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Advisor(s)
Abstract(s)
A pragmatização da educação inclusiva ao tornar a escola um direito de todos, levou à procura de estratégias que transformassem o direito na igualdade do acesso, no direito da
equidade dos resultados, o que implicou habilitar os espaços educativos de modo a torná-los
espaços de qualidade. Nesse processo, as transições entre contextos, especialmente a transição
do Jardim de Infância para o 1.º ciclo do Ensino Básico representam uma das mudanças mais significativas no processo educativo das crianças.
Os Portefólios de Avaliação Familiar (Family Assessment Portfolios), iniciados por pais de crianças
com Necessidades Adicionais de Suporte (NAS) nos Estados Unidos da América (USA) surgem como uma metodologia facilitadora das transições entre contextos educativos, e têm mostrado contribuir para a sua habilitação, isto é, constituem-se como ambiente de suporte à criança.
Filiado nesta orientação, o presente estudo descreve o processo de construção do portefólio de uma criança de 5 anos em fase de transição para o 1.º ciclo do Ensino Básico.
O objetivo deste projeto foi possibilitar à família a comunicação das informações que consideravam essenciais para a familiarização dos novos profissionais e dos pares com o seu filho, e, desse modo, transformar as transições em processos de continuidade, de envolvimento
e de participação.
Este estudo consistiu numa deslocação semanal a casa da família para facilitar o processo e organizar a informação. Nesses encontros foram registadas as informações mais importantes, bem como os sentimentos e expetativas que iam sendo manifestadas ao longo do processo. No tópico “O que consigo fazer” foram também envolvidos a educadora e os colegas da turma.
Os resultados indicaram que a família, para além de ter considerado como um ganho para si própria o processo de construção do portefólio, referiu como permitiu evidenciar os aspetos
positivos e não só os aspetos mais negativos relacionados com as dimensões onde o filho revelava mais dificuldades. Também a educadora, salientou como a sua participação no portefólio a tinha ajudado a olhar para além do que habitualmente via no aluno e a estreitar a
relação com a família. Acrescentou, ainda, que sendo uma turma que já interagia muito com a criança, a partilha do portefólio e o visionamento do filme na turma, tinha permitido aos colegas ter uma perceção ainda mais positiva sobre o amigo, visível no maior número de interações mas,
sobretudo no maior número de atos de ajuda, o que, segundo a educadora, era demonstrativo de uma maior atenção às suas necessidades.
Por último, quer a família quer a educadora consideraram que o portefólio contribuiria,
seguramente, para que a transição para o próximo contexto educativo não constituísse um momento de rutura, mas antes um processo de continuidade.
Os resultados do nosso estudo estão pois em consonância com os descritos na literatura acerca
da utilização desta metodologia na preparação das transições ou até mesmo na primeira entrada nos contextos formais de educação, o que sugere a prática da sua generalização junto das famílias com crianças com Necessidades Adicionais de Suporte.
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Portefólio Família Escola