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Finais de 1949. António Ferro, diretor do Secretariado Nacional de Informação (SNI) desde 1933, abandona o cargo, sendo nomeado ministro de Portugal em Berna, cargo que ocupa até 1954, mudando-se depois para Roma, onde permaneceu até 1956, data da sua morte.
O abandono do cargo de diretor do SNI não significou, contudo, uma interrupção da sua atividade como intérprete e divulgador da “personalidade portuguesa”, descortinando-se na sua ação enquanto ministro de Portugal, em Berna e em Roma, uma continuidade no modelo identitário que tinha implementado no SNI, centrado no demótico como emblema da portugalidade.
Homem de ação por natureza, o trabalho diplomático-propagandístico desenvolvido nas respetivas legações, em Berna e Roma, não parecia chegar para o antigo diretor do Secretariado, que criou de raiz um Centro Português de Informações (CPI), primeiro em Genebra e depois em Roma.
Esta comunicação procurará, portanto, esclarecer a ação de Ferro neste período, tentando dar resposta a uma série de questões de investigação, que se passam a enumerar:
- que ideia de nação portuguesa foi a transmitida por Ferro enquanto ministro de Portugal em Berna e Roma?
- que instrumentos foram mobilizados por Ferro nestas funções?
- que relação se estabeleceu entre esta ação diplomática de Ferro, de divulgação da nação, e o Secretariado, órgão por excelência da propaganda nacional, neste período dirigido por José Manuel da Costa e depois por Eduardo Brazão?
- como funcionavam os Centros Portugueses de Informação?
- que consequências resultaram desta ação de divulgação de Portugal no estrangeiro liderada por Ferro?
- que correspondência existiu entre os objetivos traçados e as realizações efetivas?
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António Ferro Propaganda de Portugal Actividade diplomática