Browsing by Author "Pestana, Luciana de Jesus"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Estrutura de capitais nas empresas familiaresPublication . Pestana, Luciana de Jesus; Gomes, Luís Pereira; Lopes, Isabel Cristina da SilvaAs empresas familiares representam o modelo de organização predominante nas economias a nível mundial. A compreensão das expetativas destas empresas permite melhorar a monitoração dos seus comportamentos e do seu desempenho. O envolvimento da família nos negócios influencia a determinação de metas e objetivos distintos que tenham por base a preservação da continuidade da empresa na família. A propriedade privada limita seriamente o recurso ao capital externo, determinando que estas empresas, na maior parte das vezes, tenham de confiar nos recursos internos e/ou nos recursos familiares para satisfazerem as suas necessidades de capital. Ainda assim, o receio de perder o controlo empresarial justifica que as empresas familiares prefiram empregar níveis de dívida relativamente superiores, de modo a limitar as tentativas de aquisição por parte dos acionistas externos. Neste contexto, o objetivo principal desta dissertação é estudar duas teorias sobre a estrutura de capitais nas empresas familiares portuguesas, designadamente, a teoria Trade-Off (TOT) – para identificar se estas empresas estipulam metas de endividamento que lhes permitam compensar os custos da dívida com os benefícios fiscais emergentes – e a teoria Pecking Order (POT) – para verificar se estas empresas dão preferência à utilização dos recursos internos, em detrimento da emissão de dívida e da emissão de ações. Para o feito, foi selecionada uma amostra final constituída por 4.952 empresas familiares sediadas em Portugal com atividade no período compreendido entre 2009 e 2016. O estudo recorreu a modelos estáticos de painel e a modelos dinâmicos de painel, compreendendo testes individuais a cada uma das teorias em estudo e um teste conjunto comparativo do desempenho da TOT e da POT nas referidas empresas. As principais conclusões evidenciam que as decisões sobre a estrutura de capitais das empresas familiares portuguesas adaptam-se relativamente bem aos pressupostos da TOT. Os reduzidos custos de agência nestas empresas, resultantes da maior convergência de interesses entre proprietários e gestores, por um lado, e, por outro, dos menores problemas de assimetria de informação entre proprietários/gestores e credores, contribuem para a contração de dívidas menos onerosas e com maior facilidade. Mas apesar do défice de fundos não apresentar um impacto considerável sobre as variações no endividamento, o teste conjunto sugere que ambas as teorias explicam parte da estrutura de capitais das empresas familiares portuguesas, concluindo-se que a TOT e a POT não são mutuamente exclusivas.