Browsing by Author "Pacheco, Mariana Henriques"
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- Influência da inteligência artificial em UX: novas perspetivas sobre criatividade e produtividade na descoberta das necessidades dos utilizadoresPublication . Pacheco, Mariana Henriques; Rodrigues, RuiEsta investigação explora a influência do uso de ferramentas e recursos de inteligência artificial (IA) nas práticas de User Experience (UX) para descobrir e compreender as necessidades de utilizadores de sistemas digitais. O estudo se atém a dois aspectos presentes e interligados na rotina de UX: criatividade, uma habilidade essencial, e produtividade, um elemento central no mercado de trabalho. Portanto, questiona-se, como profissionais de UX poderão manter sua criatividade ao usar IA em seu trabalho, e ainda obter reflexos em sua produtividade. Busca-se obter um retrato atual, marcado por inovações e ferramentas emergentes. O desenvolvimento da tese usa de atividades de UX Research: análise comparativa, inquérito por questionário, entrevista qualitativa e um experimento comparativo. A análise comparativa traz características, prós e contras de 7 ferramentas usadas em descoberta e citadas por especialistas. Tal etapa mapeia o cenário atual, identifica limitações e oferece uma base para a comparação do potencial das ferramentas com as opiniões dos profissionais na pesquisa. la no inquérito, com 75 respostas, quantifica-se o uso de IA em UX, sua influência na criatividade e produtividade, mudanças na rotina de trabalho e na colaboração humano-máquina. Sua análise sugere que IA tem papel assistencial, e que, embora melhore a produtividade em tarefas operacionais, e usada com ceticismo onde é necessária a criatividade ou a tomada de decisões complexas. Posteriormente, nas entrevistas qualitativas realizadas com 15 profissionais de UX, nota-se que a IA vem sendo integrada ao seu trabalho. Observa-se ainda que em empresas com alta demanda e baixa maturidade de UX, a lA alivia tarefas operacionais e permite a concentração em atividades de maior valor. Quanto a criatividade, há opiniões desiguais: alguns profissionais que adotam IA em atividades de descoberta percebem que tem sua criatividade fomentada. Os que não a adotam, relatam que a parte manual do processo os mantém realizados, criativos, imersos e empáticos para lidar com as dores dos utilizadores. Ainda, uma nuance relativa a acessibilidade foi descoberta e mostra que o uso de ferramentas de IA em pesquisa aumenta a performance, confiança e autoestima dos profissionais com deficiência física e motora e com neurodivergências. Adicionalmente, sobre autoestima, nota-se que alguns profissionais que usam lA em descoberta, lidando ou não com neurodivergências, tem sua confiança aumentada. Porém, na preocupação com a perda do exercício cognitivo criativo, padronização excessiva e perda de originalidade no trabalho de pesquisa. la o experimento comparativo, corrobora algumas das descobertas relatadas. Seus 13 participantes foram divididos em dois grupos: um utilizou o ChatGPT e o outro não, ambos realizando as mesmas tarefas para permitir uma comparação do uso da lA. No Grupo A (sem IA), observa-se a criação de soluções originais e empáticas, com imersão nas atividades e confiança nos insights gerados, além de satisfação ao trabalhar manualmente. Neste grupo, a percepção de criatividade e produtividade mostram-se intrinsecamente interligadas, com os participantes se sentindo simultaneamente produtivos e criativos. Contudo, no Grupo B (com IA), a produtividade é percebida de forma positiva, com o uso do ChatGPT otimizando o trabalho. Há receio de dependência da lA e comprometimento da criatividade. Neste grupo, embora a IA proporcione ganhos em organização e eficiência, acontece um constante refinamento dos prompts, o que gera frustração. Com a conclusão do estudo, observa-se que o uso de lA na descoberta e compreensão afeta tanto a criatividade quanto a produtividade em UX. Nota-se que tais recursos aumentam a sensação de produtividade e permitem que os profissionais se dediquem a atividades maior valor. Sobre a criatividade, indica-se que ela se mantém, mesmo com o uso de IA, sobretudo no início de processos de descoberta — varia com a imersão do profissional e não exatamente com o uso ou não de IA. Porém, para a geração de insights criativos profundos, originais, empáticos e holísticos, o uso de IA não se mostra tão eficiente. Portanto, percebe-se que o papel predominante da IA na rotina de UX é de “assistente”. Contudo, ferramentas de IA revelam-se úteis em pequenas equipas de UX, quando há prazos curtos, bloqueios criativos ou no início da exploração de um tema. Logo, percebe-se que o uso de IA em descoberta e uma habilidade que precisa ser desenvolvida como qualquer outra e exige estudo e atenção. Em resumo, espera-se que os resultados contribuam para a comunidade de UX e inspirem futuros estudos complementares.