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Abstract(s)
O século XX, sobretudo na segunda metade, trouxe para os sistemas de informação
empresariais (estes são o suporte de múltiplos modelos ligados à planificação,
ao controlo e à tomada de decisões em geral) alterações espectaculares,
cujo difícil domínio é o motor de novas propostas e achegas multidisciplinares.
Como parte essencial dos referidos sistemas, a Contabilidade de Custos tem
perseguido determinar valores unitários de bens ou serviços, de funções ou
outros portadores de custos, com diferentes propósitos segundo objectivos,
épocas e áreas geográficas concretas.
Durante os últimos anos do século passado e no primeiro quartel deste, os
cálculos ligaram-se essencialmente ao produto como forma de actuar sobre a
eficiência laboral. Os engenheiros industriais (em empresas multinacionais americanas), preocupados em conseguir uma maior racionalidade na utilização
dos recursos, estudaram profundamente a normalização e standardização dos
materiais e equipamentos, o preestabelecimento de métodos e a medida dos
tempos de trabalho.
A sua investigação estendeu-se também à forma de organização mais adequada
para o desenvolvimento da actividade empresarial; de tal forma que, sob a
“batuta” de homens como F. W. Taylor (e o seu método de trabalho para definir
tarefas e ferramentas mais adequadas a cada actividade), E. Mayo (e a sua
preocupação pelas condições de trabalho em equipa) ou H. Fayol (e a sua
procura sistemática das características que devem contribuir para a
administração eficiente das organizações), foram-se confirmando os conteúdos
actuais dos conceitos de disciplina e ordem, liderança e hierarquia, iniciativa e
espírito de superação, etc; assim como novas formas de entender, organizar e
realizar o trabalho, que configurarão relações laborais diferentes das herdadas
da sociedade pré-industrial.
Corolário de tudo foram a especialização e a departamentalização da empresa,
bem como o progressivo aparecimento de uma estrutura funcional, com
competências pessoais marcadas pela hierarquia.
Os engenheiros, com o objectivo de racionalizarem ao máximo as tarefas
produtivas, criaram as bases para o desenvolvimento do custo “standard”
(padrão) e reuniram o seu estudo com os problemas da direcção geral do negócio:
os padrões técnicos serão referência obrigatória para a remuneração do pessoal
e a programação de existências e compras, assim como para determinar as
actividades dos centros (base do cálculo dos orçamentos); e ainda se revelaram
um óptimo instrumento de controlo.
Acompanhando este movimento, o cálculo do custo industrial centrar-se-à nos
produtos (como portadores finais dos diferentes consumos necessários para a
sua obtenção) sobre a base dos padrões técnicos definidos para eles.
Não obstante, na primeira metade do nosso século, e sob a pressão de uma
procura crescente de informação financeira, iniciou-se a passagem da gestão de
custos à contabilidade de custos: os textos de contabilidade dos anos 20 propõem
o cálculo do custo de produção com uma orientação clara - valorizar as
existências para a informação financeira (Balanço e Resultados no fim do
exercício). Só depois da 2ª Guerra Mundial se começa a falar de gestão e, por
consequência, de custos para a planificação, controlo e tomada de decisões
(Johnson e Kaplan, 1987).
Impõe-se uma reflexão sobre os diferentes significados que o custo tem tido ao
longo do nosso século (ligando esses significados às circunstâncias que
provocaram cada elaboração) para a sua construção futura.
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Keywords
Contabilidade Cálculo de custos