Browsing by Author "Costa, Ana Filipa Ferreira da"
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- Influência da humidade e da temperatura na fiabilidade do NDtechPublication . Costa, Ana Filipa Ferreira da; Correia, Maria Manuela BarbosaA cortiça, ao longo dos tempos, tornou-se o material de eleição para a vedação dos vinhos, devido às suas variadas qualidades e características. Devido à exposição a vários fatores, a qualidade sensorial da cortiça pode ser afetada o que origina o que comummente é conhecido como gosto a mofo. Este gosto a mofo é um defeito sensorial causado, principalmente, pelo 2,4,6- tricloroanisol (TCA) que, embora não apresente perigo nenhum para a saúde humana, provoca um sabor desagradável no vinho. De forma a contornar este problema, a Amorim Cork desenvolveu a tecnologia NDtech. Esta é uma tecnologia de cromatografia gasosa com um ciclo de análise individual de 15 segundos, onde qualquer rolha que apresente uma concentração de TCA superior a 0,5 ng/L é detetada, o que significa que todas as rolhas processadas com recurso a esta tecnologia têm garantia de TCA não detetável. O controlo desta tecnologia é essencial para a obtenção de bons resultados, o que significa que todos os parâmetros que possam influenciar a análise cromatográfica terão de ser monitorizados de forma a não terem uma significativa interferência no resultado. Dois desses parâmetros foram o objeto de estudo nesta dissertação, a humidade e a temperatura ambiente. Durante os meses de maio, junho e julho, a humidade e a temperatura ambientes do NDtech foram cuidadosamente estudadas. Paralelamente, desenvolveu-se uma fórmula de cálculo da fiabilidade esperada no NDtech, que permitisse avaliar a performance dos equipamentos. Esta nova forma percecionou a fiabilidade esperada como um produto de dois fatores de risco, sendo estes a quantidade real do grupo de rolhas que apresentam teores de TCA mais elevados (grupo G3) e a existência de erros associados à contaminação do equipamento por TCA, denominados por carry-overs. Assim, depois da obtenção dos valores destas variáveis, foi possível uma posterior análise estatística que relacionasse os parâmetros de humidade e temperatura ambientes com a fiabilidade esperada. A partir dos testes estatísticos realizados, foi possível concluir que, durante os 3 meses de análise olhando para o NDtech como um universo global, e não como linhas de produção a trabalhar individualmente, apenas a temperatura mínima teve alguma influência na fiabilidade esperada do NDtech. Como estas duas variáveis se mostraram inversamente proporcionais, quanto menor a temperatura mínima do NDtech, maior a fiabilidade esperada. Concluiu-se ainda que, quando se tratou estatisticamente linha a linha ao longo dos meses em estudo, as linhas 5 a 9 foram as que apresentaram melhores correlações entre a fiabilidade esperada e as variáveis da temperatura e da humidade, visto que eram as linhas de produção menos suscetíveis às variações da humidade e temperatura do ambiente da fábrica. Uma solução para melhorar as correlações das linhas 3,4 e 10 com a fiabilidade esperada, consiste no uso exclusivo de portas que se encontram mais afastadas das linhas de produção, o que resultaria numa minimização bastante considerável da suscetibilidade das linhas em modo de produção à humidade e temperatura ambiente fora do NDtech. Contudo, esta não seria uma solução que erradicasse o problema do NDtech uma vez que existem outras linhas de produção perto dessas portas de acesso. Será, então, necessária uma análise profunda da arquitetura da fábrica e do NDtech concretamente para eventualmente serem deslocadas as portas de acesso. Com esta solução, seria possível a otimização das correlações de temperatura e da humidade ambiente das linhas, o que se traduziria numa influência positiva na fiabilidade esperada do NDtech. Assim sendo, seria possível aumentar a fiabilidade esperada, obtendo-se valores ainda mais perto dos 100%.