Browsing by Author "Paula, Lucimar de Souza e"
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- A relação entre a internacionalização e o desempenho das empresas: o caso do BrasilPublication . Paula, Lucimar de Souza e; Machado, Celsa Maria de Carvalho; Saraiva, António Fernando Martins GarciaA literatura empírica sobre a relação entre a internacionalização das empresas e o seu desempenho é prolixa, redundando em evidências díspares quanto ao sinal – positivo, negativo – e à configuração – linear, não-linear – desta relação. Numa economia emergente como é a brasileira, onde decorre um vigoroso processo de internacionalização de cada vez mais empresas, é particularmente relevante investigar os efeitos deste processo, nomeadamente ao nível do desempenho dessas empresas. Usando uma amostra de 236 das Melhores & Maiores empresas brasileiras, no período 2011-2015, estimou-se um modelo com dados em painel, tomando-se como variável a explicar o desempenho das empresas, medido pelo ROE, em função do grau de internacionalização (mas também o seu valor quadrático e cúbico), e considerando como variáveis de controle a dimensão das empresas e a taxa de crescimento real do PIB do Brasil. Embora o grau de internacionalização médio das empresas representadas na amostra seja de 27%, em quase dois terços das observações o grau de internacionalização é inferior a 25%, sendo superior ou igual a 75% em apenas cerca de um décimo das observações. Verificando-se que as empresas que, em algum dos anos considerados, exportam menos de 25% da sua produção apresentam a mais elevada média da rentabilidade dos capitais próprios, ROE, enquanto que aquelas que se situam nos escalões intermédios do grau de internacionalização revelam a menor média da ROE, tal sugeriria admitir-se uma configuração em U para a relação internacionalização-desempenho. Esta conjectura revela-se, contudo, improcedente, quando se controla a heterogeneidade das empresas através do estimador de efeitos fixos seccionais, resultando num perfil da relação internacionalização-desempenho em U-invertido. Assim, o desempenho das empresas brasileiras analisadas aumentará com o grau de internacionalização, mas apenas até este atingir cerca de 60%. A intensificação da internacionalização para além deste nível prejudicará o desempenho das empresas, provavelmente devido ao fato das economias de escala passarem a ser neutralizadas pelo crescimento dos custos de coordenação de uma rede comercial crescentemente dispersa por países cada vez mais afastados, geográfica e culturalmente. O desempenho do grupo de empresas analisadas dependerá positivamente do número de trabalhadores que empregam e da conjuntura econômica nacional.
