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DM_CarlosSilva_MGIE_2021 | 2.78 MB | Adobe PDF |
Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
O desenvolvimento tem contribuições positivas e negativas para a nossa sociedade. De uma
forma negativa assiste-se cada vez mais e a um ritmo muito acelerado no esgotamento dos
recursos naturais, e ao desgaste da qualidade ambiental (alterações climáticas e perda de
biodiversidade) causadas pelas atividades empresariais. Assim, a eco-inovação é vista como uma
tentativa de aliviar esses problemas ambientais e uma forma de ajudar as empresas a encontrar
soluções sustentáveis para minimizar o impacto das suas atividades no meio ambiente e, ao
mesmo tempo, a tornarem-se mais competitivas, através da redução de custos e da melhoria da
qualidade.
Neste contexto, a eco-inovação é vista como sendo um dos principais motores para a
internacionalização, tendo em conta que cada vez mais empresas entram nos mercados externos
para procurar oportunidades, aumentar a sua competitividade e melhorar o seu desempenho.
Além disso, a internacionalização e a eco-inovação estão complexamente interligadas porque as
empresas que enfrentam a concorrência internacional são mais propensas a inovar
ecologicamente.
Tendo em conta que as discussões sobre eco-inovação são cada vez mais frequentes e o conceito
tem evoluído, a sua ideia principal continua a ser altamente estimulante. Nos últimos anos foram
realizados muitos estudos considerando diferentes perspetivas, contextos e resultados. Nesse
sentido, a identificação e análise de factos relacionados com a eco-inovação são vistos como
sendo muito importantes para ajudar a consolidar e melhorar os conhecimentos nesta área.
Assim, esta pesquisa tem como objetivo fornecer mais alguns dados sobre a eco-inovação e, mais
especificamente, sobre a relação entre a Internacionalização e a Eco-inovação nas empresas, além
do seu impacto nas mesmas. Com este estudo pretende-se explorar e perceber a relação entre a
Internacionalização e a Eco-Inovação.
O estudo realizado divide-se em dois tipos de análise. Primeiramente foi realizada uma análise
quantitativa (análise de clusters) com base em dados estatísticos retirados do Observatório da
Eco-inovação (OEI) e, em segundo lugar, desenvolveu-se uma análise qualitativa que teve por base
a realização de seis entrevistas semiestruturadas a empresas do sector do calçado da zona norte
de Portugal.
Através da análise da informação recolhida constatou-se a existência de uma preocupação dos
gestores das empresas entrevistadas por se tornarem, acima de tudo, mais sustentáveis e a terem
uma atitude pró-ativa para com a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade dos recursos, sendo esta atitude uma tendência de mercado. Por esse facto, a adoção/implementação
de eco-inovações por parte das empresas como uma forma de obter vantagens competitivas,
atender às pressões regulatórias e às necessidades dos clientes, não podem, nem devem, ser
negligenciadas quando se opera em mercados estrangeiros. Estas devem fazer parte das
estratégias das empresas com vista a melhorar o seu desempenho económico, agregar valor ao
cliente e à empresa e, ao mesmo tempo, contribuir para o desenvolvimento sustentável,
diminuição dos custos e impactos ambientais, no entanto, com os dados recolhidos não foi
possível obter evidência estatística sobre a influência direta da internacionalização na adoção de
eco-inovações por parte das empresas. Apesar da criação de programas de apoio ao
desenvolvimento de eco-inovações por parte da União Europeia e do reconhecimento das
vantagens da sua implementação, tais iniciativas continuam a levar a várias dificuldades de
implementação relacionadas com o fraco envolvimento do setor privado em termos de
investimento em eco-inovação e em Investigação e Desenvolvimento (I&D), ficando muito
dependente das instituições públicas. Por outro lado, verificou-se, também, uma certa dificuldade
em separar o conceito da eco-inovação do de economia circular, ficando em muitos casos os dois
conceitos agrupados.
Description
Keywords
Internacionalização Eco-inovação Sustentabilidade Meio Ambiente