Fonseca, António2013-10-212013-10-212013http://hdl.handle.net/10400.22/2410Génese No Verão de 1996, despedi-me do Teatro da Cornucópia, depois de oito anos ininterruptos de colaboração, deixei Lisboa e instalei-me em Braga para coordenar artística e pedagogicamente um projecto que se chamava Teatro-Escola-Teatro, inicialmente da autoria da Companhia de Teatro de Braga, mas no redesenho do qual interferi durante a sua execução. Punha também fim a um outro projecto que de 1991/96 desenvolvi na Escola Secundária de Carnaxide (Camilo Castelo Branco) chamado Quarto Período – O do Prazer (anexo1) e que durante cinco anos mobilizou muitas dezenas de adolescentes, professores e encarregados de educação à volta dos espectáculos Romeu e e Julieta, Despertar da Primavera, Arrebenta a Bolha (criação coletiva), Dia de Marte (este em co-produção com o Teatro da Cornucópia) e Lisístrata e que me valeu a medalha de mérito municipal (grau ouro) atribuído pela Câmara Municipal de Oeiras. Tinha 42 anos e uma carreira de ator que nunca o tinha sido verdadeiramente. Disperso, sem nunca assumir o conceito romântico, individualista de artista, sem nunca me sentir artista, navegando no ideário dos anos setenta em Portugal (que não é o mesmo que no resto do Mundo) e do 25 de Abril (com muitas causas sociais e políticas, desde a alfabetização até às campanhas para a diminuição da mortalidade infantil, passando pelo fim da guerra colonial e pela democratização do ensino), sem nunca assumir completamente o paternalismo burguês progressista, herança da Revolução Liberal do século XIX (veja-se a Memória ao Conservatório Real, de Almeida Garret), de algumas das propostas culturais e artísticas tão marca dos anos setenta, como as campanhas de dinamização do MFA ou o Movimento da Descentralização, onde fui cair em 1976, na Escola de Formação de Atores do CC de Évora, dirigida por Mário Barradas de saudosa memóriaporOs Lusíadas de Coraçãojournal article