos a adenosina é rapidamente desaminada e recaptada por
transportadores de nucleósidos, com principal relevância para os concentrativos, sendo os
equilibrativos responsáveis pelo transporte da adenosina em animais controlo.
Os resultados apresentados nesta tese sugerem que a dismotilidade diabética pode dever-se
à perda da atividade nitrérgica, das ICC e da neuromodulação purinérgica mediada por
recetores A2A, comprometendo assim a libertação de ACh e consequentemente a
motilidade GI.
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Keywords
Diabetes Dismotilidade gastrointestinal Adenosina ICC Neurónios mioentéricos NTPDases Transportadores de nucleósidos