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- Utilização de resíduos agroindustriais como fonte de adsorventes: materiais à base de carbono e sílica para descontaminação de águasPublication . SILVA, GUILHERME PINTO DA; Freitas, Olga Manuela Matos de; Gomes, Filipa Oliveira; Fernandes, Virgínia CruzA crescente contaminação dos recursos hídricos representa uma ameaça tanto para a saúde humana como para os ecossistemas aquáticos. O presente estudo teve como objetivo a produção de adsorventes à base de sílica e carbono para a remoção de contaminantes em águas residuais, com especial enfoque nos pesticidas. Na primeira etapa do trabalho foram produzidos e caracterizados seis adsorventes de sílica e um adsorvente de carbono. A sílica resultou de um processo de extração que incluiu trituração, secagem, digestão alcalina, neutralização e precipitação, utilizando diferentes matérias-primas (casca de arroz, palha de arroz, palha de trigo, cinzas domésticas e cinzas do Norte e Centro de Portugal). O maior rendimento mássico em sílica foi obtido a partir da casca de arroz (97 %). O adsorvente de carbono foi obtido por hidrocarbonização térmica da casca de arroz, às escalas laboratorial (8,5 h) e piloto (17 h), alcançando rendimentos mássicos ponderados de 5 % e 37 %, respetivamente, correspondendo a um rendimento mássico global de 33 %. A caracterização físico-química dos adsorventes, das matérias-primas e dos subprodutos residuais foi realizada recorrendo a várias técnicas analíticas: Fluorescência de Raios X, Espetroscopia de Quebra Induzida por Laser, Espetroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier por Reflexão Total Atenuada, Espalhamento Dinâmico da Luz, Análise Termogravimétrica, Microscopia Eletrónica de Varrimento com Espetroscopia de raio-X com dispersão de energia e análise Brunauer-Emmett-Teller. Entre os principais resultados destacam-se: • a sílica da casca de arroz, com 33 % de silício (XRF), nanopartículas de 43,7 nm e teor semelhante confirmado por SEM-EDS (35 %). • a presença de sódio, introduzido durante a digestão alcalina (LIBS). • grupos silanóis livres nas sílicas obtidas da casca de arroz, palha de arroz e palha de trigo (950 cm⁻¹, FTIR-ATR), sendo esta última a mais reativa (31 mmol/g, TGA). • maior funcionalização do hidrocarbonizado com o aumento do tempo de reação, devido à maior presença de grupos carbonílicos e hidroxila e menor proporção de grupos aromáticos. • potencial zeta mais negativo na sílica das cinzas do Norte de Portugal (-36,1 mV) e melhor uniformidade de partículas no hidrocarbonizado (Índice de Polidispersividade = 0,312). • maior área superficial na sílica da palha de trigo (305,96 m²/g, BET). Na segunda etapa do trabalho foi desenvolvido um método de extração e quantificação do pesticida clorpirifós em água desionizada. A extração líquido-líquido com n-hexano seguida de análise por GC-FPD apresentou boa precisão (CV = 3 %), limites de deteção e quantificação de 34 e 112 μg/L, respetivamente, e uma gama de trabalho entre 150 e 900 μg/L. As eficiências de extração foram consistentes (111 ± 4 %) para concentrações de 150 a 500 μg/L. Por fim, realizaram-se ensaios de adsorção utilizando a sílica da casca de arroz e o hidrocarbonizado. Este último apresentou melhor desempenho, com 80 % de remoção e capacidade de adsorção de 3608 μg/g (razão massa de adsorvente/volume de solução de 0,2 g/L; concentração inicial de 899 μg/L), em contraste com a sílica (57 % de remoção e 5,14 μg/g, para 100 g/L). O tempo de equilíbrio do hidrocarbonizado foi de 27 min. O modelo de Freundlich revelou-se o mais adequado para descrever o processo de equilíbrio de adsorção. Em síntese, os resultados demonstram o potencial de resíduos agroindustriais e domésticos como precursores de adsorventes sustentáveis para o tratamento de águas residuais contaminadas por pesticidas.
- A sinergia entre a narrativa visual e a realidade aumentadaPublication . Medeiros, Ana Helena Rodrigues dos Santos e; Leite, LuísEste projeto, de natureza prática, propõe a criação de um livro infantil que conjuga narrativa visual com Realidade Aumentada, com o objetivo de repensar a forma como crianças entre os 5 e os 8 anos se relacionam com os livros e interpretam narrativas. Num contexto cada vez mais digital, procura-se explorar novas formas de leitura que valorizem a interpretação visual, a criatividade e o envolvimento sensorial. Através de um livro de imagens sem texto, investigam-se possibilidades de interação que integrem animação, som e elementos multissensoriais simples, de modo a incentivar uma leitura ativa, acessível e intuitiva. O projeto procura adaptar-se a diferentes níveis de literacia e a diversos contextos culturais, promovendo o acesso à literatura para além dos modelos convencionais. Mais do que substituir o livro físico, a integração da Realidade Aumentada visa reforçar o seu potencial narrativo, propondo novas formas de imaginação, interpretação e leitura em conjunto.
