Duarte, Marina2020-07-102020-07-102012978-989-8471-05-5http://hdl.handle.net/10400.22/16073Segundo o Assessment Reform Group, a avaliação é uma das ferramentas educativas mais poderosas na promoção de uma aprendizagem efetiva, quando utilizada de forma correcta. Não há evidências que aumentar a quantidade de avaliação melhore a aprendizagem. Não obstante, existem sempre circunstâncias nas quais mais ensino é mais eficaz do que mais avaliação ou feedback. A redução do tempo de ensino (horas de contacto) trazida pelo processo de Bolonha e, mais recentemente, pelas restrições orçamentais impostas às instituições de ensino superior, deve ser ponderada cuidadosamente, pois existe o perigo de, numa altura em que se pretende que os alunos sejam agentes da sua própria aprendizagem, construído-a, que o ensino se esteja a tornar insuficiente e incapaz de desempenhar o seu papel estruturante, de base sobre a qual assenta a aprendizagem. Apesar da prática sistemática de avaliação formativa melhorar substancialmente as aprendizagens, não deixa de ser um recurso de última instância, pois pode comprometer o desempenho autónomo e independente, a longo prazo. Assim sendo, e considerando também os recursos envolvidos na implementação deste tipo de avaliação, é necessária bastante ponderação e uma análise de quais os estudantes que dela poderão beneficiar e se essa é a forma mais adequada de o fazer. Este estudo abrangeu 238 estudantes de 2008/09 da unidade curricular de Termodinâmica do 2º ano da licenciatura em Engenharia Mecânica do Instituto Superior de Engenharia do Porto, numa situação em que tinham a opção de realizar ou não avaliação distríbuida, para além da avaliação por exame final (que teria peso 70% ou 100%, consoante a opção escolhida). Independentemente da escolha, a classificação mínima exigida na avaliação por exame final era 9,5 valores. A obtenção de uma classificação inferior a 7,5 valores na avaliação distribuída impedia a comparência ao exame final (implicando reprovação imediata). Com este estudo, procurou atingir-se os seguintes objetivos: 1) Verificar se os estudantes optaram por mecanismos de regulação externos, como a avaliação distribuída, nas condições descritas; 2) Caracterizar o sucesso académico dos estudantes que optaram pela avaliação distribuída, de acordo com o número de inscrições na unidade curricular. A estratégia adoptada para implementação do plano de investigação foi descritiva, recorrendo à análise das pautas de Termodinâmica. Os dados recolhidos parecem indicar que os estudantes reconhecem a necessidade de mecanismos de regulação externa e que estes favorecem o desempenho académico na unidade curricular de Termodinâmica, particularmente dos estudantes que a frequentam pela primeira vez. Ou seja, apesar de serem estudantes do 2º e 3º ano da licenciatura parecem não ter ainda desenvolvido mecanismos de auto-regulação eficazes para a aprendizagem de Termodinâmica, ficando dependentes das atividades propostas pelo docente através da avaliação distribuída. A auto-regulação parece melhorar com a frequência em anos posteriores, revelando o que parece ser um desajuste entre o “tempo de ensino” e o “tempo de aprendizagem”, nomeadamente no que concerne à capacidade para o desenvolvimento do desempenho autónomo e independente.porAvaliação distribuídaEnsino superiorSucesso académicoAutorregulaçãoFeedbackDesempenho autónomoAvaliação distribuída, sucesso académico e desempenho autónomo: o caso dos estudantes de Termodinâmica da licenciatura em Engenharia Mecânica do ISEPconference object