Browsing by Author "Paula, Priscila Clemente Martin de"
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- Uma vida em delírio ou a tentativa de não esquecerPublication . Paula, Priscila Clemente Martin de; Vicente, Maria Inês Areal Rothes Marques; Silva, Carolina Lyra Barros daEsta dissertação apresenta uma investigação situada na convergência entre a pesquisa académica e a prática teatral, com o objetivo de questionar os mecanismos de opressão associados à velhice, ao mesmo tempo em que reconhece a força e a singularidade do envelhecimento feminino. A pesquisa visa compreender a senescência do corpo da mulher e valorizar suas contribuições culturais, sociais e simbólicas. Inspirado pela abordagem da Pesquisa Baseada em Artes, o estudo propõe a arte como meio legítimo de produção de conhecimento, capaz de traduzir dimensões subjetivas, afetivas e sensoriais da experiência humana. A metodologia fundamenta-se na escuta e no acolhimento, articulando práticas performativas e ritualísticas como campos férteis para a subversão de convenções e para a emergência do corpo envelhecido como presença discursiva e criadora. O delineamento teórico reúne autoras e autores que refletem criticamente sobre envelhecimento, memória e representação: Simone de Beauvoir, Michela Murgia, Ecléa Bosi, Paul Ricoeur e Aleida Assmann, além de pensadores que valorizam a tradição oral como forma legítima de conhecimento, como Jan Vansina e Julvan Moreira de Oliveira. O trabalho também dialoga com referências centrais no campo do teatro documental e ritualístico, como Erwin Piscator, Bertolt Brecht, Augusto Boal, Antonin Artaud, Richard Schechner, Victor Turner, Patrice Pavis e Hans-Thies Lehmann. A investigação culmina na criação e encenação de Sa(N)tã: Uma Vida em Delírio ou a Tentativa de Não Esquecer, um projeto teatral com abordagem ritual. A partir de relatos de mulheres idosas e cuidadoras, a cena se constrói como espaço de resistência, escuta e transmissão intergeracional. A dissertação reafirma, assim, a potência do teatro como dispositivo político, ético e poético, capaz de resgatar vozes, ativar memórias e romper com os silenciamentos impostos ao corpo feminino envelhecido.
