Browsing by Author "Rodrigues, Diana Catarina Pinto"
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- A Terapia Ocupacional no contexto educativo: articulação entre terapeutas e professoresPublication . Rodrigues, Diana Catarina Pinto; Santos, Miguel Augusto Meneses da SilvaDefinindo o ser humano como “unidade biopsicosocial”, González (1993, citado por Ferreira, 2003) destaca a necessidade de ver a pessoa como um todo, classificando a interpretação da incapacidade em função de uma única perspetiva científica como bastante redutora, reconhecendo-se a importância dos contextos no desenvolvimento da criança, nomeadamente, do contexto educativo, fomentando-se, assim, a inclusão (Gonçalves, 2012). Assim, a criança/jovem com necessidades educativas e sociais tem o direito de ser educada(o) num ambiente regular, onde a escola proceda às modificações apropriadas no processo de ensino-aprendizagem, no sentido de encontrar resposta para um dos direitos de todas as crianças que é, o direito a uma educação igualitária e de qualidade que observe as suas necessidades e características (Correia & Cabral, 1999; Kauffman & Simpson, 2007; Ribeiro I., 2008). Um dos profissionais a intervir neste contexto é o terapeuta ocupacional tendo a sua intervenção por base a ocupação e as atividades significativas, oferece respostas no que concerne à participação das crianças no processo de ensino-aprendizagem que decorre no contexto educativo. A sua intervenção tem como finalidade a participação ocupacional em todas as atividades realizadas neste contexto, atendendo às necessidades de suporte ou adaptações, em parceria com todos os outros agentes educativos (Pape, Ryba, & Case-Smith, 2004; Jurdi & Amiralian, 2006; Jenkinson, Hyde, & Ahmad, 2008). O apoio por parte deste técnico vem muitas vezes por parte dos Centro de Recurso para a Inclusão que orientam a sua atividade de acordo com uma abordagem ecológica, avaliando a discrepância entre as capacidades/competências da criança e o seu desempenho/participação de forma a compreender o seu comportamento tendo em conta o contexto em que se insere e ainda tendo em conta uma melhoria em termos de independência, relacionamentos, contribuições, participações escolar e comunitária e bem-estar pessoal (Ministério da Educação, 2007; Schalock, 2004). Assim, de forma a perceber como funcionam os apoios terapêuticos em contexto educativo – mais concretamente na área da Terapia Ocupacional – e de que forma é feita a articulação entre técnicos e docentes, surge este projeto de investigação com os principais objetivos de: (i) perceber se alguns dos paradigmas da educação especial são uniformemente entendidos e aplicados por diferentes professores, de diferentes ciclos e de diferentes áreas de ensino; (ii) verificar se o apoio terapêutico em contexto escolar é visto, na prática, pelos envolvidos como favorável e a que níveis; (iii) pesquisar as formas como docentes e técnicos procuram articular para o bem comum de beneficiar o aluno apoiado; e finalmente (iv) identificar sugestões por forma a facilitar e/ou melhorar esta articulação. Esteve na sua base uma metodologia qualitativa, em que amostra é constituída por seis professores e dois terapeutas ocupacionais, a trabalhar em escolas com e sem apoio de Centros de Recursos para a Inclusão, contemplando a zona norte do país. Como instrumento de recolha de dados foi utilizada a entrevista semiestruturada, com posterior análise de conteúdo para interpretação e discussão dos dados obtidos. Com o presente estudo foi possível compreender melhor as necessidades dos envolvidos no trabalho com uma mesma criança e as diferentes perspetivas sobre a necessidade de se comunicarem e como poderá ser feita essa mesma comunicação. Foi gratificante perceber que todos os inquiridos se mostraram preocupados com estas questões e até com algumas ideias de melhoria ainda que muito pouco individualmente se possa fazer para a implementação das mesmas.