Browsing by Author "Marques, Nelson da Costa"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Evolução da política de planeamento da manutenção na produção de eletricidade em PortugalPublication . Marques, Nelson da Costa; Andrade, Tiago BrancoA monitorização da segurança de abastecimento da produção de eletricidade a nível nacional é uma peça fundamental para avaliar as necessidades do sistema eletroprodutor para fazer face à procura de eletricidade no curto, médio e longo prazo. Neste contexto, a metodologia usada pela REN (Redes Energéticas Nacionais), o operador da rede de transporte (TSO), para estudar a segurança de abastecimento de eletricidade a médio e longo prazo em sistemas eletroprodutores complexos com um número elevado de produção térmica, hidráulica e produção intermitente (eólica e solar), consiste na integração de dois modelos, cada um com as suas vantagens: VALORAGUA e RESERVAS. Os indicadores de fiabilidade associados às paragens fortuitas e programadas a serem considerados atualmente nas centrais produtoras (nomeadamente nas grandes centrais térmicas e hídricas), têm por base a informação dos CAE (contratos de aquisição de energia) que foram efetuados pelo grupo EDP, na altura que esta era verticalmente integrada, e têm por base também estudos encomendados pela REN à empresa KEMA. Todas estas informações tomaram como base um sistema eletroprodutor com características diferentes das verificadas nos dias de hoje. O aumento produção de eletricidade obtida a partir de fontes de energia renovável tem colocado enormes desafios aos operadores da rede de forma a obter soluções para conseguir lidar com o aumento progressivo da complexidade do sistema, que é constituído atualmente por uma percentagem significativa de fontes de produção intermitente. Face à consciência da necessidade de perceber se os indicadores de fiabilidade associados às paragens fortuitas e programadas atualmente em uso nos grupos das centrais, estão adequados ao atual panorama do sistema eletroprodutor, e perceber também a eventual necessidade de atualizar os parâmetros usados nos programas VALORAGUA E RESERVAS, foram desenvolvidas duas ferramentas em Microsoft Office Excel – Visual Basic for Application capazes de calcular os seguintes parâmetros: FOR (Forced Outage Rate), MOR (Maintenance Outage Rate), Avarias/ano, MTTF (Mean Time To Fail), MTTR (Mean Time To Repair), MTIM (Mean Time In Maintenance), tempo de funcionamento e tempo em paragem com base num ficheiro .xlsm relativo ao registo das paragens anuais entre os anos compreendidos entre 2006 e 2017. Com estas ferramentas de cálculo foi possível automatizar todo o processo de cálculo destes indicadores, sendo que são ferramentas que têm como objetivo, ser usadas no futuro para eventuais estudos de planeamento do sistema eletroprodutor. Tendo por base os dados recolhidos relativos às paragens das centrais produtoras em estudo, procedeu-se a uma comparação das médias dos indicadores associados às falhas fortuitas entre os anos de 2006 e 2017 com as médias entre os anos de 2000 e 2005 (período do anterior estudo realizado pela REN), de forma a tentar perceber como evoluíram estes indicadores. Foi realizada uma análise estatística que incide sobre a altura do ano em que as centrais têm tendência para realizar as suas manutenções, e um estudo que incidiu sobre as disponibilidades médias consideradas atualmente pela REN nos grupos das centrais. Os resultados obtidos, permitiram concluir que a taxa de indisponibilidade anual associada a paragens fortuitas diminui em grande parte das centrais hídricas nos últimos 12 anos comparativamente ao período entre 2000 e 2005. Foi possível visualizar em gráfico, em que altura do ano os quatro tipos de produção estudados neste relatório (centrais térmicas a carvão e ciclo combinado, centrais hídricas em albufeira e a fio de água) realizam as suas manutenções, e conclui-se que nas centrais hídricas, o pico das paragens em manutenção planeada acontece nos meses mais secos (junho a setembro) e que as centrais térmicas encaixam os seus planos de manutenção de forma a poder estar disponíveis quando não existem condições favoráveis à produção de energia hídrica e quando os picos de procura são mais reduzidos (meses de primavera e outubro). No estudo que incide sobre as disponibilidades médias anuais consideradas atualmente nas grandes centrais produtoras térmicas e hídricas foi possível chegar a alguns resultados conclusivos. Devido a taxas de utilização anuais bastante reduzidas a partir de 2012, os tempos de paragem para manutenção nas centrais a ciclo combinado apresentam uma tendência decrescente. Nas centrais carvão, o tempo médio atualmente a ser usado como referência nas paragens fortuitas, apresenta um valor bastante conservador ao analisar os registos dos tempos de paragens por avaria nos últimos 12 anos.