Browsing by Author "Almeida, Ana Isabel de"
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- Novos processos e produtos para o couro de base vegetalPublication . Almeida, Ana Isabel de; Ribeiro, António Alfredo Crispim; Domingues, Valentina Maria FernandesNa indústria de curtumes produz-se couro (pele curtida e acabada) a partir de peles de animais, matéria-prima renovável que resulta do abate de animais criados para a produção de carne. Do ponto de vista ecológico pode dizer-se que este aproveitamento evita a degradação de toneladas de peles em aterros, e os problemas que lhe estariam associados. O lado negativo desta actividade é que utiliza técnicas de fabrico pouco amigas do ambiente, em particular gerando grandes quantidades de resíduos e efluentes contendo crómio. Em determinadas circunstâncias as condições ambientais podem originar, a médio ou longo prazo, alguma oxidação do crómio à valência VI, sendo esta forma perigosa. Para contornar estas condições negativas da produção de couro com crómio, foram realizados vários ensaios com o objectivo de encontrar novos processos e produtos para o curtume. Os ensaios foram realizados na fase de curtume, recurtume, engorduramento e tingimento. Parâmetros importantes que afectam a estabilidade térmica do couro foram optimizados, tais como: quantidade dos produtos químicos utilizados, tempo e pH. Como método de análise da temperatura de contracção foi utilizado uma montagem realizada no CIETI e algumas amostras foram enviadas para o CTIC onde a temperatura de contracção é determinada de acordo com a norma ISO 3380:2005. Na fase de curtume, foram feitos vários ensaios variando o tempo de rotação e a quantidade de produtos químicos. Dos ensaios realizados foram escolhidos dois processos que mais se adequam à obtenção de couro para calçado. As temperaturas de contracção obtidas para esses processos são 76 e 70°C. Para comparação dos resultados das temperaturas de contracção, foi realizado um ensaio de curtume com crómio em que a temperatura de contracção obtida foi de 102°C. A partir dos processos de curtume escolhidos foram realizados ensaios de engorduramento, recurtume e tingimento. Nos ensaios de engorduramento foram testadas varias percentagens de gordura, verificando-se que a pele que continha maior percentagem de gordura (10% de Cromopol SG) era mais macia. Com estes ensaios foi demonstrado que a pele de menor espessura apresentava uma maior temperatura de contracção. No final dos ensaios foram seleccionados dois processos que melhor se adaptam à produção de couro, as temperaturas de contracção obtidas foram de 90 e 85°C. A fase de recurtume foi realizada com diferentes agentes de recurtume vegetal, utilizou-se o extracto de mimosa, extracto de quebracho, extracto de castanheiro adouci e extracto de castanheiro natural. Conclui-se que os ensaios com extracto de mimosa apresentam uma coloração mais clara e mais uniforme comparativamente com os outros extractos testados. As temperaturas de contracção, para os ensaios com extracto de mimosa, são de 89 e 88°C. O tingimento foi realizado com diferentes tons de corante (azul, castanho e vermelho) obtendo-se uma boa uniformidade na cor. A avaliação dos resultados foi realizada por comparação dos resultados dos testes físico-mecânicos das amostras de pele obtidas com valores de referência. A aplicabilidade destes produtos na indústria de calçado foi avaliada pela realização de testes físicomecânicos: resistência à extensão e resistência ao rasgo. Os ensaios seleccionados AE7 e o BE3 estavam aptos a ser aplicados nas indústrias de calçado. Ao contrário dos ensaios AM e BM que obtiveram valores inferiores da resistência ao rasgo, não estando assim aptos para ser aplicados na indústria de calçado.