Browsing by Author "Vieira, Ana Catarina Machado"
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- A mobilidade reduzida e o acesso ao património histórico-cultural: caso de estudo nas cidades de Braga e GuimarãesPublication . Vieira, Ana Catarina Machado; Liberato, Pedro; Liberato, DáliaO Turismo é um direito e, por isso, toda a sociedade tem o direito de dele usufruir. O aumento da população de terceira idade (+ 65 anos), o elevado número de pessoas com deficiência (física, auditiva, intelectual e cognitiva) no mundo e o crescimento do desejo de viajar, acelerou o interesse e preocupação pela acessibilidade, com o objetivo de fornecer uma melhor experiência a este tipo de turista, provocando, assim, a criação do “Turismo Acessível e Inclusivo”. Porém, este segmento turístico ainda tem um longo caminho a percorrer, uma vez que ainda persistem muitas barreiras. Com o aumento da preocupação e da necessidade de oferecer um melhor serviço e uma melhor qualidade de vida, muitos governos, incluindo o português, criaram leis, políticas, estratégias e planos para melhorar e aumentar a acessibilidade nos destinos, como, internacionalmente, a Norma ISO: 21 542: 2021 e, em Portugal, o Decreto-Lei n.º 163/2006. A presente dissertação ambiciona analisar a acessibilidade no património cultural. Para a recolha e análise de informação, foi selecionado o método qualitativo, estudo descritivo exploratório, tendo por base as entrevistas semiestruturadas realizadas aos responsáveis oficiais, a stakeholders, guias intérpretes e associações de cada destino turístico (Braga e Guimarães). O objetivo geral é avaliar a acessibilidade no património histórico-cultural em cidades de média dimensão. Os objetivos específicos são: avaliar as políticas urbanas em termos de acessibilidade ao património e ao destino turístico; identificar as medidas de acessibilidade adotadas nas cidades de Braga e de Guimarães; identificar as tipologias da procura enquadradas no Turismo Acessível; definir estratégias a implementar no acesso ao património, nas cidades de Braga e Guimarães; e, identificar os principais monumentos com acessibilidade motora nas cidades de Braga e de Guimarães. Os resultados da presente investigação, e atendendo ao seu enquadramento geográfico, destacam que a acessibilidade está a ser considerada como uma oportunidade estratégica para os destinos turísticos visados, no entanto ainda são parcialmente acessíveis, uma vez que o caminho para a acessibilidade é um processo a longo prazo. Relativamente à identificação de medidas de acessibilidade adotadas nas cidades, destaca-se que, apesar das melhorias realizadas ao longo dos anos, as duas regiões enfrentam ainda algumas barreiras. As medidas frequentemente identificadas pelos entrevistados com o objetivo de melhorar a acessibilidade nos destinos turísticos, foram: utilização de rampas de acesso (removíveis ou definitivas) e a criação de casas de banho adaptadas. No que se refere à formação específica e competências necessárias dos colaboradores, é possível evidenciar que ainda há falta de colaboradores especializados e com as competências necessárias nesta área nos dois destinos analisados. Relativamente às novas tecnologias, destaca-se a preocupação, pelos destinos turísticos, no desenvolvimento e melhoria dos seus websites oficiais, introduzindo a informação em vários formatos com o objetivo de incluir públicos mais diversos. É notório que, no âmbito do Turismo Cultural, nem todos os museus e monumentos proporcionam a informação em vários formatos. Por fim, em relação aos meios de transporte adaptados, é possível evidenciar que os destinos turísticos têm este aspeto em consideração, tendo havido melhorias. No entanto, devido à falta de apoio financeiro, persistem algumas falhas. De acordo com as tipologias enquadradas no Turismo Acessível, é possível destacar que, relativamente à percentagem de turistas com mobilidade reduzida que visita os destinos turísticos e, desses, quais os que têm interesse pelo património cultural e que grau de satisfação manifestam, os dois destinos turísticos analisados não contabilizam este tipo de dados, visto ser um público bastante residual. Relativamente aos outros tipos de deficiência têm sido desenvolvidos alguns projetos. Em relação à definição de estratégias a implementar no acesso ao património, é possível evidenciar que, apesar das melhorias realizadas pelos destinos, o património cultural existente não é completamente acessível, existindo principalmente barreiras arquitetónicas. Por fim, de acordo com a identificação dos principais monumentos/museus com acessibilidade motora nas cidades, destaca-se o Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, e o Mosteiro de São Martinho de Tibães, em Braga.
