Browsing by Author "Silva, Filipe Miguel Moreira Gonçalves da"
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- A invisibilidade da performance do maquinista de teatroPublication . Silva, Filipe Miguel Moreira Gonçalves da; Silva, Marta Sofia da; Soler, Jordi MassóA presente reflexão escrita auxilia o projeto de mestrado em Artes cénicas, especialização em Cenografia com o título A Invisibilidade da Performance do Maquinista de Teatro. Esta pesquisa investiga a “invisibilidade” do maquinista de teatro, profissional crucial na execução técnica das produções. Como dar visibilidade a este profissional e valorizar o seu trabalho? A pesquisa para este projeto começará com uma breve contextualização histórica do papel do maquinista no teatro, traçando uma linha do tempo que revelará como as suas responsabilidades e a perceção do seu trabalho evoluíram ao longo dos anos. O estudo analisa como essa invisibilidade afeta a perceção e valorização do seu papel. Através da adoção de uma estratégia híbrida e em permanente oscilação entre practice-led research (pesquisa derivada da prática) e practice-based research (pesquisa baseada na prática) (Smith & Dean, 2009), baseada nos meus 30 anos de experiência como maquinista, procuro que este estudo aplicado se materialize num projeto prático que consiste numa apresentação pública que utiliza efeitos mecânicos para revelar os processos de criação teatral, destacando o maquinista na interseção entre realidade e ficção, obra e processo, arte e vida. Trata-se de uma investigação-ação, que investiga a dinâmica de invisibilidade que cerca os maquinistas de teatro, numa abordagem qualitativa, incluindo entrevistas com maquinistas, encenadores e cenógrafos, assim como um estudo do panorama nacional acerca da maquinaria de cena. Pretendo com este estudo abordar questões como qualidade na produção teatral e divisão de reconhecimento entre artistas e técnicos. O projeto visa dar visibilidade ao trabalho do maquinista, promover a reflexão sobre a natureza do teatro e da arte, e desafiar as convenções artísticas. A apresentação procura explorar a estética do acontecimento, a relação entre a fisicalidade, operacionalidade dos maquinistas e performance. O seu corpo torna-se uma extensão da maquinaria, e vice-versa. A interação física, o toque, o esforço visível, comunicam uma intimidade com os mecanismos que carregam consigo uma história de uso e uma materialidade específica. Nesse sentido, a presença física do maquinista não deve ser vista apenas como um elemento técnico, mas sim como uma força performativa em si mesma. Assim, a visibilidade dada ao maquinista não apenas valoriza o seu papel, mas também enriquece a experiência teatral como um todo e contribui para a valorização desses profissionais.
