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A Literacia em Saúde (LS) é definida como um conceito relacionado com o conhecimento em saúde. O facto de a mulher ter mais literacia pode levar à adoção de comportamentos mais saudáveis, bem como à identificação de fatores de risco, sinais e sintomas que poderão levar à procura de solução numa fase mais precoce. Ao longo do ciclo de vida da mulher ocorrem eventos como a gravidez, parto e menopausa que representam profundas mudanças físicas, nomeadamente na integridade da parede abdominal, podendo levar ao aparecimento de diástase dos músculos retos abdominais (DRA), e consequentemente afetar o desempenho da musculatura do pavimento pélvico, podendo levar ao desenvolvimento de disfunções do pavimento pélvico (DPP). Sabemos então que existem relações anatómicas, mas será que existem também relações entre os níveis de LS sobre DRA e a presença de DPP? Avaliar os níveis de LS relativos à DRA, através dos seus domínios – funcional, interativa e crítica – e a sua relação com variáveis de caracterização da amostra, assim como analisar uma possível relação entre os diferentes níveis de literacia e a presença de DPP. Estudo observacional analítico-transversal, constituído por 318 mulheres, residentes em Portugal, dos 18 aos 65 anos. Dada a inexistência de um instrumento que permitisse avaliar os níveis de LS nesta temática especificamente, foi elaborado, pela própria equipa de investigação, um questionário de avaliação online designado “Literacia em Saúde – Conhecimentos sobre diástase dos músculos retos abdominais”, que pretende avaliar os níveis de LS, tendo sido sujeito a um processo de validação do conteúdo, quer por peritos, quer por painel. Além deste foi utilizado o questionário de Desconforto no Pavimento Pélvico com o objetivo de avaliar a presença de DPP, bem como o seu impacto na qualidade de vida das mulheres. No geral, a média de literacia é baixa (Funcional= 3,87±1,792; Interativa= 5,15±2,296; Crítica= 10,49±1,779), uma vez que dos três domínios analisado, em dois deles os níveis de literacia sobre DRA variam de inadequado a problemático, verificando-se níveis de literacia excelentes na literacia crítica (80,8%), níveis de literacia inadequados a problemáticos na literacia funcional (82,7%) e níveis de literacia inadequados a problemáticos na literacia interativa (74,6%). Observaram-se ainda associações significativas entre os diferentes domínios de literacia em saúde e algumas variáveis de caracterização da amostra, nomeadamente entre o domínio da literacia funcional (p=0,005) e a idade, entre os domínios da literacia funcional (p=0,001) e interativa (p<0,001) e as habilitações académicas e entre os domínios da literacia funcional (p=0,001) e interativa (p<0,001) e crítica (p<0,001) e a profissão, verificando-se a presença de melhores níveis de literacia nas mulheres mais jovens, nas que possuem um grau académico mais elevado e nas especialistas das atividades intelectuais e científicas relacionadas com a saúde. Por último, foi possível verificar que as mulheres que tem uma ou mais DPP apresentam níveis de literacia mais baios em todos os domínios – funcional, interativo e crítico (Ƿs=-0,271; p<0,001; Ƿs=0,193; p=0,001; Ƿs=-0,160; p=0,004, respetivamente). Concluiu-se que os níveis de LS sobre DRA são baixos, verificando-se que quanto maiores os níveis de LS, menor será a presença de DPP. Assim, torna-se essencial uma maior aposta nos cuidados de saúde primários, através do desenvolvimento de planos de intervenção comunitária que apostem numa maior partilha de informação, podendo assim gerar melhores níveis de literacia na população portuguesa.
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Keywords
Literacia funcional Literacia interativa Literacia crítica Promoção de saúde Saúde da mulher Fisioterapia