Browsing by Author "Fernandes, Daniela"
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- As infecções do trato urinário em Psiquiatria. O impacto da existência de um Serviço de PsicogeriatriaPublication . Lamas, Maria Céu; Fernandes, Daniela; Paúl, Constança; Montenegro, Nuno; Ribeiro Lamas, Maria do CéuA infecção do trato urinário (ITU) é das principais infecções bacterianas que afectam o ser humano, sendo um problema comum e de grande relevância clínica, principalmente na população mais envelhecida. Desta forma, foi realizado um estudo observacional transversal descritivo com o objectivo de conhecer a etiologia, prevalência e respectiva sensibilidade dos agentes etiológicos responsáveis pelas ITUs num hospital psiquiátrico, contemplando um Serviço de Psicogeriatria. Foram avaliados 204 resultados de uroculturas, no ano de 2015, dos quais 76,96% eram provenientes de indivíduos do sexo feminino e 23,04% do sexo masculino, com uma média de idades de 69,15. Constatou-se que 41,17% das amostras foram consideradas flora de contaminação, e a frequência das amostras positivas foi maior nos grupos com idade mais avançada. A vulnerabilidade deste grupo etário (idosos) às ITUs decorre de comorbidades, das modificações estruturais e funcionais do trato urinário, entre outras causas. Facto mais evidenciado quando se dividiu a amostra em dois grupos, com idade inferior ou superior a 50 anos. Pela análise dos resultados distribuídos por serviço, verificou-se que o Serviço de Psicogeriatria – Internamento e Consulta Externa, foi o que apresentou maior número de amostras (37,25%) e (12,75%), respetivamente. Facto provavelmente associado com a patologia dos doentes – síndrome demencial, em que a autonomia/capacidade destes doentes terá de ser avaliada para efeitos de obtenção das amostras de urina pelos próprios, segundo os critérios de colheita. Das amostras positivas (42,18%), verificou-se que as ITUs foram causadas principalmente por Enterobactereaceae: a Escherichia coli foi o agente etiológico mais prevalente independentemente do género, sendo responsável por 47,37% das infeções totais, seguido da Klebsiella pneumoniae (20,00%) e o Proteus mirabilis (8,42%). Desta forma, o tratamento empírico deve contemplar um espetro de ação para as Enterobacteriaceae, mas não dispensa a realização da urocultura, para seleção do antimicrobiano mais adequado e evitar o aparecimento de estirpes multirresistentes. De referir também a presença de agentes etiológicos relativamente incomuns nas ITUs, mas que originam complicações graves, se o tratamento não for precoce. Um dos casos - Providencia stuartii era oriundo da Consulta Externa de Psicogeriatria e os restantes cinco casos, envolvendo Citrobacter koseri, Haemophilus parainfluenzae e Providencia stuartii eram provenientes do internamento desse serviço. Correspondiam a indivíduos idosos, maioritariamente do sexo feminino, com idades entre os 70 e os 99 anos. Classificaram-se ainda as ITUs, de acordo com a sua frequência. A maior parte dos doentes com mais do que uma infeção (9 de 13) apresentavam infeções recorrentes e apenas 4 consideradas esporádicas. Constatou-se que em vários doentes houve uma nova colheita, num curto espaço de tempo, o que é sugestivo de uma má qualidade da amostra, possivelmente relacionada com as condições de colheita. Atendendo que a resistência aos antibióticos tem aumentado significativamente nos últimos anos, tornando-se um problema de saúde pública grave e um desafio no tratamento destas infeções, procedeu-se à avaliação do antibiograma. Verificou-se que a maior parte se revelou sensível contra a Amoxicilina/Ácido Clavulânico (79,27%), Gentamicina (86,75%), Trimetropim/Sulfametoxazol (76,47%), Ciprofloxacina (95,15%) e Oxacilina (75%), enquanto que 100% se revelou resistente à Eritromicina. De acordo com os resultados obtidos, a conceção, implementação e manutenção de um sistema de monitorização de etiologia e resistência bacteriana seria um aspeto importante a considerar na deteção da resistência, permitindo auxiliar na seleção da terapia empírica local de forma mais eficaz e, ainda possibilitar a implementação de medidas preventivas.
- Infecções do Trato Urinário: a complementaridade da análise sumária de urina na avaliação da infecção em doentes psiquiátricos e idososPublication . Lamas, Maria Céu; Fernandes, Daniela; Ribeiro, Susana; Paúl, Constança; Montenegro, Nuno; Ribeiro Lamas, Maria do CéuAs infeções continuam a assumirem-se como uma grande ameaça à saúde e bem-estar da crescente população idosa. A infeção do trato urinário (ITU) é a infeção bacteriana mais comum, independentemente da idade e, uma das causas mais comuns de hospitalização por infeção em idosos. Contudo, neste âmbito, os adultos mais velhos são menos propensos a apresentar sintomatologia considerada clássica, o que dificulta o diagnóstico – cada vez mais importante na atual problemática de resistência antimicrobiana. Neste tipo de população, as ITUs apresentam desafios particulares, caraterizandose pelo potencial de apresentações atípicas em que sintomas funcionais como confusão e quedas podem ser observados. Embora, o exame cultural de urina continue a ser o gold standard, é demorado, caro e exige a obtenção de uma amostra de urina de qualidade adequada, respeitando regras especificas. Para determinado tipo de doentes e idosos, nem sempre é fácil a sua obtenção porque obriga à continência urinária, grau de cognição, coordenação e mobilidade, o que em muitos casos podem não apresentar, particularmente quando institucionalizados. Este pressuposto pode ser a primeira barreira no diagnóstico de uma ITU. Por outro lado, à medida que os indivíduos envelhecem, é cada vez mais comum deparar-nos com culturas de urina sem evidência de infeção. Neste contexto, a análise sumária de urina com tira-reagente para leucócitos (esterase leucocitária), nitritos (indicando a presença de bactérias na urina pela redução dos nitratos a nitritos) e sangue (eritrócitos/hemoglobina) pode assumir um fator adicional de rotina na exclusão de ITU em idosos, baseado na presença de sintomatologia em combinação com os resultados dos supracitados parâmetros. Atendendo à frequência elevada e considerada relevante de resultados “flora de contaminação” obtidos em estudos de uma mesma instituição, foi analisada a utilidade desses parâmetros, incluídos no exame sumário de urina, como critério de exclusão em casos de amostras com flora de contaminação. Dos 204 resultados de uroculturas obtidos no período em estudo (12 meses), provenientes de um Hospital Psiquiátrico com um Serviço Geriátrico, constatou-se que 76,96% (n=157) eram procedentes de indivíduos do sexo feminino e 23,04% (n=47) do sexo masculino, com uma média de idades de 69,15. Das 41,17% (n=84) amostras consideradas flora de contaminação, verificou-se maior frequência a partir da faixa etária 60-64 anos, e que apenas 48 incluíam a análise sumária de urina. Destas, verificou-se que 27 amostras consideradas flora de contaminação apresentavam leucócitos normais, nitritos negativos e, à exceção de duas, todas apresentam sangue dentro dos respetivos valores de referência. As duas amostras que continham valores aumentados para o sangue poderão ser resultado de uma possível contaminação da amostra. Somos da opinião, que estes parâmetros em conjunto poderão ser uma excelente triagem para afastar a hipótese de infeção, ou seja, em casos de suspeita de ITU, cuja análise sumária de urina apresente leucócitos normais, nitritos negativos e sangue normal, poderá excluir-se uma possível infeção. Apesar de alguns estudos, corroborarem a mesma opinião, esta hipótese deverá ser melhor evidenciada neste tipo de população, essencialmente de doentes idosos e demenciados. Para os restantes casos que poderão ser resultado de más práticas na obtenção da amostra de urina para processamento laboratorial, deveria ser explorado o ganho em saúde com a implementação de outras formas de obtenção de amostras de urina nestes doentes.
- Interações medicamentosas potenciais: uma análise exploratória em farmácia comunitáriaPublication . Fernandes, Daniela; Jesus, ÂngeloInterações medicamentosas (IMs) podem ser descritas como a influência farmacológica de um fármaco sobre outro, quando administrados em combinação. Com o avanço da tecnologia farmacêutica, aumentam os fármacos disponíveis, aumentando também as possibilidades da ocorrência de interações entre medicamentos, já que a administração simultânea de dois ou mais medicamentos para um mesmo paciente se tornou uma prática comum. Analisar e classificar as interações medicamentosas potenciais (IMPs) do tipo fármaco-fármaco em prescrições de utentes com dislipidémia e/ou diabetes mellitus; determinar quais as IMPs mais prevalentes; determinar quais os fármacos mais associados a IMs; identificar todas as IMPs major, minor e moderadas na amostra. Este estudo avaliou informação recolhida a partir de 101 prescrições de utentes com dislipidémia e/ou diabetes no distrito do Porto e Braga. Posteriormente, as informações relativas a cada um dos grupos da amostra foram analisadas com recurso à base de dados IBM Micromedex Complete Drug Interactions. Finalmente, foi feito o tratamento estatístico descritivo dos dados. Resultados: Em 101 prescrições, existem 116 potenciais interações medicamentosas no total, 32 Major e 84 Moderadas. Existem IMPs em 50 (ou 49,5%) das prescrições e em 24 das prescrições, (ou 23,8%) existe potencial para IMP major. Perante estes resultados, urge encontrar soluções que se foquem nas potenciais reações adversas ao medicamento (RAMs) provocados por IMs, de modo a aumentar a segurança dos utentes e da própria comunidade e melhorar a saúde pública.