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- Apolo sob o signo da devoração: a antropofagia no desenvolvimento de uma prática cenográficaPublication . Esteves, Carolina Lyra Barros da Silva; Moreira, Helder Jorge Maia Silva; Lima, Evelyn Furquim WerneckO presente trabalho é estimulado pela reflexão sobre a similaridade que encontro na arquitetura do Teatro Oficina de São Paulo e os textos literários de Oswald de Andrade e Fernando Pessoa. A ampla janela que Oswald prevê como cenografia para sua peça O Rei da Vela, texto baseado em sua proposta filosófica de Antropofagia cultural se repete em uma janela alta, ampla e esplêndida no conto Um Jantar Muito Original, quando Fernando Pessoa descreve uma sala de jantar onde um banquete antropofágico é servido. No projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi e Edson Elito para o edifício do Teatro Oficina, companhia assumidamente “antropofágica” em sua linguagem, uma ampla janela exerce, numa leitura nietzschiana, uma função “trágica” de acolhimento do devir. Esta dissertação busca além de encontrar relações entre as “janelas” citadas, partindo dos conceitos teóricos de Oswald de Andrade e Friedrich Nietzsche, entender o processo de idealização do projeto e construção do edifício projetado por Lina Bo Bardi e Edson Elito para o Teatro Oficina.
- Assessment of ultrafine particles in Portuguese preschools: levels and exposure dosesPublication . Fonseca, J.; Slezakova, Klara; Morais, S.; Pereira, M.C.The aim of this work was to assess ultrafine particles (UFP) number concentrations in different microenvironments of Portuguese preschools and to estimate the respective exposure doses of UFP for 3–5-year-old children (in comparison with adults). UFP were sampled both indoors and outdoors in two urban (US1, US2) and one rural (RS1) preschool located in north of Portugal for 31 days. Total levels of indoor UFP were significantly higher at the urban preschools (mean of 1.82x104 and 1.32x104 particles/cm3 at US1 an US2, respectively) than at the rural one (1.15x104 particles/cm3). Canteens were the indoor microenvironment with the highest UFP (mean of 5.17x104, 3.28x104, and 4.09x104 particles/cm3 at US1, US2, and RS1), whereas the lowest concentrations were observed in classrooms (9.31x103, 11.3x103, and 7.14x103 particles/cm3 at US1, US2, and RS1). Mean indoor/outdoor ratios (I/O) of UFP at three preschools were lower than 1 (0.54–0.93), indicating that outdoor emissions significantly contributed to UFP indoors. Significant correlations were obtained between temperature, wind speed, relative humidity, solar radiation, and ambient UFP number concentrations. The estimated exposure doses were higher in children attending urban preschools; 3–5-year-old children were exposed to 4–6 times higher UFP doses than adults with similar daily schedules.
- "Ponto cego": o vídeo interactivo como dispositivo cénico numa intervenção num espaço públicoPublication . Pereira, Inês Alexandra Monteiro e Castro; Moreira, Helder Jorge Maia Silva; Martins, GuilhermeO tema proposto no meu projecto de final de Mestrado é a relação entre o vídeo interactivo e a cenografia no contexto actual, em que a cenografia rompe com os conceitos tradicionais de espaço cénico. A cenografia é vista como uma prática e técnica de projectar e executar a instalação de cenários para espectáculos com recurso a dispositivos cénicos. Estes últimos, como um espaço cénico que cria uma atmosfera visual adequada, funcionam como um espaço de interacção com o individuo que se insere numa determinada narrativa, de modo a propiciar uma boa relação entre actor e cenário, fazendo com que o público se integre no espectáculo, transportando-o para o local onde se passa a acção. Neste contexto, faz sentido introduzir uma concepção cenográfica ampliando novas formas de construção (vídeo) a cenários e espaços rompendo desta forma com a concepção de que cenografia só existe em espaços preparados a uma peça teatral ou a um espectáculo. Assim, este projecto consiste em utilizar o vídeo interactivo como um dispositivo cénico aplicado num espaço público, estação de metro. Ao apresentar o projecto neste espaço público e de uso quotidiano neste espaço da sociedade, do quotidiano, deu-me a possibilidade de permitiu aliar dois universos diferentes: um universo sensorial e um universo social. Ambos têm como objectivo provocar sensações e percepções que partem da visão e podem despoletar um encadeamento de pensamentos. Este projecto pretende reflectir sobre a cenografia adaptada à realidade da cidade, aos olhos de pessoas que nunca as vivenciaram e mostrar a relação que estabelecemos com os outros e com o mundo, onde os transeuntes do deste espaço público acabam por ser actores num palco, possibilitando o convívio, o confronto, o desviar do olhar, a memória de um lugar e, quem sabe, uma reflexão.
- Violeta - a mulher, o quotidiano, a evasão: representação em diálogo com a ficção e o documentário expressando o olhar da mulher, da feminista e da cineastaPublication . Silva, Rafaela Gonçalves Morgado da; Campos, Jorge Manuel Costa; Nunes, Pedro Sena“Compreende-se que a dualidade dos sexos (…) tenha sido traduzida por um conflito. Compreende-se que, se um dos dois conseguisse impor a sua superioridade, esta deveria estabelecer-se como absoluta. Resta explicar porque venceu o homem desde o início. Parece que as mulheres deveriam ter saído vitoriosas. Ou a luta poderia nunca ter tido solução. Por que razão o mundo sempre pertenceu aos homens e só hoje as coisas começam a mudar?” A mulher tem de se olhar, ver e ser ela em prol de um conhecimento maior de si própria e consequentemente do outro e da vida em sociedade sem espaço para a desigualdade. Respirando esta ideologia surge “Violeta”, um filme que pretende traduzir a escuridão da vida desta mulher em imagens de forma reflexiva e poética. Tentando que cada espectador se envolva, tal como a realização se envolveu e envolve. O filme acompanha, portanto, o início de mais um dia, em que Violeta acorda e não acredita que esse dia vá ser nem melhor nem pior que todos os outros. Ela já não tem sonhos, vive como um robô, passa os dias em casa a fazer as tarefas domésticas e quando se cruza com um espelho, olha-se, mas não se vê. A dissertação reflecte sobre a abordagem ao filme que estabelece um diálogo entre a ficção e o documentário sob a perspectiva da mulher, da feminista e da cineasta por trás do filme.
- A construção do real: ferramentas fílmicas na quimera do "realismo"Publication . Silva, João Filipe Fernandes da; Mamede, Eduardo Condorcet Ferreira Pais; Moreira, José Miguel Martins; Pinheiro, José Alberto da Cunha MonteiroEste ensaio propõe-se a analisar o tipo de ferramentas especificamente fílmicas que ajudam a caracterizar um determinado objecto cinematográfico como realista. Esta análise é efectuada tendo em vista a sustentação teórica da vertente prática, concretamente a curta-metragem Ventre. Pretende-se a partir de uma das grandes teorias realistas do cinema, nomeadamente a de André Bazin, a construção de um discurso coerente que alicerce as escolhas efetuadas no filme. Como complemento, será descrita a criação da mise-en-scène de Ventre, com todos os seus elementos naturalmente intrínsecos, onde convergiram todos os esforços em busca dessa linguagem realista. Essa procura advém da motivação promovida pelo próprio tema narrativo do filme: a gravidez na toxicodependência. A uma temática dura, deveria corresponder uma representação da realidade adequada e, consequentemente, realista, pois na toxicodependência a própria realidade supera muitas vezes o domínio da ficção.
- Lições em ruínas: projecto de cinema documentalPublication . Silva, Sérgio Miguel Costa; Campos, Jorge Manuel Costa; Nunes, Pedro Sena; Baptista, Maria Adriana da Costa; Dias, José Nuno de Abreu Tudela de Almeida; Vidinha, Francisco João Pereira; Conceição, Marco Paulo BarbosaO presente trabalho consiste no desenvolvimento de uma reflexão que dê origem ao documentário Iterance. Encarando as ruínas como veículo de reflexão, pretende-se abordar as semelhanças entre a crise actual e a grande depressão anterior à Segunda Grande Guerra para lançar a hipótese de estarmos a caminhar na mesma direcção, dado o crescimento dos partidos de inspiração nacionalista por toda a a Europa. As ruínas revestem-se de uma multiplicidade temporal que nos permite em simultâneo experienciar o passado e o presente, bem como imaginar o futuro, não sendo essa imaginação necessariamente restauradora, mas sim reflexiva no sentido de ponderar os caminhos que poderemos percorrer. Estas características relacionadas com o tempo e com a experiência de contemplação são comuns ao cinema, e talvez por isso podemos encontrar em muitas filmes imagens de ruínas, que tanto podem ser símbolos de uma mensagem que lhes é exterior como ser elas próprias personagens essenciais para a obra cinematográfica. No presente trabalho abordamos o filme Stalker (1979) de Tarkovsky pela importância que estas têm na representação do tempo e na sua passagem, bem como da escolha dos movimentos de câmara lentos que nos permitem reconhecer a passagem do tempo e a contemplação das ruínas na zona. Abordamos também Ruínas (2009) de Manuel Mozos que explora a relação presente-passado que estes lugares nos dão para construir um retrato de um país que já não existe e traçar semelhanças com o presente, à semelhança do que Iterance pretende fazer. Concluímos que esta reflexão veiculada através das ruínas é mais eficaz através de uma aproximação ao modo reflexivo enunciado por Nichols pelo caracter activador da consciência do espectador, sem encerrar uma mensagem como verdade absoluta. Se as ruínas nos dão a possibilidade de olhar sobre vários prismas, pensamos que este modo de documentário poderá ir ao encontro disso e a partir daí construir um filme que pretende reflectir a sensação de experiência de lugar em ruínas, particularmente das diferentes relações espaço tempo, e através disso potenciar a reflexão acerca de possíveis futuros.