Browsing by Author "Silva, Ana Carolina Oliveira Filipe da"
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- Utilização de membranas fetais em Engenharia de TecidosPublication . Silva, Ana Carolina Oliveira Filipe da; Ribeiro, Maria Cristina CastroDurante a gravidez, várias estruturas são formadas para o correto desenvolvimento fetal, nomeadamente, as membranas fetais. As membranas fetais são constituídas pela membrana amniótica e a membrana coriónica que fornecem suporte mecânico, endócrino e imunitário para a proteção do feto. A membrana amniótica consiste na camada mais interna que contém o líquido amniótico. É formada por uma camada de células epiteliais, uma membrana basal e pelo estroma que é composto pelas camadas compacta, fibroblástica e esponjosa. Por outro lado, a membrana coriónica é a camada mais externa e constituída pela camada reticular, a membrana basal e pela camada de trofoblastos. Após o parto, as membranas são descartadas uma vez que são consideradas lixo biológico. Contudo, possuem propriedades bastante interessantes que se devem à presença de excelentes fatores de crescimento, citoquinas, células e outros componentes, podendo ser utilizadas em diversas aplicações. De modo a evitar uma resposta inflamatória e imunitária no hospedeiro, é necessário realizar o tratamento das membranas através de certos processos para remover componentes celulares, preservando a estrutura e elementos da matriz extracelular. Graças aos componentes estruturais, as membranas fetais têm vindo a ser utilizadas em inúmeras aplicações na engenharia de tecidos e medicina regenerativa como scaffolds para o tratamento e regeneração de vários tecidos danificados. Assim, o principal objetivo deste trabalho foi avaliar o papel proliferativo e adesivo das membranas amniótica e coriónica em dois tipos de linhas celulares, particularmente, a MC3T3-E1 e a RAW 264.7, tendo em vista explorar a possível aplicação destas membranas em regeneração óssea. A MC3T3-E1 é uma linha celular precursora de osteoblastos, comumente utilizada para avaliação da osteogénese. Já as células RAW 264.7 são uma linha celular de macrófagos, passíveis de diferenciação em osteoclastos, os quais têm um papel central na remodelação óssea. Inicialmente, começou-se por realizar a caracterização das membranas através de técnicas de espectroscopia vibracional: espectroscopia e microscopia de infravermelho com transformada de Fourier e microscopia confocal Raman, para adquirir informações quanto à composição química e estrutura molecular das mesmas. Foi também possível identificar a presença de bandas indicativas da existência de glicosaminoglicanos, o que indica que o procedimento de descelularização, preservou, pelo menos em parte, estes constituintes da matriz. Posteriormente, realizou-se a cultura das células MC3T3-E1 e as RAW 264.7 durante 1, 3 e 7 dias juntamente com as membranas amniótica e coriónica. Após incubação, foram utilizados três tipos de testes para avaliar a viabilidade e citotoxicidade das células, nomeadamente, o PrestoBlue, Live/Dead e o CytoTox 96. Por fim, a microscopia confocal, a microscopia eletrónica de varrimento e a microanálise por raios-X, foram utilizadas para analisar a morfologia das células MC3T3-E1 na presença das membranas e a composição elementar da membrana amniótica e membrana coriónica. Observou-se uma alteração na morfologia das células em ambas as membranas, bem como uma maior concentração de células na presença da membrana coriónica relativamente à membrana amniótica. Além disso, a adesão das células à superfície das membranas sugere que componentes importantes em ambas as membranas foram preservados nas matrizes extracelulares. Assim, verificou-se que as membranas fetais demonstram ter características únicas para serem utilizadas em várias aplicações da engenharia de tecidos, nomeadamente para regeneração óssea, graças à preservação de componentes estruturais e integridade da matriz extracelular após os procedimentos de descelularização e liofilização.