Browsing by Author "Pereira, Andreia Filipa da Silva"
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- Avaliação da Sustentabilidade na Produção de Solas de Borracha Butadieno-Estireno (SBR)Publication . Pereira, Andreia Filipa da Silva; Garrido, Ermelinda Manuela Pinto JesusA preservação do meio ambiente tem merecido uma atenção sem precedentes por parte da sociedade, dos governos e dos agentes económicos entre os quais a Indústria Produtiva. A maior parte dos processos produtivos industriais continua a gerar impactos negativos no meio ambiente, pelo que a gestão ambiental tem vindo a assumir uma grande relevância na política empresarial das indústrias produtivas. Nesse sentido, uma das abordagens fundamentais é a gestão eficiente dos resíduos produzidos, nomeadamente na procura de soluções que permitam um melhor aproveitamento dos mesmos. A fileira do calçado, que constitui uma Indústria Produtiva de grande relevância para a economia nacional, tem vindo a investir ativamente neste tipo de abordagens. O Grupo Monteiro Ribas integra uma unidade industrial intitulada Monteiro Footwear, que se dedica à produção de placas de borracha para a indústria do calçado. Estas placas são maioritariamente compostas pela borracha de butadieno-estireno (SBR). Na Monteiro Footwear são desenvolvidas atividades que apresentam uma considerável geração de resíduos, tornando-se necessário proceder à sua correta gestão e, sempre que possível, à sua valorização. Ao longo da produção das placas são gerados diferentes tipos de resíduos nomeadamente o pó de SBR que é formado durante a fase de calibração das placas. Tendo como foco a valorização deste resíduo, o pó de borracha é recolhido através de um sistema de aspiração e armazenado com o objetivo de ser reincorporado numa gama de placas de borracha específica, tendo por base formulações de borracha nas quais o material reciclado funciona como carga de enchimento. Neste trabalho, pretendeu-se realizar um estudo comparativo de sustentabilidade entre as placas de borracha SBR convencionais e as placas de borracha SBR incorporando sua composição 40% de pó de borracha reciclada. O estudo de sustentabilidade teve por base a utilização de Indicadores de Sustentabilidade Ambiental e uma ferramenta que auxilia os Sistemas de Gestão Ambiental, a Avaliação de Ciclo de Vida (ACV). O método de produção dos dois tipos de placas de borracha SBR é muito semelhante, uma vez que ambas são sujeitas às mesmas etapas de produção. Consequentemente, o consumo energético, o consumo de água e algumas emissões atmosféricas, principalmente de compostos orgânicos voláteis, associados à produção de ambas, é praticamente igual. vi A principal diferença observada, envolve a obtenção de matérias-primas (MP) e todos os consumos e insumos associados às mesmas. A incorporação de 40% de pó reciclado na formulação das placas SBR reflete-se numa poupança significativa em termos de matérias-primas de cerca de 469 kg por cada 1000 kg de placas de borracha SBR produzidas e, consequentemente, numa poupança no consumo de combustíveis com origem fóssil (para a obtenção das matérias-primas e produção de energia utilizada no seu transporte) e, ainda, uma redução significativa em todas as emissões ambientais associadas a estes processos. Pode-se concluir que a produção da placa de borracha SBR com incorporação de pó reciclado representa uma vantagem ambiental relativamente à placa de borracha SBR convencional. Esta vantagem reflete-se principalmente a nível da poupança que é feita em termos de matéria-prima virgem e a nível do aproveitamento de resíduos provenientes do processo de produção. Relativamente a emissões de GEE associados ao transporte das matérias-primas para a produção de ambas as placas, determinou-se que no transporte das matérias-primas necessárias para a placa de borracha SBR com incorporação de pó dá-se uma emissão de 2,289 Mt CO2 eq /ton e, para a placa de borracha SBR convencional esse valor é de 3,164 Mt CO2 eq /ton. Ambos os valores correspondem a uma produção de 1000 kg de produto final (Unidade Funcional). Foi possível observar que a emissão de GEE no primeiro caso é cerca de 1,4 vezes inferior relativamente ao segundo, mostrando também uma clara vantagem. No entanto, importa mencionar que estes estudos de sustentabilidade são demorados e complexos tornando-se, por isso, difícil chegar a valores concretos e conclusões assertivas.
