Browsing by Author "FERREIRA, EDUARDO MANUEL PEREIRA"
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- Remoção de fosfatos em águas com recurso a conchas de bivalvesPublication . FERREIRA, EDUARDO MANUEL PEREIRA; Silva, Luís Manuel Sousa da; Galán Díaz, Juan JoséA eutrofização resultante da presença excessiva de fosfatos em meios aquáticos constitui um dos principais desafios ambientais atuais, tornando essencial o desenvolvimento de soluções de tratamento sustentáveis e de baixo custo. Neste contexto, o presente trabalho avaliou o potencial de utilização de resíduos de conchas de bivalves, nomeadamente de ostra (Crassostrea spp.) e de mexilhão (Mytilus spp.), como adsorventes alternativos para a remoção de fosfatos em solução aquosa, que trazem a possibilidade de uma reutilização como fertilizantes para a agricultura. A metodologia integrou ensaios cinéticos de deposição química, caracterização morfológica e composicional por microscopia eletrónica de varrimento com análise de dispersão de energia (SEM-EDS) e modelação matemática do processo. Os ensaios cinéticos evidenciaram a influência significativa da granulometria e do tipo de concha, revelando que a ostra fragmentada em partículas de 1–2 mm apresentou maior capacidade de remoção e taxas de deposição química mais rápidas. A caracterização SEM-EDS corroborou estes resultados, demonstrando que a ostra possui superfícies mais rugosas, heterogéneas e ricas em carbonato de cálcio, em contraste com as superfícies mais homogéneas e compactas observadas no mexilhão. O modelo matemático aplicado mostrou boa concordância com os dados experimentais (R² > 0,98), permitindo a extração de parâmetros cinéticos relevantes, área descoberta inicial, A₀, coeficiente global de transferência de massa, kₘₐₛₛₐ, e capacidade de deposição, γ, ainda que se reconheça o seu carácter simplista. De forma integrada, os resultados estabeleceram um padrão de desempenho claro, possível comprovar com as taxas de remoção, em que a concentração inicial para as conchas de mexilhão era de 47,64 mg/L, para a granulometria mais fina, e 47,77 mg/L para a granulometria maior, e para as conchas era de 46,34 mg/L, para a granulometria mais fina, e 50,07 mg/L para a granulometria maior: ostras 1–2 mm, com 90% de remoção, seguidas das ostras 4–8 mm, 75% de remoção, as quais apresentam resultados próximos às conchas de mexilhão 1–2 mm, 66% de remoção, enquanto os mexilhões de 4–8 mm, 57% de remoção, acabam por apresentar os resultados mais baixos, confirmando a ostra fragmentada em granulometria fina como o material mais promissor. Estes resultados validam a utilização de resíduos de conchas como materiais adsorventes de baixo custo, contribuindo para a valorização de subprodutos da indústria aquícola e para o desenvolvimento de soluções sustentáveis no tratamento de águas contaminadas por fosfatos.
