Lopes, Ana Paula2024-05-242024-05-2420242184-710Xhttp://hdl.handle.net/10400.22/25560Numa interação face a face, além das mensagens passadas através da fala, cada indivíduo comunica também informação através dos movimentos do corpo que executa (Kendon, 2013, p. 7). Na perspetiva dos Estudos do Gesto, os movimentos das mãos (gestos), da cabeça, do tronco e dos membros inferiores são diferentes modalidades que possuem um papel de igual importância no processo comunicativo (Lopes, 2020). Estes movimentos cinésicos transmitem dois terços das mensagens que cada falante passa numa interação (Aghayeva, 2011). Por isso, ignorá-los numa possível análise do processo comunicativo significa não ter em conta uma quantidade considerável de informação (Jones e LeBaron, 2002, p. 512). Na situação específica de uma interação face a face ocorrida em contextos forenses – interações em sede de Tribunal e de Órgãos das Forças de Segurança –, se se analisar, para fins de investigação judicial, apenas o que foi verbalizado pelos falantes, a quantidade e relevância da informação que se desperdiça é inegável. Até ao momento, os movimentos do corpo não têm sido considerados quando importa analisar o que um suspeito ou um arguido, por exemplo, está a transmitir (Lopes, 2020). Porém, através de uma microanálise multimodal de interações face a face – na qual todos os movimentos do corpo, bem como a fala, são estudados – é possível obter informação que de outra forma de perderia. A microanálise desenvolvida anteriormente (Lopes, 2020) evidenciou que estes movimentos podem transmitir informação não comunicada oralmente (Lopes, 2020). Foi igualmente demonstrado que esta informação adquire uma grande importância no contexto de análise de um processo judicial, tendo-se verificado ainda a necessidade da colaboração de peritos linguistas na análise das interações ocorridas em contextos forenses, bem como a gravação em vídeo das interações face a face ocorridas nestes contextos (Lopes, 2020).In face-to-face interactions, in addition to the messages conveyed through speech, individuals also communicate information through the body movements they make (Kendon, 2013, p. 7). Under the Gesture Studies’ perspective, hand (gestures), head, torso, and lower limbs’ movements are different modalities that have an equally important role in the communication process. These kinetic movements convey two thirds of what we communicate (Aghayeva, 2011), and ignoring them in an analysis of the communication process means not to consider a substantial amount of information transmitted by speakers (Jones and LeBaron, 2002, p. 512). In the specific situation of face-to-face interactions that take place in a forensic context – at Courts and Law Enforcement Institutions – if we analyse, for legal investigation purposes, only what has been uttered by the speakers, the amount and relevance of the information that is wasted is undeniable. To date, body movements have not been taken into account when it comes to understanding what a suspect or defendant, for example, is transmitting (Lopes, 2020). However, through a multimodal micro-analysis of face-to-face interactions – in which all body movements, along with speech, are analysed – it is possible to get information that otherwise would be lost. This micro-analysis previously developed (Lopes, 2020) showed that these body movements can convey information that had not been verbalised (Lopes, 2020). It has also been shown that this information gains become evident the need of linguistic experts’ collaboration in the analysis of interactions that take place in forensic contexts, as well as the need for video recording of the aforementioned interactions (Lopes, 2020).porProcesso comunicativoMultimodalidadeEstudos do gestoInterações face a faceContextos forensesSoftwareCommunication processMultimodalityGesture studiesForensic contextFace-to-face interactionsA Análise do Processo Comunicativo Aplicada aos Contextos Forenses de Interação: uma perspetiva multimodaljournal article