Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
50.47 MB | Adobe PDF |
Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
"Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
Com gente de todo o mundo
Que a todo o mundo pertence" (António Gedeão). Cada um de nós nasce e vive com uma história de vida, com um “património”,
constrói um espaço individual de emoções e, ao longo da vida, exprime
sensações, sentimentos, desejos que representam os nossos “eus” individuais.
A educação e a cultura constroem os “eus “ sociais ou colectivos, afastam-nos
da nossa aldeia, do nosso sentido de pertença e de identidade. Uniformizam-se
os consumos das coisas, das ideias, dos conceitos de cultura. A nossa aldeia
dá origem a uma aldeia global onde se oferecem caldos de mistura de
crendices e intuições pessoais, onde se misturam memórias e histórias, onde
se cruzam saberes rigorosos com resultados da experiência individual. Desta
forma, aparecem locais de cultura que produzem objectos feitos à medida e
promovem consumos estereotipados. Para isso, os média têm contribuído de
uma forma determinante para a construção de um conceito de educação e
cultura “pronto-a-vestir”. É neste sentido que os museus, como espaços
educativos, podem assumir um papel renovador, primeiro, assumindo a
educação como sua componente principal e, segundo, com uma função social
que os leve até às pessoas, isto é, ao público, assumindo-se, acima de tudo,
como um meio de comunicação que estabeleça a relação entre os objectos e
os fins pedagógicos e educativos. “Os museus de simples armazéns de
objectos passam a ser lugares de aprendizagem activa”. Através de uma
pedagogia da libertação e da criatividade, de uma escola dos sentidos e de
uma poética do acto educativo, os museus podem hoje inventar algo de
diferente, descobrir novos caminhos, exercitar, imaginar e, nos novos
aglomerados urbanos desumanizados, criar, em condições de igualdade, rituais
de cultura como actos aglutinadores e dinamizadores.Convencidos, acima de tudo, de que somos capazes de criar novas maneiras
de ver e de olhar o património , isto é , a vida, podemos captar novos públicos
“afectivamente”. Para isso, contaremos a nossa história no espaço e no tempo
como acontece em todas as histórias.
E, para além disso, perceber que a nossa capacidade de ver é infinita. "A catedral de Burgos tem trinta metros de altura
E as pupilas dos meus olhos dois milímetros de abertura.
Olha a catedral de Burgos com trinta metros de altura!"
(António Gedeão)
Description
Keywords
Citation
Publisher
Instituto Politécnico do Porto. Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo.