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Abstract(s)
O percurso dos estudantes no Ensino Superior é um lugar de aprendizagem e formação
académica de qualidade e excelência que deve ser acompanhado por uma formação pessoal,
social e cívica (Almeida & Santos, 2002). Este mesmo lugar, é intenso em crescimento
pessoal e rico na diversidade de experiências, que conduz a possíveis mudanças nas esferas de
vida do estudante (de natureza pessoal, social e contextual); e envolve tarefas académicas,
vocacionais, sociais e emocionais particularmente desafiadoras (Chickering & Reisser, 1993;
Dias, 2006). Estes novos contextos de vida podem ser percecionados como significativos e
estimulantes, e assim facilitar o desenvolvimento e integração; e em oposição, experiências
negativas podem constituir fatores de desorganização e desajustamento (Dias, 2006).
Esta preocupação tem acentuado a importância de proporcionar experiências
favoráveis ao desenvolvimento em níveis mais complexos, integrados e flexíveis (Menezes,
1998), que os tornam competentes cidadãos ativos e participativos em sociedade. A Educação
Psicológica Deliberada intervém nas competências e estruturas do sistema pessoal e inscrevese
numa estratégia de exploração reconstrutiva (Menezes, 1998; Sprinthall, 1991) – uma
sólida estratégia de intervenção psicoeducacional que tem vindo a dar provas da sua eficácia
ao nível da promoção da complexidade de estruturas cognitivas e da capacitação para a ação
(Menezes, 1998, 1999). Assim, e reconhecendo nos estudantes um papel ativo e reflexivo,
apresenta como condições: participar em experiências que impliquem ação em contexto real e de interação, que coloquem em desequilíbrio as estruturas cognitivas atuais; oferecer
oportunidades de reflexão guiada e sistemática num ambiente seguro, de apoio emocional e de
desafio; favorecer contextos que validem e suportem o pluralismo e o diálogo de perspetivas;
oferecer espaços de integração e construção de um significado pessoal e; assegurar a
continuidade temporal que facilite a mudança e o desenvolvimento psicológico (Ferreira,
2006; Menezes, 1998). Diversos estudos têm demonstrado que é no seio destas experiências
de ação e compreensão que os estudantes vão (co-)construindo os seus interesses e
melhorando o conhecimento de si e da realidade envolvente (Baxter-Magolda, 1999; Campos
& Coimbra, 1991; Haste, 2004). Segundo Menezes (2003) a participação é uma ferramenta
poderosa de aprendizagem, se intencionalmente construída e sistematizadamente apoiada,
“porque requer uma intersubjetividade que envolve o encorajamento ativo da reflexão e
expressão dos participantes, porque reclama a criação de um ambiente que valoriza a
expressão de dissensões e encoraja o pluralismo, porque atende a diversidades de formas de
contexto de participação e à experiência de grupos diversos, porque afirma o direito das
pessoas e das comunidades a tomarem decisões e exercerem poder sobre as suas vidas – e
porque considera que tudo isto é condição para a reconstrução e o aprofundamento da
democracia” (Menezes, s.d., p.21).
O voluntariado enquanto forma de envolvimento social e cívico assente na ajuda aos
outros - a um grupo, organização, causa ou comunidade (Musick & Wilson, 2008): a) numa
perspetiva individual, parece constituir oportunidades para o desenvolvimento de
competências pessoais, sociais e ocupacionais e fortalecer o sentido de pertença e de
comunidade; e b) do ponto de vista societal, pode registar vantagens - essencialmente a curtoprazo,
como o aumento da cultura cívica, do capital social, do clima de discussão e pluralismo
(Menezes, s.d.). Porém, e conscientes de que nem todas estas ações são positivas (e podem
reforçar estereótipos, preconceitos ou o conformismo), importa apoiar cada vez mais, experiências que assegurem qualidade desenvolvimental (Ferreira, 2006). Particularmente no
contexto de Ensino Superior, a investigação sobre o voluntariado é limitada e recente, assim
como as práticas de intervenção. Na sua maioria, decorrem de programas organizados pelo
corpo estudantil que, ainda que de forma pouco consistente, começa a distinguir a “ação
social” do “envolvimento e participação” e considera variadas oportunidades de otimização da
sua atividade académica e de sair da “bolha do estudante” (student bubble) que tantas vezes os
descreve (Brewis, Russel & Holdsworth, 2010).
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Instituto Politécnico do Porto
Universidade do Porto
Universidade do Porto