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Nas últimas décadas a investigação na área das neurociências aplicadas tem explorado diversas alternativas focadas na indução de processos neuroplásticos para efeitos de reabilitação. A estimulação cerebral não-invasiva é um conjunto de técnicas baseadas na produção de energia que visam modular padrões de atividade no córtex cerebral e, consequentemente, modificar os processos biológicos e comportamentais suportados pelas regiões estimuladas. Atualmente, as técnicas mais frequentemente utilizadas e promissoras são a estimulação magnética transcraniana, que consiste na aplicação de um campo magnético que provoca a despolarização de neurónios na região cerebral de interesse, e a estimulação transcraniana por corrente contínua, que consiste na aplicação de correntes contínuas de baixa amperagem através de elétrodos de esponja para modular a excitabilidade cortical. Nos últimos anos têm sido realizados inúmeros estudos que sugerem que estas técnicas podem ser eficazes no processo de reabilitação de casos com acidente vascular encefálico, nomeadamente em indicadores relacionados com o funcionamento motor (e.g. destreza manual, espasticidade, marcha), afasia, neglect e no próprio desempenho de atividades da vida diária. Mais ainda, estes procedimentos têm sido utilizados em combinação com outras intervenções (e.g. Terapia Ocupacional, exercício físico, etc), potenciando a sua eficácia e garantindo melhores prognósticos após a lesão. Apesar de ainda existirem inúmeros desafios relacionados com a utilização destas técnicas (otimização dos protocolos, ensaios clínicos de maior qualidade, formação dos profissionais), o panorama da literatura atual sugere que podem ser alternativas promissoras para promover a funcionalidade e qualidade de vida em pessoas com lesão encefálica adquirida.
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Campos, C. (2019, abril). Estimulação cerebral não-invasiva e reabilitação da lesão encefálica adquirida. Congresso Nacional das Tecnologias da Saúde (CNTS).