Fatores e processos em ravinas permanentes em ambiente mediterrâneo (Centro de Portugal)

Martins, Bruno; Nunes, Adélia; Meira Castro, Ana C.; Lourenço, Luciano

http://hdl.handle.net/10400.22/15275

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Na bacia do rio Alva, à semelhança de outras áreas serranas do nosso território, algumas ravinas atingem uma dimensão espetacular. Neste trabalho procuramos analisar alguns fatores responsáveis pela evolução da ravina do Corgo, localizada no vale do rio Alva, no Centro de Portugal, nos últimos 4 anos (2015-2019), considerando o declive, a percentagem de coberto vegetal, a resistência do solo à penetração e torção, e a forma da vertente. Para o efeito, aplicou-se modelo de regressão múltipla (stepwise), ferramenta usada na construção de modelos para identificar um subconjunto útil de preditores. No período em análise, a ravina, com um comprimento de 130 metros, localizada sobre um manto de alteração granítico, teve um alargamento médio de 27.8 cm (DP: 72.0 cm) e um aprofundamento médio de 66 cm (DP: 85.5cm). Na evolução da ravina, o modelo de regressão explica entre 26% e 45 % do seu alargamento. Os resultados indicam 26% da variabilidade pela resistência do solo à penetração; 35,4% quando à variável anterior se associa o declive; e 44,5% quando se considera também a forma da vertente. Por sua vez, o aprofundamento assinalado pela ravina é explicado, entre 26% e 44,5%, a partir do mesmo modelo de regressão. A forma da vertente explica 32% da variância observada. Quando, além desta variável, se considera a percentagem de coberto vegetal, o resultado aumenta cerca de 10%. O modelo com o melhor resultado, 44,5%, considera as variáveis: forma da vertente, percentagem do coberto vegetal e resistência do solo à penetração. Confirmando os fatores envolvidos na evolução da ravina e optimizando a ligação estatística entre os fatores e a evolução, os resultados podem fornecer informações importantes para prever taxas de erosão em ambientes semelhantes.