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- O Papel de Parede Amarelo, de Charlotte Perkins Gilman, traduzido por Joana RibeiroPublication . Mancelos, João deEscrito em 1892, por Charlotte Perkins Gilman, a prosa narrativa curta “The Yellow Wallpaper” só na década de setenta do século XX, com a consolidação dos “Feminist Studies”, viria a merecer a devida atenção por parte da academia e do público-leitor. Graças a numerosos estudos, esta narrativa tornar-se-ia conhecida como um exemplo ímpar não apenas da ficção gótica, como também da literatura feminista. Segundo Elaine Hedges, no prefácio à edição de 1973 desta prosa narrativa curta, publicada pela Feminist Press, o texto constitui: “one of the rare pieces of literature we have by a nineteenth century woman which directly confronts the sexual politics of the male-female husband-wife relationship” (Hedges, 1992, p. 124). Em Portugal, o texto já foi alvo de traduções de José Manuel Lopes, em 2015, e de Maria Amorim, em 2020. Em fevereiro de 2023, a Cultura Editora lança esta narrativa breve, cuidadosamente traduzido por Joana Ribeiro, ocupando um único livro, e com o título O papel de parede amarelo. A linguagem utilizada é simples, quase coloquial, suscetível de atrair um público mais jovem para o clássico da literatura em apreço. Neste contexto, destaco também as belas ilustrações, a preto e branco, da equipa de designers da We Blog You, que acompanham o texto e sintonizam a atmosfera de insanidade do enredo.
- Quem vamos lapidar este ano? Técnicas de mistério em "The lottery", de Shirley JacksonPublication . Mancelos, João deShirley Jackson (1916-1965) é uma das mais célebres autoras norte-americanas nos géneros do mistério e do terror. Dentre os duzentos contos que escreveu, “The Lottery” (1948) constitui a sua narrativa mais antologiada e dileta. No presente artigo, abordo um aspeto crucial para o êxito de “The Lottery”: o mistério. Começo por definir brevemente este conceito, recorrendo à Narratologia e aos estudos de Escrita Criativa. Em seguida, analiso o conto passo a passo, num espírito de “close reading”, com o objetivo de detetar as principais técnicas utilizadas pela autora para urdir o mistério: a) pistas intrigantes; b) prolongamento do suspense até ao clímax; c) reviravolta final chocante. Para tanto, recorro à referida narrativa e ao texto “Biography of a Story”, onde Jackson reflete sobre a génese e receção de “The Lottery”, a ensaios de especialistas nas áreas da Literatura e da Escrita Criativa, nomeadamente Harold Bloom, David Lodge e Nigel Watts, e, naturalmente, à minha opinião.
- Medos profundos: a criação de terror em “The Man in the Black Suit”, de Stephen KingPublication . Mancelos, João deStephen King é um dos escritores norte-americanos mais populares, nos géneros do terror, sobrenatural e fantasia. Neste artigo, pretende-seenumerar, exemplificar e analisar os mecanismos empregues por King para apavorar o leitor, no conto “The Man in the Black Suit”. Focar-se-ãoaspetos como o narrador autodiegético, o lugar isolado, as personagens antagónicas da criança e do arquetípico demónio, e a estrutura do enredo. Metodologicamente,recorre-sea diversos especialistas na obra de King e, naturalmente, à opinião críticado autor do artigo.Os resultados provamque, no texto analisado, Kingcombinou, com êxito, diferentes técnicas de escrita criativa, relacionadas com o uso do espaço, o significado simbólico das personagens e o suspensecrescente, para proporcionar ao leitor uma experiência realista e assustadora.Em conclusão, trata-se de uma pequena obra-prima no género de terror, suscetível de continuar a magnetizar o interesse da comunidade crítica e literária no futuro.