ESMAD - Escola Superior de Media Artes e Design
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Browsing ESMAD - Escola Superior de Media Artes e Design by Subject "1.º CEB em Portugal"
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- Quando relacionar (não) é opor: das relações lexicais múltiplas à antonímia no 1.º Ciclo do Ensino BásicoPublication . Morgado, Celda; Baptista, Adriana; Costa, José AntónioLinguisticamente, o contraste (de itens lexicais, de semas e de morfemas) está na base de relações lexicais de natureza diversa. Uma criança consegue, desde cedo, compreender que diferentes palavras apresentam diferentes significados (SERRA et al., 2013), o que se afigura relevante em várias operações cognitivas. Contudo, o tratamento das relações semânticas entre palavras no 1.º Ciclo do Ensino Básico, em Portugal, tem-se circunscrito, nos dois primeiros anos de escolaridade (BUESCU, MORAIS, ROCHA & MAGALHÃES, 2015), à abordagem da antonímia e da sinonímia, afastando para ciclos posteriores as relações de inclusão e de hierarquia e perpetuando, assim, um ensino dicotómico e descontextualizado (BAPTISTA et al., 2017; 2019). Entre os estudos científico-pedagógicos é indiscutível a urgência da mudança de paradigma. Esta pressupõe um conhecimento científico atualizado por parte dos professores, razão que justifica a abordagem desta temática neste texto: apresentaremos a noção de oposição, a sua relevância na estruturação do Léxico Mental e o modo como se torna produtiva para a caracterização das relações lexicais (GUTIERREZ-ORDOÑEZ, 1996), em particular, da antonímia, no quadro das relações múltiplas (CRUSE, 2001); seguidamente, avaliaremos as estratégias linguísticas disponíveis para a expressão de oposições antonímicas, convocando critérios semânticos e formais (LYONS, 1977; COSERIU, 1991; LEHMANN & MARTIN-BERTHET, 2008), mas também pragmáticodiscursivos, cognitivos (TEIXEIRA, 2005) e históricos; finalmente, veremos de que modo os contributos da investigação em diferentes áreas da Linguística se refletem nos documentos orientadores do ensino em Portugal e nos manuais escolares, comparando o modo como se preconiza a abordagem das relações lexicais nesses materiais.
- Quando relacionar (não) é opor: um projeto pioneiro para o Ensino da antonímia no 1.º ciclo do ensino básico em PortugalPublication . Morgado, Celda; Baptista, Adriana; Costa, José António; Azevedo, JoãoNeste artigo, apresentaremos um dos produtos do Projeto Língua e Cidadania: das relações entre palavras ao conhecimento do mundo, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), desenvolvido em parceria por duas escolas do Instituto Politécnico do Porto, a Escola Superior de Educação e a Escola de Média Arte e Design. Com este projeto pretendeu-se investigar, numa perspetiva de interação Léxico, cultura e cidadania, as dimensões linguística e pedagógica das relações semânticas entre palavras. Investigamos o modo como o Léxico Mental é parcialmente responsável pelo processamento cognitivo do(s) Mundo(s) e das interações e relações entre os sujeitos e os objetos que o(s) habita(m). Propomos que a aprendizagem das relações semânticas entre palavras não instale nas crianças o pensamento dicotómico. A alternativa proposta por nós envolve, desde o 1.º ano do Ensino Básico (CEB), o ensino prioritário das relações semânticas múltiplas (em vez das de antonímia binária). Neste texto, apresentaremos e descreveremos uma proposta didática assente em três narrativas bimodais originais, onde são questionadas as possibilidades de organização lexical, colocando pares de palavras aparentemente dicotómicos em contextos de ocorrência que podem admitir relações semânticas de gradação ou mesmo de sinonímia, comprometendo a inevitabilidade de organização/interpretação antonímica. Para evidenciar a densidade semântica desses pares foram elaborados exercícios de compreensão lexical com realidade aumentada, para serem utilizados como ferramentas pedagógicas inovadoras. As aplicações de realidade aumentada exigem, como mostraremos, uma leitura de várias possibilidades de organização dos pares lexicais existentes nas narrativas e a compreensão da densidade semântica através do visionamento de hipóteses diversificadas.