Ribeiro, Carla2018-05-092018-05-0920172182-5580http://hdl.handle.net/10400.22/11571Com o advento da contemporaneidade no mundo ocidental, tornou-se indiscutível a importância do turismo, numa transformação social que foi também objeto de atenção política. Portugal comungou deste fenómeno, de uma forma geral tardiamente, em relação à maioria dos países europeus, por razões estruturais diversas. Embora tenha sido no século XX que a viagem turística sofreu, entre nós, um desenvolvimento sem precedentes, este investimento vinha fazendo-se sentir desde meados do século anterior, graças em grande parte ao alargamento da rede de caminhos-de-ferro nacional. As consequências em termos de turismo foram imediatas: por um lado, tornou acessível a um maior número de pessoas as viagens de lazer; por outro, os locais que passaram a ser considerados como destino dos turistas foram determinados pela própria rede de caminhos-de-ferro. A aposta no turismo interno, mediante da rede ferroviária, procurou alargar a rede de potenciais turistas nacionais através, em particular, de uma diversidade de tarifas especiais e outras promoções levadas a cabo pelas empresas de caminhos-de-ferro e divulgadas na revista Gazeta dos Caminhos de Ferro. Tal foi especialmente evidente no período dos anos trinta, altura em que se assistiu à concorrência do automóvel, com índices de crescimento exponencial a partir da criação da Junta Autónoma das Estradas (1927). Esta comunicação focar-se-á, assim, em torno de duas iniciativas de incentivo às viagens ferroviárias turísticas, promovidas na Gazeta dos Caminhos de Ferro: os “comboios mistério” e os "expressos populares", constituindo ambas formas de divulgação e utilização deste meio de transporte, permitindo um aumento das viagens turísticas e contribuindo para transformar o turismo numa indústria com cada vez maior peso na economia nacional. Funcionaram ainda como instrumentos internos de propaganda do país e do regime. Procurar-se-á, pois, dar resposta a uma série de questões, que se passa a enumerar: Em que consistiam estas viagens dos “comboios mistério” e dos “expressos populares”? A que público(s)-alvo se destinavam? Quais os roteiros de viagens mais habituais/concorridos? Que adaptações sofreu este modelo importado? Que correspondência existiu entre os objetivos traçados e as realizações efetivas?porTurismo ferroviárioPropagandaGazeta dos Caminhos de FerroComboios MistérioExpressos PopularesA propaganda da Nação: turismo ferroviário em Portugal nos anos trintaconference object